Continuo a pensar que não há alturas ideais para
discutir questões de direitos civis. Quem julga que é necessário um certo grau de humidade, ou a melhora da economia, para discutir a reinvindicação de direitos por parte daqueles que se julgam discriminados, não deve participar da vida política democrática.
O efeito deste tipo de oposição até é precisamente o contrário. Se estamos numa altura economicamente difícil, então deixemos os homossexuais casar à vontade e sigamos rapidamente para a discussão dos tais assuntos mais importantes. Se alguns se opõem a essa concessão, que façam campanha, que refilem, mas que participem.
Num país que durante meio século não discutiu porque não podia, e que a seguir discutiu pouco porque quem não fosse socialista era fascista, discutir é o que faz falta.