Caro FNV, Lamento não concordar com o seu desânimo. O programa de troca de seringas foi e tem sido um sucesso. Relativo, mas sem dúvida um sucesso. Quanto ao talento de Ratzinger como epidemiologista, algo me diz que no fundo tende para a apologia da circumcisão.
Caro FNV, Olhando para os dados da coordenação nacional para a infecção VIH/SIDA e do Centro de vigilância epidemiológica das doenças transmissíveis INSA, os novos casos de diagnostico HIV+ nos UDI têm vindo a diminuir bastante desde o ano 2000. Há um desfazamento entre os casos diagnosticados e notificados que pode levar a interpretações menos correctas, mas estão nitidamente a diminuir, tal como as taxas de prevalência. Comparando os dados com os dados disponíveis no EUROHIV, a prevalência de HIV/SIDA nos UDI em Portugal(entre 10-20%) não é "famosa", mas é bastante inferior aos de Paises "Modelo" no combate ao HIV, como é o caso da França, Inglaterra, Itália e mesmo dos espanhois.
No caso dos IDU, relativamente aos outros grupos de risco, o trabalho tem sortido efeito. Claro que se pode fazer melhor, mas não me parece de todo necessário desprezar o que se tem realizado. De alguma forma este grupo tem tido alguma atenção extra, que tem sido benéfica, quer na prevenção, quer no controlo das complicações da doença. Mas corrija-me se tiver dados discordantes. (os dados oficiosos da aidsportugal pouco acrescentam)
Agora, a grande vergonha está mesmo no aumento de casos de HIV no grupo dos heterosexuais. Ok, concordo que uma grande fatia dos nossos casos de HIV sejam UDI, mas o crescimento deve-se aos Hetero.
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