Saiu hoje a Lei do Apadrinhamento Civil. Uma ideia boa que vai roubar a outros a denominação, travestida para o republicanismo jacobino tão ao gosto deste governo, e pautada por um infindável conjunto de disposições. Ou quase infindável pois, no prazo de 120 dias, ainda vai ser alvo de um próximo diploma regulamentador.
Contudo, corre já que o diploma vai ser rectificado, porquanto o atento legislador se esqueceu de regulamentar o gravíssimo problema das amêndoas. Com efeito, na referida Lei não consta a possibilidade da "criança ou jovem" receber do padrinho as amêndoas habituais noutras circunstâncias. Fonte segura assegurou-me que não foi esquecimento. Não. A questão prendeu-se com o facto de não ter sido possível conseguir-se um consenso quanto à data da sua atribuição. Está visto que, para este governo socialista, não podia ser na Páscoa. Pela proximidade e possibilidade de confusões afastou-se também, com profunda tristeza eleitoralista, qualquer data em Abril. Foi sugerido o dia 5 de Outubro, alterar a designação para “castanhas civis” e apresentar a coisa como uma conquista republicana, mas parte do governo receou que certos sectores associassem a data ao Tratado de Zamora e com isso não pactuavam. Explicado aos outros o que era esse Tratado, prosseguiu a discussão com a data de 10 de Junho, mas as crianças e jovens de hoje não sabem quem foi Camões. Depois era muito tarde para continuar a discussão, as cervejarias estavam a fechar, e a Lei saiu assim. Mas vai ser rectificada oportunamente.
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