Não concordo nada com
esta leitura de Maria João Marques. Em alturas de aperto as pessoas fazem mais planeamento familiar. Parece-me óbvio. E como esse planeamento passa muito pela IVG, é natural que esta aumente.
Uma mulher nova, desempregada e sem filhos, e uma mãe com filhos, mas com o emprego na corda bamba e com o marido desempregado, tenderão, nesta altura, a adiar as delícias da maternidade.
Julgar que cancelando o aborto autorizado se resolve o problema, releva de um velho vício jacobino da compreensão da natureza humana: a política (de saúde ou outra) não nos impede de nos defendermos. E é de defesa que estamos a falar.