Aristóteles, a propósito da reunião dos cidadãos para os actos eleitorais. Na Política, ( cap. 12 do Livro IV), o estagirita discorre sobre os vários modelos. É necessário adaptar linguagem e ambiente, mas compreende-se que o modelo mais próximo da democracia é aquele em que os cidadãos - o plenário - são todos chamados para resolver as grandes questões ( leis e assuntos de regime) enquanto outros orgãos decidem separadamente sobre outros pontos. Suponho que se Aristóteles fosse vivo recomendaria a Cavaco Silva que se fizessem eleições separadas. O problema não reside na poupança nem na incapacidade de o cidadão diferenciar os actos eleitorais. O que me parece perigoso é o povo, durante o processo de decisão e escolha, ser obrigado a misturar assuntos de regime com a localização de rotundas. Respeitar o sympheron - o interesse comum - em detrimento das agendas particulares é a primeira obrigação do governante.
Sou Filipe. Se fosse fácil misturar o combate à crise, ou a construção do TGV com a localização da nova rotunda de Paio Pires, ou com a eleição do sr. Bonifácio para a presidência da Junta de Almalaguês, estou certo de que não haveria problema na diferenciação dos actos eleitorais.Só que não é, e por isso o problema é filogeneticamente anterior.
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