O PSD é o único partido político que eu conheço cujos membros se esforçam arduamente para perder eleições caso não vão à bola com a direcção do momento. Nos outros partidos não é assim. Até no PS, Manuel Alegre, que obviamente não tem a mais pequena consideração por Sócrates, sua personalidade e percurso, apareceu em campanha socialista mais ou menos ao lado de Sócrates, apelando ao voto da melhor forma que conseguiu ("entre Manuela Ferreira Leite e Sócrates vote-se Sócrates" – cito de memória).
No PSD nem isso se consegue. Primeiro, desbarataram a onda iniciada por Paulo Rangel. Depois, aqueles que simplesmente não gostam de Ferreira Leite ou então entendem que eles é que deveriam estar no seu lugar (para o qual não se candidataram a tempo, por acharem que não era o tempo certo, ou candidataram-se e perderam) minam-lhe o caminho sem dó nem piedade. Tenho por certo que eles depositam imensa esperança no pregão que Marcelo Rebelo de Sousa inventou e anda a distribuir há umas semanas (o próximo governo é só para dois anos). Pretendem de Ferreira Leite um mau resultado, o país que se lixe com mais dois anos de Sócrates, porventura (ainda mais) manietado pelo Bloco de Esquerda, e, daqui a dois anos, contam aparecer como salvadores. A coisa pode-lhes correr mal (e ao país correrá de certeza) mas é lá com eles.
O que não faz sentido, no meio da barafunda e cenários que os barões do PSD estão lá a cozinhar, é virem dizer que não é importante votar no CDS. É importante votar no CDS, é mesmo muito importante, pois ao menos, e aparentemente ao contrário do PSD, o CDS quer ganhar as eleições e tem feito por isso.
Pois é, nesta última etapa em que quase acredito que o tecto me caia sobre a cabeça, o que escreve parece descrever a realidade. Será da forma como escreve, será da hora, será mesmo o conteúdo...? mais um argumento de força a baralhar o sistema. Desculpem a invasão, mas descobri este blog de "nomes" familiares e tenho andado por aqui, até agora só a ver... hoje atrevi-me.
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