Não se assustem, não vou opinar sobre o assunto. Apenas uma nota freudiana: Tenho para mim que o problema da justiça é ela ter começado a funcionar. Até 1974 não houve justiça. Depois, nos anos quentes, também não houve ( mandatos em branco e ocupações selvagens). Os motores aqueceram lentamente ( FP-25) e com engasgos ( Fundo Social Europeu). Quando a justiça começou a funcionar, instalou-se a teoria da cabala: Hemofílicos, Casa Pia, Aquaparque, Isaltino, Felgueiras e mets diversos. Não estávamos habituados. Nem os agentes da dita estavam.
Ora, aí está uma perspectiva interessante. O problema reside no seguinte: nenhum país decente é viável sem um sistema judicial minimamente eficaz ou que pelo menos pareça eficaz, o que manifestamente não sucede em Portugal. O sistema é servido por um conjunto de egos inflamados, às vezes bem-intencionados mas nunca certeiros na resolução dos problemas. De resto, nos últimos vinte anos o melhor ministro da justiça foi, pasme-se, o Vera Jardim. Não legislou muito e foi o responsável pela introdução da possibilidade de pagar as custas no sistema de multibanco. Uma medida simples, eficiente e não geradora de qualquer litígio. Em suma, uma verdadeira raridade.
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