Parece evidente que as bases e o eleitorado fiel não constituem matéria suficiente para que o PSD volte a ser governo. E ainda bem, porque o partido poderá, finalmente, pensar sossegado. A minha perspectiva é a de um vulgar e anónimo cidadão que tem a sorte de ser lido por alguns leitores de blogues. Isto significa que não sou bem relacionado nem influencio ninguém. Sou, portanto, primo do famoso "Zé" ( José até é o meu primeiro nome). Também significa que não sou o verdadeiro "Zé": esse não lê blogues, mas decide eleições. Se um cidadão quiser colaborar com o partido tem a noção exacta de que não é bem vindo. Isto acontece porque o cidadão sabe que o partido promove uma carreira. Ora, um cidadão que já tenha uma carreira não está interessado noutra. A carreira vê-se todos os dias. Desde os microcéfalos que porque colaram muitos cartazes hoje são deputados, até aos penduras que buscam, com tenacidade de podengos, uns gramas de poder e notoriedade. O que quero dizer é que a contribuição desinteressada é vista como sarna. É alienígena ao ambiente reticular de compromissos, facções, serventias e traições. O que me impressionou na experiência MFL não foi a guerrilha que lhe fizeram. Essa é uma planta nativa no ambiente local. O que me impressionou foi que as críticas à forma, ao conteúdo e ao método utilizados por MFL foram francas: aquela gente não quer um chefe que diga a verdade, que não prometa leite e mel, que recuse fazer gracinhas para os media. Por último, a ideologia. Alguém, no seu juízo perfeito , julga que uma alcateia de lobos produz ideologia? O partido terá, daqui a uns anos, um conjunto de leituras da realidades e um punhado de princípios orientadores se estudar e recolher ideias. Caso contrário continuará a ouvir. O uivo dos lobos.
«... a contribuição desinteressada é vista como sarna.» É a norma, conceda-se, cheira a concorrência. Mas tem a certeza?... Será que Vc. - ou digamos então que todo o cidadão -, pode dizer que nunca respondeu 'não' a um pedido de colaboração desinteressada? Mesmo, mesmo nunca, jamé?
«que me lesse» não; «que me lessem», não será antes isso? Pequenas nuances. OK, não era de cerimónias iniciáticas que eu falava, era exactamente do que você escreveu. As you well know. Estou-me até a lembrar de um post seu antigo de uns meses, lá pela Primavera, em que eu apostaria que... Mas pronto! Nada de ciganagens.
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