Concordando mais ou concordando menos com as posições de alguns dirigentes, actuais e passadas, custar-me-ia muito viver num país onde não existisse o CDS e tivesse como únicas alternativas o voto no PSD ou a abstenção ou o voto em branco. O país precisa, mais do que nunca, da existência do CDS e de que as suas posições refreiem muito disparate da extrema-esquerda pujante, alicerçada no lado disparatado do PS e apoiada disparatadamente por alguns sectores do PSD. O resultado obtido pelo CDS, uma vez mais alcançado após um precipitado velório que as empresas de sondagens organizam sucessivamente sem vergonha alguma, é excelente. E Diogo Feyo merece-o, embora a Assembleia da República fique a perder.
Pois é, VLX, mas o espírito AD não é uma ficção, é uma realidade numerosa, corpórea, no sentido em que "pulsa" nas próprias pessoas anónimas que socialmente a materializam. Era fundamental interpretar isto e fazer um retiro reflexivo... Por Portugal. - Não concorda? Eu não ignoro que o CDS é muito mais pequeno e, compreensivelmente, põe as trancas na porta da “casa-mãe” (dimensão a que, et pour cause, está praticamente reduzido, apesar do talento inegável do grande actor lírico PP). Também o PSD vai conhecendo isso na pele, por causa dos desastrosos anos de Santana e Menezes e a ameaça de vazio total com PPC.
Sei igualmente muito bem que o CDS histórico e medular insiste em olhar para as diferenças e ignorar as afinidades entre os PSD e os seus. Cada um terá a sua matriz, mais ou menos evidente aos olhos de todos. O PSD tem os mesmos tiques de clã. Mas sabe?: - há que estabelecer uma ordem de prioridades quanto aos valores essenciais, comuns, de que alguns milhões de pessoas não abdicam. Num “grande partido” haveria sempre diferenças no plano da cultura social que à partida poderiam parecer fracturantes, mas serão mesmo? É assim que nos queremos distinguir? À base disso? Não haverá aqui uma construção completamente fútil, baseada em valores secundários e artificialismos? Ou estamos a falar de clubes e a eleger só as pessoas com quem éramos capazes de passar o fim-de-semana? Muitos PSD são radicalmente diferentes entre si: uns vêem-se como direita, outros como de esquerda; outros são liberais e outros intervencionistas; uns são católicos, outros ateus; uns mostram o que têm, outros reservam-no; uns dizem esposa, outros dizem mulher; uns perseguem a igualdade, outros batem-se pela fraternidade e há outros ainda, que jamais abdicam do privilégio da liberdade. Mas esta salada portuguesa produz uma massa espessa que, espantosamente, liga com facilidade e é coesa. Em que os componentes conhecem bem o que os divide mas sabem de ginjeira o que os afronta. E cerra fileiras quando toca a rebate. - Porque é que não pode ser assim, quando é o país que está em causa?
Lamento, mas o cds, infelizmente, é uma vergonha: consegue ficar bastante abaixo de comunistas e trotsquistas. E afinal bastava um rapaz mediano para aquilo levantar voo. O psd encontrou-o, mas para vencer os medíocres e as indignidades socretinas é preciso mais meia dúzia. De caras novas, que até podem ser de badochas inimigos das câmaras, desds que tenham lido livros e que feito alguma porra nesta vida. Estamos fartos de portas, melos, sócrates, vitalinos, junqueiros, teresinhas e aninas, candais, martins e passos que concluíram cursos aos 40 sabe Deus como, e de outros coelhos que começaram a 'trabalhar', para espanto geral, aos 44, para o tio Ângelo. É este o ponto: credibilidade. É isto que lamentavelmente falta também ao ethos dos moços do cds, formação intelectual, experiência de vida, carreira. Nada disto se arranja no parlamento ou nos jornais.
Claro que não! Quem cerra fileiras sem um comandante em chefe? Se certos caminhos se tivessem trilhado, os bater-com-a- porta teriam reduzido aquilo a metade, e não por ser época baixa, mas por questões de princípio. E está certo, há a tal onda que serpenteia ao cheiro do poder, mas e agora? Não começou a acontecer qualquer coisa? Esses, os que só cerram ao som do clarim da vitória, é que ficaram em estado catatónico. Não perceberam a tempo, embatucaram. Talvez vão a Santiago pedir intercessão, talvez façam uma plástica, talvez deslizem graciosamente à esquerda (com jeitinho, até o PS vai ficar com a roupa nova folgada e a precisar de gente). Eu estava a falar da AD. E se calhar a coisa não é um vintage. Falava de como as coisas poderiam voltar a ser, com uma dinâmica consciente contra aquilo que não queremos que Portugal seja.
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