A complacência para com esta
gente do futebol é uma constante. Fossem pretos, ou ciganos, ou operários, e a polícia carregaria sem dó nem piedade. E isto já dura há muito tempo.
As estações de serviço das auto-estradas são vandalizadas num ritual obrigatório e o remédio é fechá-las; os adeptos esperam o autocarro da equipa adversária, em plena via pública, oferecendo pedradas, mas tudo faz parte do futebol; o chefe de uma dessas bandas vai a capa de revista dominical de um jornal de referência com o título "
Tem qualquer coisa de pop star"; os árbitros são sovados sem rebuço e a culpa é da comissão de arbitragem que não teve a sensibilidade necessária na nomeação.
Vendo bem, está tudo certo. A culpa é da sociedade criminógena de consumo imediato, a prisão não resolve nada, a maior parte dos vândalos são jovens e necessitam de compreensão e carinho.