O outro caso, passado nas imediações da capital, nasce de uma denúncia anónima, ao que parece por medo de retaliações. Terá por base conversas e depoimentos de várias pessoas (às quais aparentemente nada move contra ninguém em especial), efectuados em diversos e distintos momentos, perante diferentes pessoas, algumas familiares. Existem também telefonemas esquisitos, assaltos a escritórios de advogados, denúncias cozinhadas e um filme inglês substitui o livro de ficção. As quantias de que falam não cabem em envelopes e a visita não foi do árbitro ao interessado mas dos interessados no favor ao árbitro. Se não existem indícios de favorecimento, encontra-se pelo menos demonstrada uma posterior e inusitada correria do relógio no jogo em causa, que terminou com a vitória inequívoca dos visitantes aos 45 minutos, aparentemente porque o árbitro tinha de se ir embora.
Mas agora não se trata de bola e sim da gestão da coisa pública. Só que o inquérito não correu escorreito (antes ficou parado, anos a fio), não descortinando o MP motivo para enviar os seus melhores e os meios necessários para apurar rapidamente a verdade. E quando foi obrigado a agir fê-lo tardiamente e de forma bizarra, desdobrando-se o Procurador-Geral da República e demais responsáveis em originais atestados de inocência, confessando a eventual existência de pressões internas, preocupando-se mais com as fugas do segredo de justiça do que com a essência do caso, no qual até o Bastonário da Ordem dos Advogados resolveu meter a colher.
Eu não conheço as situações, não sei se as pessoas fizeram alguma coisa de mal, se são culpadas ou não da prática de algum ilícito. Mas pretendia, e julgo que como eu muitos portugueses, uma explicação séria sobre esta dualidade de critérios nas investigações do MP.
"Mas agora não se trata de bola e sim da gestão da coisa pública"
Exactamente, VLX, logo coisa que não interessa a ninguém e por isso mesmo não merecedor, aos olhos do Estado, das instituições públicas e da maioria da população portuguesa (cuja vontade o Estado tão bem interpreta, assume e serve), de grande empenhamento de meios e capitais, criação de equipas especiais, instrução rigorosa de levar o assunto até ao fim para não deixar escapar impune o odioso acusado que todos sabemos culpado mas bem capaz de iludir a justiça corrompendo agora os juízes e enleando-os na sua teia de interesses.
Talvez haja muitos portugueses interessados numa explicação sobre o caso, mas acho que para a maioria os move mais a curiosidade do que a vontade férrea de castigar o culpado que põem noutros processos.
Companheiro Vasco, como sabe, eu não concordo nada com o que você escreve, não obstante, considero que você é uma pessoa muito inteligente, por isso nunca pensei que se pusesse tão a jeito. Depois de ler estes dois posts, só posso acrescentar uma coisa a um bom título:
Boa tarde, eu sou o Vasco Lobo Xavier, a TVI da Blogosfera, desde que tenha a ver com o nome do primeiro-ministro e excepto se isso tiver a ver com os processos referentes ao FCP e a Pinto da Costa.
Vasco, e na sua informada opinião qual dos dois critérios se deve aplicar ????
Devemos lutar para que se aplique ao "caso da capital" o critério que sempre criticou ou seja o tal das escutas sobre "fruta vitaminada" e visitas de arbitros a casa de Presidentes ???? o criterio que sempre julgou como errado ???
Ou pelo contrario, está a defender que o critério que faz sentido é o que actualmente rege o caso da capital ???
...e já agora só mais uma perguntinha de algibeira:
Vasco, sabendo (até por diversas prosas de sua lavra) que considera as escutas da "fruta vitaminada" ilegais...e portanto não servem de prova ! (embora nunca ninguem tenha negado o que lá foi dito!), gostaria de saber, em que medida é que agora valora e dá peso testemunhal a um tal "filme ingles" (ao que parece até era só som, e foi a TVI que acrescentou a imagem turva) ???
...é que estas dualidades, são as que de facto me fazem confusão !!!
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