Agressivo e bem preparado ; ilusionista e deselegante.
1) Foi para o debate com uma ideia fixa - discutir os efeitos da crise em Portugal - e levou a matéria estudada. 2) Pretendeu que discutia o papel de Portugal no parlamento europeu, e as opções europeias em diversas áreas, enquanto na verdade discutia apenas o impacto da crise no país. 3) Usou sempre a forma "candidato Vital" como método de desqualificação do adversário (quase de certeza recordado da boutade de Almeida Santos). Método tão bom quanto irrepreensível: todos são candidatos. Se Louçã tivesse tratado Cavaco Silva por "candidato Cavaco" nas últimas presidenciais, estou certo de que Paulo Rangel protestaria.
Vital Moreira perdeu o hábito de ser vigorosamente contrariado. Doença da Faculdade de Direito de Coimbra? Talvez.
Perdeu o hábito?! Mas o homenzinho alguma vez frequentou debates onde pudesse ser 'contrariado'? Há 30-25 anos quando era convidado para sessões onde seria contrariado, dizia que sim e na véspera... fugia. Antes, depois e durante, apanhou sempre a onda mais forte. Talvez agora se tenha enganado. Não há almoços grátis, lá diz o outro.
FNV: por acaso não estou nada de acordo consigo. E digo já à cabeça que não gosto, nunca gostei de VM (sou suspeita, portanto, mas assumo). Isto não tem nada a ver com o facto de ele ser o actual candidato do PS, prende-se apenas com a pessoa e o estilo. Foi meu professor por três vezes, com grande intervalo de tempo (numa matéria que é da minha preferência e me levava, naturalmente, a admirá-lo). E foi sempre incumpridor, displicente, emproadíssimo e desdenhoso. Em contraste absoluto com homens como Canotilho, para não ir mais longe. Portanto, a sua inquestionável inteligência e proeminência como constitucionalista é uma vida; e o que ele é humanamente, é outra. As duas estaturas não coincidem de todo.
Quanto ao "candidato Vital", reveja o debate. Quem veio com a fórmula em 1º lugar foi o próprio VM, para o candidato Rangel. Guerra é guerra. Eu, no lugar de Rangel, teria feito precisamente o mesmo, sem outra intenção que não fosse frisar a igualdade de estatutos, naquela circunstância (e foi o caso). Deselegante, mesmo, é VM em pessoa! Porque a soberba e a sobranceria são em si mesmas incompatíveis com a Distinção. E não há dotes intelectuais ou académicos que justifiquem aquela pose parola. Eu, pelo menos, penso assim e fui assim criada, em terra de heróis de borla e capelo tantas vezes acusados de terem pouco mundo. Parece que às vezes a vox populi tem razão e nem os ícones escapam ao seu dedo certeiro.
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