É curioso verificar , nos comentários ao post anterior, que muitas pessoas têm dificuldade em aceitar o mundo como ele é. A salvação, religiosa ou comunista, desce sempre de um mundo ideal para o mundo real. Às vezes devagar. A IVG , mal ou bem, é utilizada como método de planeamento familiar. Recordo que isso mesmo foi denunciado pelos partidários do "Não" durante a campanha no último referendo. Só depois de aceitar o mundo como ele é, é que podemos tentar mudar alguma coisa, caso contrário tratamos as pessoas como se fossem diferentes daquilo que são. E isso, lembrava Isaiah Berlin, é tenebroso. Assim mantenho a minha opinião: se a IVG é utilizada como método de planeamento, é natural que ela aumente em tempos de aperto financeiro. Se a proibirmos ou dificultarmos, ela fará o seu caminho de outra forma. Não preciso de aturados estudos sociais para compreender isto.
Ó FNV: O ponto de partida deste assunto foi a sua crítica a um post da Maria João Marques no Cachimbo. Ela foi crítica quanto à utilização do aborto como método de planeamento; o FNV não. Ela demonstrou que não é possível saber que esse aumento se deve à crise, pq não se fazem essas perguntas a quem aborta a pedido; o FNV não. Ela lembrou que os defensores da vida alertaram para que esse aumento era inevitável, em face de uma lei permissiva; o FNV esquece isso, que é algo que salta aos olhos de quem tenha o mínimo de bom senso. Ela invocou a finalidade e utilidade da legislação como meio de "prevenção geral", tecnicamente indiscutível; o FNV esqueceu-o ou menosprezou-o. Ela salientou a evidência de que os defensores do aborto pretendem desculpar o aumento do número de abortos com a crise; o FNV cai na esparrela dos defensores do aborto. Ela chegou a dizer (ou, pelo menos, a deixar implícito) que se, de facto, os abortos tivessem aumentado por causa da crise, então isso ainda seria muito pior do que é a realidade: significaria que havia crianças a ser mortas e mães a passar por esse drama apenas por causa de questões financeiras; e que isso não era só uma vergonha para o País, era uma vergonha para cada um dos cidadãos individualmente considerados. A Maria João disse tudo isto. O FNV diz que não concorda, esquecendo todos os factos apontados. E, depois, vem falar de realismo.
Declaração de interesses: eu votei sim à despenalização do aborto até às 10 semanas, facto que me insere, seguindo a catalogação do comentário anterior, no universo dos defensores do aborto. Não é o mesmo mas adiante. O debate interessa-me em 2 aspectos. Primeiro: a percepção das pessoas sobre a realidade imediatamente postulada pela normatividade (legal ou científica é aqui indiferente) sobrepõe-se ao real mediato - o aborto só aumenta porque deixou de ser proibido e, por isso, é agora uma nova realidade nos estabelecimentos de saúde; se fosse proibido a questão nem se colocava. Segundo: se a acção real exorbita da definição conceitual (convencionada...) de planeamento ou a acção não existe ou a acção não é planeamento. Hipótese: afirmar que as mulheres ao fazer abortos estão a fazer planeamento não é rigorosamente exacto; mas já o será, afirmar que as mulheres ao fazer abortos estão a tomar providências de contingência para alinhar o seu futuro próximo com as suas próprias expectativas face a esse mesmo futuro.
Ahhhhhh eu concordo inteiramente com o seu post, mesmo vivendo num microclima muito particular e tendo muita dificuldade em tratar as pessoas como elas såo.
Quanto à parte do comentário da pêagá "eu votei sim à despenalização do aborto até às 10 semanas, facto que me insere, seguindo a catalogação do comentário anterior, no universo dos defensores do aborto. Não é o mesmo mas adiante." importa referir que não cataloguei como defensores do aborto todas as pessoas que votaram sim. Até porque muitas delas foram enganadas - prometiam-lhes a mera despenalização, e a lei que foi feita foi de liberalização do aborto a pedido, pago e incentivado pelo Estado. Mas de uma coisa não tenha dúvidas: o voto "sim" permitiu a existência da actual lei e, consequentemente, do ora reconhecido e constatado aumento do número de abortos. Tenho pena. Preferia não ter tido razão, se isso significasse menos crianças mortas. Mas, infelizmente, foi assim.
FNV, o teu argumento é simples. Em tempos de crise as pessoas têm menos vontade de ter filhos. Como o aborto também é usado como forma de planeamento familiar é normal que estes aumentem também. Não sendo possível desmentir o que dizes, duvido que tal tenha grande peso. Se a tua tese estiver correcta, então haverá menos mulheres a engravidar, dado que usam mais contraceptivos. Com um número menor de gravidezes, mesmo que aumento a percentagem de gravidezes que acabam em aborto não é claro qual o efeito final sobre o número de abortos. Aumentos e diminuições são compatíveis com a tua tese.
Por outro lado há uma hipótese bem mais simples. Havia algo que antes era ilegal, e que portanto tinha um custo bastante elevado (como o risco de prisão, o estigma social, o risco de saúde, etc), e que passou a ser legal. Ou seja, o seu custo baixou. Por outro lado, à medida que o tempo passa, e que a sociedade se vai ajustando, e que as pessoas se vão habituando, esse custo continua a baixar. Nada mais natural que, consequentemente, o recurso ao aborto se generalize um pouco e que haja mais abortos. A médio e longo prazo, e se as coisas forem bem geridas e estudadas, será possível desenvolver políticas adequadas para diminuir o número de abortos. Mas a curto prazo tudo o que está a acontecer a este nível era previsível. Com crise ou sem ela.
A questão passa, desde o início, pelo que significa para as pessoas em geral a Lei.
Ao estarmos a autorizar um comportamento que, pelo menos para mim, é claramente contrário à lei (ou àquilo que deveria ser a lei), estamos a alargar os tais métodos de planeamento familiar...
Se a tal IVG (ou o aborto como eu gosto de lhe chamar) for ilegal, essa opção deixa de constar do leque de muitas pessoas. Não quer dizer que por ser ilegal as mulheres vão deixar de o fazer, mas pelo facto de passar a ser legal tenho a certeza que vai aumentar o número de pessoas que passam a ponderar essa hipótese.
Quer queiramos quer não ainda há pessoas que temem a lei, têm um certo respeito pela sua vertente punitiva, outras há que vêem na lei normas de conduta e se conformam com elas...
Ao retirarmos estes dois "obstáculos" à comunidade estamos, certamente, a alargar o número de pessoas que colocam o aborto como opção e que antigamente não o faziam... quanto mais não seja por terem medo de serem apanhados/as...
A despenalização transformou um crime numa forma de planeamento familiar... do meu ponto de vista, planear alguma coisa passa por fazer um juízo anterior ao facto e não depois da existência do mesmo...
Planear não ter filhos não pode significar matá-los quando eles já existem...
Filipe, Julgo que o que terá impressionado nestes textos foi uma aparente submissão à realidade, ou uma aparente facilidade no tratamento do aborto como método de planeamento familiar. Julgo sabermos ambos que o aborto tem sido tratado como método de planeamento familiar (era isso que se pretendia, aliás, vulgarizá-lo até mais não). Só que isso, sabemos ambos também, é uma aberração e uma idiotice nos termos (não há maior exemplo de falta de planeamento familiar do que o aborto), pelo que é natural a indignação.
Quem te sabe ler sabe que em momento algum destes teus dois textos existe uma tomada de posição sobre o assunto, mas convenhamos que o aborto não adia as delícias da maternidade, acaba com elas. Voluntariamente. Abraços,
"Só depois de aceitar o mundo como ele é, é que podemos tentar mudar alguma coisa, caso contrário tratamos as pessoas como se fossem diferentes daquilo que são."
Um belo princípio, a que se opõem dois mil anos de angústia moral. Ainda havemos de descobrir que no cerne do conservadorismo está, não apenas a necessidade de aceitarmos o mundo como ele é, mas também o reconhecimento da tentação irreprimível de o negarmos. A paz chega-nos da mentira ou da verdade? Não tenho a certeza.
O problema é o termo "planeamento familiar". Como é que é possível associar o aborto, mesmo numa questão de estatística, ao termo planeamento? É que, na realidade, o aborto é o acabar com uma situação não planeada...
Pois é, trata-se de uma mera questão semântica. PLANEAR é PREVENIR, tomar medidas antecipadas, estabelecer uma agenda para controlar os acontecimentos, "agir antes de". Em qualquer domínio da vida. (e aliás uma coisa pouco portuguesa, eheh). Abortar a pedido não é planear, é a sua própria antítese. Pelo que IVG é igual a REMEDIAR. De facto, é sempre agir depois de.
(sejamos práticos:- não é essa mesma guerra que existe a propósito da questão PREVENÇÃO vs. TERAPÊUTICA, em tantas áreas? Na medicina geral, no ambientalismo, etc, etc, etc? E não é será essa a mais valia do conhecimento apriorístico?)
Alguém perguntava se a paz nos chega através da verdade. Eu acho que sim, como não? Aceitar o mundo como ele é é uma prova de lucidez. Mas resignar-se com tudo o que é, tal como está, é porventura não ter mais nada na cabeça do que instinto, igual a comer e dormir. Por isso mesmo é que não basta "ser contra o aborto". É preciso que depois se aceitem coerentemente as consequências dessa posição: - apoiar, acompanhar,e sobretudo não julgar nem condenar, perante as situações reais. Isso é aceitar a realidade tal como ela existe, mas é tb. não nos conformarmos com ela.
Isso , isso, não se conformem.Têm duas possibilidades: a) Prendem as mulheres que abortam. b) Voltam atrás no relógio ( digamos, 200 anos) e substituem a expressão material da felicidade por outra coisa qualquer.
Ai ai, lá vem o argumento-mor do 'vivem fora-de-tempo'... ;(;( Bem, mas eu só vinha aqui fazer uma adenda que já estava na linha de montagem (estou cheia de escrúpulos hoje, ñ sei se será mau sinal..) Quando eu dizia que «resignar-se com tudo o que é, tal como está, é porventura não ter mais nada na cabeça do que instinto, igual a comer e dormir», não estava a referir-me aos posts, é evidente. Os escritos tratam da realidade, e não vão mais além do que isso. Não entram em valorações éticas (como está implícito no acto de resignar-se ou recusar). - Certo? Análise psicoossocial, ' got the message. Aqui o "négócio" não é axiológico (embora quando eu concordo me apetecesse imenso que fosse… porque fica imbatível;);)
Para o Luís Aguiar-Conraria Não foi a despenalização que provocou mais abortos. Quem o faz agora, também o faria antes, aqui, nas condições que se sabe, ou noutro lado qualquer. O risco de prisão das mulheres que abortavam era praticamente inexistente (não só porque era clandestino e de dificil prova, mas também porque) o estigma social era menor do que é agora e o risco para a saúde era menosprezado. O que tinha de ser, tinha muita força e toda a gente conhecia alguém que o fazia. Ainda sobre o estigma social, outra coisa: parece-me que esse estigma existe mais agora do que dantes. Corrijam-me se estiver enganado, mas não me parece que antigamente houvesse tanto clamor, tantos movimentos pró-vida, tanta condenação das mulheres que abortam, tanta indignação com o “genocídio” das crianças como há agora. Nunca houve manifestações à porta das abortadeiras, antigamente, apesar de toda a gente as conhecer. Em contrapartida, muito pouco falta para haver manifestações à porta dos hospitais contra o dito genocídio. Quanto ao resto, acho um bocado bizantina essa discussão de se saber se o aborto é um método de planeamento familiar. Chamem-lhe o que quiserem. Mas já agora, diz a Teresa que planear é prevenir e que o aborto é remediar. A mim parece-me que para muitos o aborto é simplesmente planear uma vida menos difícil... E voltamos ao LAC que tem sérias dúvidas de que a crise provocou mais abortos, com o argumento de que a crise levaria à prevenção da gravidez, não ao aborto. Ora acontece que sempre houve mulheres que abortaram devido à “crise” (a maior razão sempre foi esta, digam o que disserem), as mesmas que nunca tiveram a “lucidez” suficiente para ter menos filhos recorrendo a métodos contraceptivos, que sempre houve também, mais ou menos sofisticados.
"ainda sobre o estigma social...". pois é, caramelo. escrevi aqui algo parecido há uns anos (na verdade, em medida blogosférica, já foi há uma eternidade)
FNV: "Então T.?" Então o quê? Não percebi nadinha! Só recentrei as suas escrevinhações (ou a minha interpretação de). Estávamos todos a arremessar-lhe com as questões éticas, mas não é essa a perspectiva por que as ditas têm de ser tomadas. - Ou enganei-me?...
Questão diferente é a terminológica e o que lhe está subjacente. Essa não convoca valores.É matéria de rigor semântico, e logo, tem a ver com a identificação das meras, nuas e cruas realidades. O agente que planeia não age depois, age antes de.
PS- Ai é? Só temos 2 opções caso não nos conformemos com a realidade? Ora essa! E o que é que quer que eu faça ao meu filho se ele engravidar uma amiga (e eu souber...)? Alínea a): - Meu querido, um erro terrível, seu negligente! Eu não lhe disse que "se beber não f..."? E que não pode comprar preservativos no super, que não prestam? (deve ser por isso que Sua Santidade é contra). Mas que ma-ça-da! Logo agora que vai para Princeton, nem pensar em ter essa criança e ficar amarrado! Só que desmancho é crime e eu acho muito bem. Uma afronta! Vá, pegue lá 2000 euros e vá a Madrid que ninguém fica a saber. A piquena ainda tem de lhe agradecer por não ir de cana!» Alínea b) «Filho muito amado, outros fossemos e chamaríamos a bruxa da Cumeada como faz o povo! Para com suas artes livrar a nossa ilustre família de tamanha vergonha! Mas não nos é permitido, entendeis? Deus, que reina acima de nós, é temível, e muito se agastaria com este crime sangrento. Devereis portanto deixar que as cousas sigam o rumo da mãe natureza e o infante venha à luz deste mundo cruel!» A continuação dependeria. Caso a donzela fosse filha d'algo: -«Casareis imediatamente, eu própria tratarei de preparar as cousas antes de se atentar no ventre e nas faces túrgidas» Caso contrário, se fosse filha das ervas (portanto e de certeza uma donzela fingida!): -«Deixareis essa criança nascer! Mas logo lhes daremos tecto, a esse infeliz e à mãe, numa das casas do fundo da quinta, lá para os lados do Cidral. É o que convém a todos. E é como Deus manda.»
Estou-me a ver na fotografia. E segundo vc, sem alternativas...;);)
Quanto à frase: "Não foi a despenalização que provocou mais abortos. Quem o faz agora, também o faria antes, aqui, nas condições que se sabe, ou noutro lado qualquer" demosntra um total desprezo pela função de prevenção geral que é reconhecida consensualmente na lei penal. E, para os leigos na matéria, basta lembrar o exemplo da lei anti-tabaco em espaços públicos: é um dado que a nova legislação anti-tabaco em locais públicos veio reduzir o número de fumadores. É claro que muitos continuam a fumar. Mas muitos deixaram de o fazer como consequência directa da lei (é mais difícil fumar no emprego, nos restaurantes, isto até faz mal, logo, vou deixar-me disto). É por isso que é genérica e não fundamentada a frase "se não houvesse a lei do aborto, continuariam a fazer". Uma parte dos que o fazem, fariam na mesma. Outra parte, deixaria de fazer abortos como consequência directa do efeito de prevenção geral que a criminalização representa. Era, portanto, tecnicamente previsível e inevitável que uma legislação mais permissiva levaria a um aumento de abortos como o que se verifica. E que uma legislação menos permissiva levaria a menos abortos. Muitos continuariam a ser feitos. Mas muitos não seriam. E, para mim, menos abortos significa menos crianças mortas e menos mulheres em inevitável sofrimento. O resto é conversa.
Ó Luís Gagliardini, o fumar ou não fumar depende (também), como bem diz, da disponibilidade dos espaços para o efeito. Há menos espaços, a malta começa a cortar. Isso é o efeito da lei que invoca. Outros factores que levam ao corte com o tabaco são a crise financeira e a cada vez maior preocupação com a saúde. Mas se quer aplicar ao aborto esse critério da falta de locais disponíveis, eu respondo-lhe que nunca faltaram locais para abortar. Mas o que mais me espanta nisto tudo é que os mesmos que falam em “genocídio de crianças”, ou coisa parecida, se fiquem pelo palavreado, o estritamente suficiente para criar o estigma sobre as mulheres que abortam. Chegarão a levantar o rabo das cadeiras e a fazer umas passeatas com uns cartazes com umas fotografias. Eu, preguiçoso que sou, não vou para a África ou o médio oriente pegar em armas contra genocídios, mas se estivesse convencido que perto de mim se matavam crianças em série, acho que faria qualquer coisa de mais efectivo. Há aqui qualquer coisa que não bate certo.
A médio e longo prazo, e se as coisas forem bem geridas e estudadas, será possível desenvolver políticas adequadas para diminuir o número de abortos. Mas a curto prazo tudo o que está a acontecer a este nível era previsível. Com crise ou sem ela. - LA-C
Caro LA-C
Não era inevitável um aumento tão significativo de abortos, não, pelo menos, se o PS tivesse tido o mínimo de bom senso na redacção da lei. A verdade é que o resultado do referendo apenas impunha a descriminalização do aborto até às 10 semanas quando realizados em estabelecimento de saúde aprovado pelo Estado.
Nada no resultado do referendo impunha que o aborto fosse gratuito, como é hoje por opção da maioria na assembleia, assim como nada impunha que não fossem obrigatórias consultas de aconselhamento, prévias à interrupção da gravidez. O Estado, melhor dizendo, esta maioria, facilitou estupidamente o aumento do número de abortos, recorrendo para mais ao dinheiro dos contribuintes, utilizado esse dinheiro para uma finalidade que ofende moralmente grande parte da população portuguesa, incluindo muitos dos que, como eu, votaram a favor da descriminalização. Mais do que isso, esta maioria criou uma verdadeira esquizofrenia legislativa, segundo a qual se subsidia o aborto até às 10 semanas e se continua a punir o mesmo com pena de prisão a partir dessa data. Lamento dizê-lo, mas tal como está, o quadro legal desta matéria é absurdo.
Nesse sentido, um eventual futuro governo do PSD deverá mudar a lei por forma a impor às mulheres que recorrem ao aborto, pelo menos, taxas dissuassoras que evitem a sua utilização como método contraceptivo, assim como a obrigatoriedade de consulta prévia de aconselhamento.
Por outras palavras, assegurado que está que nenhuma mulher é presa por fazer o aborto até às 10 semanas, é tempo de se pensar em respeitar, não só o dinheiro dos contribuintes como também, ainda que numa medida mínima, o valor da vida intra-uterina, que ninguém de bom juízo considerará irrelevante.
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