Não peças a morte a Deus nem chuva por São Mateus. Perdemos sempre: uma estraga a vida, a outra estraga o vinho. Não me venham com a história do snobismo: estes quinze dias de arruadas, reais e mentais, não trazem nada de útil. Houve tempos em que foi necessário o contacto de rua, o envolvimento aberto dos políticos com os eleitores, os exageros. A campanha, hoje, é tão produtiva como uma dor de dentes. Só a nossa tendência para o conformismo explica a manutenção de uma situação de deliquescência mental-eleitoral. Já não se distribuem tantos brindes, mas isso esconde apenas o que ainda se continua a distribuir: subsídios para estupidez geral. Note-se que a par deste arcaísmo sobreveio uma nova tendência: a propaganda mascarada de procura da verdade. Neste período, as moscas-jornaleiras sabem bem que têm de aproveitar o seu curto ciclo de vida.
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