Nos
comentários a esta sondagem, o jornalista diz que o debate de amanhã pode ser decisivo e ajudará "os dois líderes a angariar ou não novas simpatias". Vejamos:
1) Tenho visto, ouvido e lido o que agora se diz sobre o estilo de MFL. Parece que descobriram subitamente que o que antes era uma "absoluta falta de jeito para a política" e uma "incapacidade resinosa de comunicar" é agora o seu maior trunfo. Chamam-lhe "autenticidade". É curioso que politólogos e analistas tão experientes tenham sido surpreendidos desta forma. Não sou politólogo nem analista, mas sempre me pareceram óbvias as qualidades de MFL. Quando concorreu com Santana e Menezes
escrevi isto. Depois
escrevi isto.
2) Utilizo a técnica que Orwell descreve em
Politics and the English Language (
Horizon, Abril 1946). Se o pensamento corrompe a linguagem, a linguagem também corrompe o pensamento. As frases feitas, a ilusão, os eufemismos as metáforas cansativas, os chavões : o nosso anestesiado cérebro só se defende se estiver permanentemente de pé atrás.
A linguagem simples e franca, ainda que retoricamente pobre, de MFL é um antídoto natural contra a corrupção do pensamento.
3) Tratar os líderes políticos como angariadores de festas-tupperware pode servir os propósitos de media anestesiados e de líderes que corrompem o pensamento através da corrupção da linguagem.
MFL não vai precisar de corromper nada; nem de angariar nada.