José António Saraiva costuma deixar na Tabu reflexões pessoais interessantes, de pessoa vivida e experimentada, concorde-se ou não com elas. Na desta semana vejo que passeia os dedos pela ferida sem no entanto dissecar o mais relevante. Discorre o jornalista sobre a possibilidade da aplicação das regras do casamento civil à união de homossexuais do mesmo sexo e recorda a influência de Fernanda Câncio sobre o Primeiro-Ministro relativamente ao assunto. Mas não vai mais além. Eu vou.
Num país civilizado, qualquer um se sentiria incomodado se a mulher, amante, amiga, namorada, uniã de facto ou o que fosse usasse o seu poder sobre um Primeiro-Ministro para o levar a tomar decisões políticas ou outras numa ou noutra direcção. Seria grave se a namorada do Primeiro-Ministro lhe telefonasse a pedir favores para determinado licenciamento de um primo ou amigo inglês, ou a pedir para que determinado sucateiro lhe fosse recolher o lixo. Mas não será igualmente grave que a mesma pessoa envide todos os esforços para que o PM adopte determinadas opções legislativas face aos comportamentos pessoais? Que sentirá o pobre do Sócrates ao chegar a casa, diariamente, cansado, e a ter de ouvir "Ó Zézito, já trataste do casamento dos meus amigos homossexuais?"
Claro que Fernanda Câncio faz exactamente o que lhe vai na cabeça e defende há muito, e que não existem nem ela precisa de envelopes para desenvolver as suas posições e ideias, mas terão elas influência nas decisões do Primeiro-Ministro? Exercerá Fernanda Câncio lóbi sobre o PM? Será Fernanda Câncio vítima de um lóbi organizado relativamente a este assunto por força da sua relação com o PM? Decidirá o PM numa ou noutra direcção por força dessas pressões? Para não ter chatices em casa? Para poder jantar sossegado? Será por isso que não quer referendos?
O PM veio dizer que certos sectores da sociedade só querem referendos quando lhes interessa. Mas pelos vistos José Sócrates recusa aos portugueses o seu direito ao referendo quando não lhe interessa. A ele ou à Fernanda Câncio.
Não concordo contigo, Vasco. O titular é José Sócrates.Se não nos deve interessar absolutamente nada com quem ele se deita ou quem ele vai ao cinema, também não nos deve interessar absolutamente nada o que tal pessoa pensa ou deixa de pensar. A responsabilidade é exclusivamente de JS. Enfim, isto sou eu a falar, um liberal à moda antiga.
Ou isto é um fraquíssimo momento de humor, ou o senhor é um pulha. Eu abomino Sócrates até à última fibra do meu ser, e o meu blogue atesta-o bem: mas esta obnóxia alusão a um eventual legiferando feito para impressionar a namorada é a torpeza magna. E que seja Fernanda Câncio, ou a mãe, ou a tia, ou a mulher-a-dias de José Sócrates quem lhe falou na inclusão da despenalização do casamento gay? Que tem isso? O que importa é que a proposta foi apresentada no programa do Governo. Se lá foi parar por aturada reflexão ética do PM ou por sugestão da namorada é integralmente irrelevante - sendo qualquer alusão com sentido depreciativo a essa possibilidade tão-só uma forma de reduzir a política ao nível intelectual da revista «Caras», num exercício da mais eminente baixeza e falho de qualquer pudor. Termino como comecei: o seu escrito é ou um fraquíssimo momento de humor, ou uma pulhice asquerosa.
Este post ainda consegue ser mais miserável do que o de José António Saraiva. Se julga que tem um golpe de asa superior ao do arquitecto, prepare-se (em sentido figurado) para o tombo que pode advir dessa sua prosápia desmedida e calculada.
Olá Filipe, folgo imenso em ler-te. Não é esse o ponto. Não me interessa com quem vai o PM ao cinema, mas interessa se o PM arranja bilhetes grátis aos amigos para o cinema: é essa a questão e é isso que eu estou a comparar. Seríamos todos contra (julgo) se um qualquer PM licenciasse, aprovasse, permitisse qualquer actividade económica à sua cara-metade, familiar, parente, amigo, ou favorável aos interesses deles. Em matéria de costumes e comportamentos é a mesma coisa. Havendo, junto de qualquer PM, uma pessoa tão embrenhada em determinado assunto, é completamente legítimo que os outros se perguntem até que ponto a influência é legítima. Repara que quer o assunto trate de economia quer trate de outra matéria, a coisa vai sair no diário da república: é igual. A pressão para se aprovar um diploma a permitir um qualquer licenciamento é exactamente igual à pressão para se aprovar um diploma a permitir outra coisa qualquer. Daí que se exigisse uma cautela diferente: já nem interessa o que se exige à mulher de César – é o que se exige ao próprio César, face ao comportamento da mulher.
Perante isto, que é o que eu acho, e perante a importância do que se discute (que não é propriamente uma alteração da taxa de impostos ou qualquer outra coisa que um governo seguinte possa andar a mudar ao sabor do vento), não deixa de ser estranho que um PM se recuse a fazer um referendo sobre o assunto. O PM, ou alguém por ele.
Post scriptum: e àqueles outros que preferem utilizar esta livre caixa de comentários para o insulto ao invés do debate, a bengala está a postos. A resposta escrita nunca mais.
não consigo acreditar como é que pessoas, que julgo lúcidas, possam escrever coisas destas. Podem odiar o homem, a companheira ou o raio que os partam, mas pensar que a legalização dos casamentos gay se deve à pressão que a Câncio coloca em Sócrates é de uma infantlidade e mediocridade assustadora. VLX, eu falo em avanços sociais, em respeito, liberdade.
Estupendo! Primeiro tem tiradas de boçalão ordinário, e quando o chamam pelo nome ameaça com pancada. Não se aflija, que não o temo. Nem me tema a mim: bater num raquítico que precisa de bengala para se locomover é cobardia que não cometo. Eu, ao contrário de si, sou um homem asseado, física e moralmente.
Ponto 1 : ...e se a Fernanda fosse contra os casamentos agora em discussão?
...se a Fernanda pedisse o referendo?
Estaria o Vasco preocupado com os "Lobbys" ?
Ponto 2: Segundo me pareceu, o que o Vasco acharia correcto era: a ) "QualquerSenhora" tem opinião, é cidadã por inteiro.
b ) "QualquerSenhora" apaixona-se pelo PM.
c ) Assim que começam a namora, "QualquerSenhora" tem de deixar de ter opinião.
É isto que o Vasco acha correcto e normal ???
É que se for parece-me um bocadinho assim pró primitivo, digamos que uma visão "pré-historica".
Só mais uma pergunta: O Vasco, pelo raciocinio que desenvolve, pelos vistos deverá já ter analisado od conjuges/namorados/amantes de todos os politicos que já apoiou, certificando-se que ou não faziam "lobby" ou se o fizessem era no sentido do que o Vasco desejava. Certo, não é ?
Bem, o VLX levanta aqui uma questão pertinente, relacionada com a tagarelice das mulheres e a sua mania de opinarem por tudo e por nada, coisa que em qualqer circunstância é aborrecida, mas que se torna mais séria quando falamos de mulheres ou namoradas de politicos. Proponho duas soluções à escolha:
1. Sujeitar toda e qualquer decisão do PM a escrutínio popular, porque se a gaja pode opinar junto do gajo, a gente também deve poder.
2. Consagrar constitucionalmente o dever da gaja caminhar três metros atrás do homem, e reservar-lhe no apartamento, ou em São Bentto, uma câmara à parte para dormir e conversar com as amigas, sem acesso à internet, claro. No máximo ao facebook, para colocar fotografias de gatinhos fofinhos.
Só me ocorre um comentário a este inqualificável post: é de enaltecer a democracia (uma vez mais) que permite todas as opiniões, incluindo as mais infames possíveis. Carlos Laia
Mas esta cena do se-me-cruzar-contigo-na-rua-dou-te-uma-bengalada, está a tornar-se uma epidemia, não é ó FNV? É a sindrome José Maria Martins? ;) Eu juro que um dia gostava de assistir a uma cena dessas ao vivo.
Têm graça, mas não é nada disso. Se a cara-metade de um PM fosse publicamente uma acérrima defensora de uma determinada empresa, seria estranho que o PM, ainda mal arrumados os cartazes da campanha, fosse a correr atribuir a essa empresa qualquer vantagem (principalmente num momento em que o país precisa de coisas bem mais importantes). Limito-me a comparar as situações. Para contra-argumentar, apresentaram-se piadas, truncaram-se as minhas afirmações e proferiram-se insultos. Isso faz-me pensar que estava mais perto da verdade do que imaginava.
Se a cara-metade de um PM fosse publicamente uma acérrima defensora de uma determinada empresa
Uma empresa não é um princípio, seu rematado animal! Ser-lhe-á assim tão difícil entender que uma coisa é influir junto do poder para favorecimento de um particular e outra é tentar fazê-lo adoptar determinados fundamentos para a sua acção política? Uma coisa é a proposta de determinada fundamentação dada à acção, outra é a busca de uma acção injusta. Isto é claro para qualquer pessoa minimamente inteligente. Até para si. Se não quisesse, parvamente, tentar sustentar uma posição indefensável a despeito da sua objectiva estupidez, há muito o teria reconhecido. Eu sou contra o casamento entre gays, mas não é com este tipo de torpeza que se sustenta essa posição: é, aliás, com procedimentos como este que se descredibiliza a causa e se dá argumentos ao outro lado quando assevera que os detractores da coisa só a repudiam por acinte, sem terem argumentos sérios.
VLX, não é o facto de alguém brincar com situação, ou truncar o que diz, ou o insultar que lhe dá razão. Seria demasiado fácil. A questão é que o PM e namorada têm, pelos vistos, a mesma opinião sobre o assunto, é simples. A namorada escreve em blogues e jornais, manifestando a sua opinião, e o PM decide também de acordo com a sua opinião.
Um tipo irrita-se e escreve uma (grande) parvoíce. A mim já me aconteceu bastas vezes (e ainda mais quando me ocorre a figura deste engenheiro. Ainda que haja outros "doutores e engenheiros" que também ...) Mas - e não me venha com a bengala, por favor - este post é mesmo um espalhanço. "Delete" (versão internética do "dar a mão à palmatória") não seria mal pensado.
Vasco, sem qualquer tipo de humor ou piada volto a perguntar:
- Se a Fernanda fosse acérrima opositora dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo? Se a Fernanda fosse acérrima opositora do referendo? ...iria escrever este posts indignado ?
(...acrescentando apenas que por falar em "truncagem", parece-me que a posição da Fernanda é suportada por vastissimas declarações, bem prévias á ultima eleição do PM.)
Declaração de interesse: O casamento agora em discussão é algo que não me importa muito. Já a Honestidade Intelectual é algo que me preocupa bastante! É um bem cada vez mais raro...
O Vasco não precisa de defesa, mas sempre acrescento que está tão perto de ser um pulha quanto o Fóculporto de jogar bom futebol. E agradecia, na minha qualidade de lobo do mar activo há mais tempo, que os comentários fossem sobre o texto e não sobre a pessoa, salvo figuras de estilo, naturalmente.
Como dizia o anúncio (do restaurador Ólex, salvo o erro), Filipe, "pois olhe, não parece e já estamos servidos"... E nós (também) somos o que escrevemos, o que opinamos, ora tente lá isolar o animal do não-sei-quantinhos-martins dos textos que escreve.
Não é isso, delfux (e Caramelo), atenta a situação que se discute e a posição extremada que Fernanda Câncio tem sobre o tema, parece-me de maior prudência e cautela o PM deixar ser a totalidade dos portugueses a decidir, por via do referendo. Evitava que se colocassem dúvidas (e as minhas são perfeitamente legítimas, não obstante o que aí vai na caixa de comentários) e permitia-se aos portugueses discutirem a sério o assunto. Em contrário, não se venha com o programa do PS: desde logo porque há imensos eleitores (e mesmo eleitos) do PS que não concordam com a direcção que se está a tomar.
Se há questão que merece referendo, é esta. Isto não é uma questão para ser tratada de uma forma por uma determinada maioria, para vir a seguir outra maioria e alterar tudo, e mais tarde outra maioria fazer tudo retornar ao início, e assim por diante. Isto não é uma questão de alterar uns pontos nas taxas dos impostos, que posterior governo possa alterar, e o seguinte igualmente: é um assunto para durar. Sendo assim, não deve ser tratado de fora ligeira por uma maioria, convém ouvir os portugueses. Aqui chegados, e face às posições de Câncio (legítimas, concorde-se ou não, não é isso que está em causa), é legítimo também uma pessoa perguntar-se até que ponto elas influenciam o PM. Simples como isto, caros Delfux e Caramelo, concordem ou não.
Ó Ana Matos Pires, você é muito engraçada. Estará você convencida de que toda a gente concorda com o que você escreve? Ou que pelo facto de não concordarem com o que escreve têm o direito de a insultar? E pensa que nesta nau as pessoas que aqui escrevem andam a fiscalizar os textos ou as opiniões dos outros? Este blog não é desses, já o frequenta há tempo suficiente para saber isso.
Oh VLX, se alguém escrevesse um post a chamar a atenção para a influência negativa que a sua mulher/concubina/amante/parceiro ou galifão(escolha o que lhe convém que eu nada sei- nem quero saber - da sua vida privada)exerce sobre si uma influência negativa, "obrigando-o" a escrever artigos contra a namorada do Sócrates porque tentou dar uma voltinha com ela e a rapariga rejeitou-a/o, você achava que era digno?
Qual é a lógica do seu artigo? Que o Sócrates deve viver sózinho num palácio hermeticamente selado, para não sofrer influências? Ou quer ser você a definir os tipos de influências a que o Sócrates pode sujeitar-se na sua vida pessoal? Tenha dignidade homem, que é uma coisa que os da sua laia têm sempre na ponta da língua, mas raramente demonstram.
É contra o casamento dos homossexuais? Defenda os seus argumentos (olhe que os há) em vez do insulto e da rasteirice. O que lhe devia doer é que os xuxas anunciaram no programa eleitoral que iam avançar com o casamento dos homossexuais e vocês não avançaram que exigiam um referendo...
Oh VLX, acabei de ler a comparação com a empresa privada e as ventagens atribuídas putativamente pelo PM. Só espero que você esteja (de má fé) a tentar safar-se. Afinal, todos temos os nossos maus momentos e não é fácil admiti-lo...
Porque se acredita mesmo na comparação com a hipotética influência "ideológica" da namorada do PM... então é proque me enganei completamente. Sempre o tive em consideração como um homem inteligente...
VLX, eu não vejo em que é que a opinião da FC é extremada. Para a FC o casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma questão de consciência e liberdade a tratar entre dois individuos adultos e conscientes. Os que defendem o referendo, pretendem introduzir nessa união uma formula alargada do tradicional “quem se opôe se pronuncie agora ou se cale para sempre”, do matrimónio. A primeira posição parte do princípio de que somos uma sociedade já suficientemente adulta e que esta não é mais do que uma etapa do caminho da liberdade e responsabilidade individual que a nossa civilização vem fazendo, não constituindo nenhuma ruptura. Neste sentido, não seria diferente da introdução de regras facilitadoras do divórcio, por exemplo. A segunda parte do princípio de que ainda devemos perguntar à comunidade se cada um de nós deve ser livres e em que grau. Eu estou do lado da FC. Quanto à influência da FC no Socrates, discutir isto só teria alguma utilidade se desconfiássemos que o S. decide sob suborno ou sobre tortura. Fora isso, questionar os mecanismos mentais da formação da consciência e das opiniões do S. parece-me inutil e perigoso caminho. Se é lobbying da namorada, dos amigos, dos companheiros de partido ou do seu motorista, ou se é já sua firme convicção desde criança, que interessa isso?
VLX, não percebi: quer dizer que sempre que um cidadão tenha dúvidas sobre a fonte de influência uma decisão política do 1ºMinistro, é legítimo pedir um referendo para ver se o resto do povo concorda com ele?
Acaba de dar mais uma data de votos de simpatia a José Sócrates, mas enfim, quem não sabe fazer Política, faz politiquice.
olhe: se eu viesse a ser alguém de relevo neste país - o que nunca vai acontecer -, acha que teria o direito de escrutinar acerca de QUEM eu escolheria para o meu mundo de afectos porque isso talvez influenciasse as minhas decisões sobre o país? já se apercebeu da mosntruosidade do seu raciocínio? começo a ficar preocuapada acerca do tipo de regime político que o seu inconsciente perfilha.
Caramelo, Não acha que a FC assuma uma posição extremada na discussão sobre o tema? Eu acho. Não a critico, julgo até que é feitio ou personalidade, mas acho. Digamos então “vigor”, o vigor que põe na discussão, prefere assim? Temos obviamente uma posição diferente relativamente ao que consideramos ser uma sociedade adulta e civilização. Talvez até sobre liberdade. Mas eu não estou a discutir nem a criticar as suas opiniões, cada um tem as suas e cada um é livre de as exprimir (eu menos um bocadinho, face à enxurrada de epítetos que me atiram aí nos comentários, mas também sou livre de dizer o que entendo). E continuo na minha: FC é livre de defender exactamente o que entender e fazê-lo da forma que prefere fazer, como todas as outras pessoas (com excepção deste modesto escriba). É conhecidíssima a posição de FC. É legítimo que me pergunte até que ponto isso influencia ou pode influenciar o PM (não tem a ver com tortura ou suborno). Como seria legítimo perguntar-se sobre um outro qualquer PM, em qualquer outra circunstância, estaria a (por exemplo) favorecer as empresas dos amigos da mulher, que reiteradamente apregoava a sua defesa. São perfeitamente comparáveis as situações. Tão perigosamente comparáveis que chovem pedras, e mingam argumentos nesta caixa de comentários.
No caso, já não seria legítimo questionar-me se o PM viesse dizer que, face à relevância do assunto, os portugueses deveriam discuti-lo e decidi-lo em referendo. Como o assunto merece: imagine que depois deste vem outro governo que decide alterar tudo outra vez? Não valia mais ter a legitimidade do resultado de um referendo?
"chovem pedras, e mingam argumentos nesta caixa de comentários" ... está um mar revolto. VLX o argumento que V. coloca não só é deselegante como é nulo, como quer que seja contra-argumentado? Fernanda Câncio pode ter sido influenciada por José Socrates neste aspecto, o qual utiliza os seus dotes jornalisticos para propagandear uma causa que lhe é querida. Nao acha? Ou por outra, há qualquer decisão, ou opinião, de qualquer primeiro-ministro que não possa ser decisivamente influenciada (segundo o seu registo) pelo seu conjuge? Será que Sampaio demitiu Santana Lopes devido à opiniáo de Maria José Ritta? Etc e tal
Olhe, eu leio com muito agrado este blog há náo sei quantos anos e não acredito mesmo que V. nao esteja num mero finca-pé. Deixe-se de coisas, se não quer fazer marcha atrás siga em frente
Olá JPT, Se Maria José Ritta andasse todos os dias a escrever na blogosfera e nos jornais contra Santana Lopes, se fosse invariavelmente a programas da televisão atacar sempre e duramente Santana Lopes, se estivesse declarada e assumidamente juntos dos grupos e associações que detestavam Santana Lopes e exigiam a sua demissão, se, nessas hipóteses, Jorge Sampaio, recém-eleito Presidente da República, com muitos outros problemas mais prementes e importantes para o país, fosse imediatamente demitir Santana Lopes, era naturalmente legítimo que qualquer um pudesse questionar-se se não o teria feito por pressão e para agradar a Maria José Ritta.
Como vê, o meu argumento não é nulo nem deselegante. Aliás, faz-me sorrir a acusação de deselegância face ao chorrilho de coisas que aí em cima os supostos amantes da liberdade já me chamaram. Você é muito simpático.
VLX, não há cá grande tradição de mulheres de presidentes opinarem em jornais ou em blogues. Quando muito, escrevem uma coisas sobre a fome das criancinhas no mundo. Isto, mais do que ma questao institucional, é uma particularidade cultural nossa (e não só, é verdade). Mas não sabe com o que atanazam a cabeça aos maridos debaixo dos lençóis, pois não?
Lembrei-me agora da Eleanor Roosevelt, uma das mulheres de presidente que muito terá influenciado o seu marido nas suas politicas, de forma batante pública, até. Ou que simplesmente apoiou e incentivou as convicções do marido.
Para a Ana Matos Pires: não compare o Vasco ao JMM. Se já leu o JMM nem por sombras faça uma comparação dessas. Referendo? Isso é outra discussão, Vasco.
a.não acho a mesma coisa discutir a pertinência da argumentação (ou a sua elegância) num dos meus blogs do que a dos seus comentadores; b. ficou com a letra de um exemplo. o que quis dizer é que o seu argumento pode ser virado ao contário com tanta pertinència, é infalsificável, se assim quiser. c. finalmente, fernanda câncio até pode influenciar o PM. Isso não retira qualquer legitimidade ou probidade à questão (a qual é uma seca, mas enfim). Choca-me muito mais que ela chame filhodaputa a um bloguista que critica o PM (naquela luta 5 Dias vs Jugular) [bloguista ao qual, em infeliz momento também chamei isso, mea maxima culpa] e depois apareça no noivado de campanha para humanizar o engenheiro. Isso sim é estralhaçável.
Bem, já aqui tri-comentei, chega. Cumprimentos e melhores ventos
Caramelo, a tradição já não é o que era... ;))) E eu não o imaginava tradicionalista... ;)))) E é muito bom que não escrevam só sobre a fome das criancinhas. JPT, como deve imaginar, não me interessa a vida pessoal de FC. Respeito as suas opiniões (de JPT), concorde ou não com elas, e registo que afinal, então, o meu argumento não era nulo.
Como é, JPT? FC chamou fdp a um colega de blogue só porque este criticou o PM? Lembro-me vagamente da bagarre no 5Dias mas nem sonhava que a coisa tinha sido assim. Muito me conta...
Não estava a fazer uma comparação, Filipe, sugeri-lhe um exercício, apenas isso. Agora deixo-lhe outra sugestão, não emprenhe pelos ouvidos, como se costuma dizer, eu estava lá e asseguro-lhe que a informação passada pelo JPT não é verdadeira - está tudo à distância de um click, é procurar.
Não ligues a esta malta excitada. São estes que não hesitam em reconhecer os méritos de Hilary Clinton quanto a certas influências quando o marido era Presidente...e outros casos que tais. Há muita gente que concorda contigo mas com dúvidas, por não acreditar no aparente relacionamento como um normal relacionamento heterossexual...
Você é uma besta. Explico porquê: Porque mistura compra de favores políticos e corrupção como os casos que cita, com a expressão livre de ideias sobre este ou qualquer outro assunto, sejam da parte de uma namorada de uma tia ou do padeiro.
Luís Graça: naturalmente que todos somos influenciados por tudo, isso é normal. Acontece comigo e , calculo, consigo. O problema do Vasco é outro: considera isso um lóbi do qual devemos suspeitar. Não concordo e não me considero "malta excitada".
Acho uma graça imensa a grunhos que, não conseguindo articular argumentos, arrotam insultos nas caixas de comentários. Pena que sejam tão pouco imaginativos.
claro que um macho man tipo vasco não se deixa influenciar. tudo o que sabe aprendeu sozinho, tudo o que pensa não advém de nada que não seja do espírito santo
E agora para queijo: vamos que a mulher do PR começava a escrever em blogues e jornais (apoiantes ou não do PR, vamos por ora deixar isso de lado) e a aparecer em todo o lado a vociferar (o termo não é completamente aplicável à senhora mas estamos no campo do comparativo e hipotético) contra o casamento de homossexuais do mesmo sexo, apoiando e sendo apoiada por muitos e muitas organizações de pensamento semelhante. E a seguir vinha o PR e vetava o diploma meticulosamente preparado e negociado entre o PS e o BE. Como é que ficava a coisa?.
Costumo ser um leitor silencioso e raramente deixo comentários nos blogues que sigo religiosamente. Mas não consigo deixar de dizer que é com este post que resolvo abandonar a leitura do Mar Salgado. Um abraço e até sempre.
Tenho para mim que nem o maior idiota do mundo, escreveria, por ignorância apenas, tamanha barbaridade. Este texto é crápula, foi escrito por um crápula, e a sua defesa é crápula também.
Segundo o que leio, entendo que o VLX não considera isso "um lobi do qual devemos suspeitar". Considera isso um facto que não podemos ignorar (e que, pelos vistos, o FNV tb não ignora). É chato para muita gente (não me estou a referir a si...) por ser o Sócrates; e é politicamente incorrecto por ser um assunto relativo à união entre homossexuais (a que tb querem chamar casamento, à falta de nome melhor e com objectivos que, não podemos também ignorar, não são ingénuos). O meu exemplo serviu para mostrar que a dualidade de critérios acha aquilo que estima uma "influência normal"; e aquilo de que não gosta, "um lobi de que devemos suspeitar".
Não percebo pq enfiou a carapuça. O "excitados" era para comentários de um nível diferente do seu... Cumprimentos
já percebi o seu trauma...as mulheres sempre mandaram em si...por isso toma todos os homens como você...grande cagarola! É verdade, e deve ser mesmo muito " baixo ", rasteja?
A aferir pela forma como aqui muitos discutem fico a pensar se certa comunidade não irá ter, no futuro, saudades do tempo em que nos tribunais os divórcios se discutiam pela culpa...
Ó Vasco: a tua hipótese da mulher do PR é muito bem vista. Podia, de facto , acontecer. E também tenho a certeza de que muitos dos que agora te insultaram escandalizados, e os grunhos ( o link do Arrastão arrastou para aqui a fauna comentadeira habitual que não consegue articular duas frases), seriam os primeiros a inventar dichotes e caricaturas. Isso mudaria alguma coisa não? Não.
Errata/adenda: "Não". Eu continuaria a pensar que as duas coisas ( cama e política )não se misturam na política. Os beatos de esquerda que fizessem a festa ( como fizeram com Sá Carneiro).
Não me interessa a cama, Filipe, podia ser só a melhor amiga, o melhor amigo, o tio ou o sobrinho. Mas o facto de ser a namorada é realmente importante. Seria prudente e revelaria cautela um governante não oferecer de bandeja à cara-metade aquilo que ela e os amigos activamente têm vindo insistentemente a pedir. Seja um lugar, seja uma benesse, seja um diploma. No caso concreto, e até porque o país tem mais que pensar e é muito duvidoso que esteja de acordo com a pessoa em causa, mais cautela e prudência devia ter. Para não legitimar dúvidas como legitima. Simples como isto.
Não me interessam os grunhos (só respondo a quem merece). Mas tenho pena pela fraca imaginação no insulto, dão erros até no calão, é uma pena. O Ensino deve andar mesmo pelas ruas da amargura…
Tenho realmente pena que ainda haja gente a pensar desta forma como de outras que se podem ver até chegar a este comentário..É por isso que vivemos neste atraso a nossa maior pobreza (a de espiríto) reflecte-se assim. Gostava de ver também o VLX (e seus compinchas) deixar o preconceito para trás e evoluir intelectualmente para que possa ser sincero consigo próprio..Aprenda a ler a sociedade, deixe de ser um peso morto e ajude a levar isto para a frente, basta resistir às idiossincrasias...
Fico sem perceber se há aqui uma defesa de que o primeiro-ministro apenas deveria partilhar a sua vida pessoal com uma mentecapta de modo a que nada que a senhora dissesse tivesse qualquer tipo de importância política ou social, sendo que dessa forma o PM nunca sofreria nenhum tipo de pressão, ou se defende apenas que ele não deveria ter qualquer tipo de relações pessoais, vivendo fechado num cofre de modo a não ser influenciado (?)
só mais um acrescento: não referendar não é uma questão de opção partidária, é uma questão de Direito. Felizmente vivemos num país que é civilizado e avançado o suficiente para perceber que não se podem referendar direitos das pessoas, como se fosse uma coisa leviana que pode ser deixada ao arbítrio das concepções dos outros. Às vezes uma constituição fazia falta a muita gente.
VLX V. torce-me as palavras. Assim não vale (a pena). Nem é aqui costume.
FNV, sim. Eu sou grande defensor da nobreza do insulto, do direito ao insulto. E acho muito bem que a senhora se pensa que alguém é um filhodaputa o diga e escreva. Náo me lembro bem onde mas acho que quando no 5 Dias o LR reatou a discussão sobre os falsos estudos de José Socrates (questão nada insignificante sobre a sua legitmidade moral, acho eu) a FC escreveu algo como "o filhodaputa" e foi abrir o Jugular [é engraçado, eu vou para esses lados normalmente via ligações aqui ou no portugal dos pequeninos]. Para mim tudo bem, o surpreendente é que meia dúzia de meses a agencia de comunicação veio por o Socrates em regime conjugal, vero noivo. Daí à imagem da noiva aos gritos "seus filhos da puta" aos adversários do senhor primeiro-ministro vai um pequeno passo [e isto, VLX, nao tem nada a ver com a vida pessoal da jornalista e é até ofensivo que o diga]
Mas enfim, desta confusáo toda que o VLX arranjou eu só posso opinar. Antes a Fernanda Càncio a influenciar o seu noivo (de campanha?) do que todas as ilegais "primeiras-damas" que para aí ilegamente a esbanjarem dinheiro público (até tèm assessores e gabinetes) em actividades que não estao legisladas, sufragadas nem nomeadas. Essa figura da maezinha da nação (domestica e benfazeja) é que me chateia. E todos os respectivos conjuges deviam ir a tribunal responder por essa imbecilidade (com excepção do general Eanes, cuja aleivosia anti-republicana já prescreveu criminalmente). Para isso não sobram as iras aí.
[já agora, o ilustre pantomineiro (como diriam os Gatos Feds) Daniel Oliveira zanga-se com o VLX por que agora não há mediação e todos podem opinar, o que náo melhora nada as coisas. Que saudades dos tempos em que os ilustre pantomineiros danieis sampaios eram os mediadores entre o que se pensava mal e se dizia acertadamente. É esta a tralha da esquerda tuga. Que até se desloca atrás dos mediadores esclarecidos para vir comentar em coro]
Pois eu, precisamente por se iniciarem aqui discussões tão interessantes é que não passo muito tempo sem cá voltar. Sem cair no insulto gratuito, como por aqui já vi a propósito deste "colorido" tema... Caros VLX e FNV, keep on going!
O JPT, um dia irá explicar-me com calma de onde, relativamente ao meu texto, retira que eu defendo que a mulher de um PM deva ser doméstica ou benfazeja, ou que não possa ter influência no marido/namorado. Se calhar está a fazer confusão e foi ler isso ao texto do Daniel Oliveira mas o texto dele não tem nada a ver com o meu.
Se vir bem o (meu) texto, bem como as minhas respostas aos comentários sérios, o que eu digo é que tendo uma mulher/namorada que tão activamente defende uma determinada causa, e dos amigos, um PM devia ser prudente e cauteloso quando oferece de bandeja à mulher/namorada e amigos o que por eles é insistentemente pedido. Seja um diploma, seja um princípio, seja um licenciamento, seja uma qualquer benesse. De outro modo é legítimo pensar-se que está a ser influenciado e a beneficiar alguém. É o próprio César que precisa ser sério e parecê-lo, não se trata apenas da mulher.
E faço a comparação legítima: se fosse para beneficiar a mulher/namorada e amigos com uma concessão, por exemplo, o PM fá-lo-ia de forma tão displicente?
Daí que, exactamente para não se pensar que o PM estaria a beneficiar as posições da namorada e dos amigos, a gestão ideal deste dossier por parte deste PM seria entregar a decisão aos portugueses, por via do referendo. Em síntese, meu caro, é isto que vem no post mas lá está muito melhor escrito.
A Direita caceteira (e agora, pelos vistos, também bengaleira) pensa que medra muito refastelando-se numa suposta superioridade intelectual sobre a pobre e medíocre "esquerdalhada".
Continuem nesse caminho rumo ao Mundo futuro e um dia, se a lucidez vos voltar a abençoar, descobrireis atónitos que o que vos faltou não foi apenas intelecto, foi sobretudo Moral.
Bom, já comentaram muitos, mas mesmo assim: Vou ver se compreendi o argumento:
Quando o namorado ou cônjuge, chega a Primeiro Ministro, a mulher deixa der ter o direito de tentar influencia-lo de acordo com as suas convicções?
Ou seja, toda a gente tem o direito de tentar de convencer um Primeiro Ministro de fazer determinadas politicas, excepto os que lhe são próximos?
Ou será que ache que a condição de ser mulher reduz ou impede a partida o direito de influenciar o PM que porventura é homem e deve ser deixado em paz a tratar da política, matéria que é de homens?
E depreendo do post também que ache que não há diferença entre convencer o marido/namorado PM de favorecer um negócio privado meu ou de fazer política de acordo com as minhas convicções!
Meu caro VLX, siga a recomendação do JPT e apague o post. Não pelas asneiras que acima enumerei. São embaraçosas, mas não é assim muito grave se ficam.
O que não se pode dizer da deselegância do post para com a pessoa visada. Essa não tem desculpa.
Ó VLX, essa de querer justificar o referendo com o argumento de que, assim,estaria ressalvada a independência do PM em relação à opinião da FC é de 'partir a moca'.Como já aqui lhe sugeriram: reconhecer a estupidez do post seria um acto de inteligência, do qual não o estou a ver capaz...
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