Na declaração de ontem, o PR disse que nunca falou em escutas, pelo que não vejo razão para tanta urticária nos blogues fanático-engraçadinhos. O PR disse, isso sim, que não confia no aparelho rosa. Faz bem. Há por lá gente que consegue fazer milagres com tinta invisível, mesmo em documentos oficiais. Depois fez lembrar o dr.Sampaio: não se percebeu mais nada. A exortação de Goering, que o ingleses traduziram como acima se expõe, será um bom lema para os tempos que aí vêm.
Pelo pouco que entendi da comunicação presidencial, defeito meu por certo, foi que ninguém fala pelo presidente, logo tudo o que disserem todos os outros elementos não vale, seja dito de forma anónima ou não. Por outro lado tudo o que for dito por qualquer elemento do partido do governo seja ele um militante anónimo de Cinfães ou um deputado é uma tentativa de manipular, condicionar e diminuir o presidente. Computadores da presidência vulneráveis? Todos os computadores o são, qualquer criança sabe isso.
Continuam os exercícios de decifração. O discurso do presidente é a nossa pedra da roseta. Essa tua tentativa é das mais engraçadas que vi até agora: O PR nunca falou em escutas, claro. O que ele foi dizer é que não confia. Vai o homem à televisão dizer que não confia. Porque há por lá gente que consegue fazer coisas e assim e tinta invisivel e coiso. Olha vê lá se não te parece o terceiro profeta aqui desta peça: http://www.youtube.com/watch?v=fIRb8TigJ28
E para dizer que não confia era preciso uma comunicação ao país? Acaso alguém acredita que haja confiança entre as instituições ou mesmo entre as pessoas? Confiança? porque não amor? Somos todos crescidinhos.... Um segredo só está bem guardado quando não é contado a ninguém, pois toda a gente tem um melhor amigo.
Se não tivesse havido a manchete do Público de 18 de Agosto de que presidência temia estar a ser vigiada pelo governo, nunca o que disseram dois deputados do PS dos assessores de Cavaco seria um caso merecedor da comunicação de ontem. A coisa seria desvalorizada e interpretada como a luta político-partidária normal, em véspera de eleições. Porque, segundo a maioria dos entendidos, não havia nenhum mal em os assessores de Cavaco colaborarem no programa do PSD e porque isso nem sequer era segredo, fora noticiado no Semanário e o próprio PSD gabou-se dessa notícia no seu site oficial de campanha. De facto, só com a notícia do Público é que se quis dar importância às declarações daqueles deputados, ligando-as às suspeitas de vigilância. A meu ver, um absurdo que ilustrava bem a falta de consistência da manchete do Público.
Ora, tivesse a notícia do Público sido desmentida de imediato por Cavaco Silva, como foi ontem, dizendo que nunca falou sobre suspeitas de escutas ou qualquer vigilância e que ninguém do "staff da casa civil" está autorizado a falar pelo presidente, e o caso tinha morrido. Os portugueses ficariam mais ou menos descansados. Ao não ter dito nada o presidente alimentou a especulação sobre o assunto e a sensação de que a notícia podia ser verdade. E foi nesse caldo, criado pelo presidente, por omissão, que surge a notícia do DN a demonstrar que Fernando Lima, supostamente a mando de Cavaco, e o Público inventaram mesmo um "disparate de Verão". Concluindo, se este caso chega ao ponto esquisofrenico a que ontem assistimos, o principal culpado disso tem o nome: Cavaco Silva.
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