É bem verdade. Não imagino o que sentiria, como pai, numa situação destas.
Apenas recordo um episódio análogo (felizmente sem o dramatismo deste) a que assisti, ao vivo e a cores, em Dezembro último: à porta de uma discoteca de uma aldeola, casa a abarrotar de gente, parque de estacionamento cheio, temperatura exterior abaixo dos 3/4º. Venho ao exterior para fumar com um amigo e saem 3 clientes que ao passar por um dos carros estacionados reparam num bébé que chorava sem controlo dentro do carro, portas e vidros trancados. Interpelámos de imediato o porteiro da "discoteca" para interromper a música e chamar o dono do carro, sob pena de chamarmos imediatamente a polícia. Qual o maior espanto: o carro era da avó (!!) da criança, que tinha ido para a noite e deixado o bébé, que não tinha mais de 1 ano e meio, trancado no carro, com um frio brutal na rua!
Moral da história: este não é um caso isolado. Só que muitos têm um final menos amargo. E aquela avó, imagino eu, também gostava muito do netinho...
Caro Pat Pending, desculpe mas os casos não são iguais, o primeiro não era uma discoteca a meio da noite, o primeiro pode acontecer a qualquer um de nós, o primeiro é um desastre infeliz terrível.
Caro Filipe e se ao inves do pai, fosse a empregada da casa do pimpolho...que por um 'acidente' bizarro tambem causasse a morte da crianca. A culpa sentida por ela seria o suficiente para o encerramento digamos, 'moral' do caso ou a negligencia no 'trabalho' e' que deveria ser levado em questao. Causar a morte do proprio filho e' menos grave do que causar a morte do filho dos outros???
Quem erra e erra horrivelmente, deve ETICAMENTE, submeter-se às consequências. Tudo o resto são "paninhos quentes". O que me espanta é que tudo está com medo de concluir o óbvio: -a escala de prioridades que funcionava na cabeça daquele pai. Ninguém se esquece de um bem precioso, que passou horas a cuidar, noites em claro. Se calhar se fosse uma pasta de maços de euros ou um computador, lembrava-se com mais rapidez. Não fossem os larápios levá-lo...
É demasiado chocante, sobretudo entender a raíz subconsciente destes "esquecimentos".
precisamente....tambem falo de culpa mas nao estabeleco distincao nem graducao ente 'culpa' versus laco sanguineo. Culpa e' muito pessoal, estrutural e dificil (ao menos para mim) estabelecer uma hierarquia de qual culpa e' pior do que a outra. Culpa e' culpa e cada um sente de acordo com o 'codigo interno emocional, moral e etico'que se carrega dentro de si. Bom final de semana Filipe :)
Filipe, não se trata de "esquartejar" ninguém, mas sim de reflectir sobre os fundamentos e modelos de parentalidade, inclusivé envolvendo questões de género e papéis sociais. Por que será que a medonha razia assassina do adolescente dos arredores de Stuttgard, atingiu, na escola, quase só raparigas e professoras (mais um emigrante)? Por que será que não se conhecem casos, inclusivé nos USA, onde seja uma aluna a assassinar os colegas?
Para estas perguntas é que os teóricos, seriam úteis à humanidade, a procurar respostas. Recensear, sem medo e com acuidade os desacertos é meio caminho andado para a procura das soluções ou pelo menos, para descobrir o mau cheiro.
Mais,(ainda sobre o último assunto) penso, que devia ser proibido, no planeta Terra, o fabrico de jogos de video, que ludicamente ensinam a assassinar. Prendem gente por causa de um charro? Vender esses jogos é mais nocivo do que vender ganza.Evidente que os chamados cartéis de narco-tráfico abririam falência se os países dos vários continentes fizessem acordos de despenalização do consumo sustentada; tudo seria diferente. Mas, este mundo ainda não evoluiu a esse ponto.
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