Mar Salgado

sexta-feira, dezembro 18:

O FIM DA FAMÍLIA - ou a função e o desastre (V):

Espero que o assunto do casamento entre pessoas do mesmo sexo fique arrumado. Nenhuma mudança , em termos de direitos civis, foi alguma vez feita sem resistência. Aos conservadores de salão, recomendo as passagens da biografia de Churchill sobre a concessão do direito de voto às mulheres.
O meu estatuto de heterossexual casado não fica minimamente beliscado - ao contrário do que já li por aí - pelo facto dos dois frutas meus vizinhos se terem casado. Já o estatuto de algumas pessoas que ajudei ( uma ou outra é leitora desta nau) melhorará aos poucos. Continuarão a ter as sua angústias, mas terão o conforto de saber que são cidadãos de corpo inteiro.
Porque confio na superioridade do arranjo familiar heterossexual, recuso absolutamente a ideia de que estas inovações o colocarão em perigo. O desastre vem de outras paragens: a supremacia do egoísmo, do prazer imediato e da submissão à hiper-cultura do consumo.
Um liberal à moda antiga traça uma linha bem definida: o que os outros fazem, desde que não ataque os direitos de terceiros e da comunidade, não lhe diz respeito. Quer goste quer não.



Adenda: quem bebe pelo gargalo compra a garrafa.
 

posted by FNV on 11:31 da manhã #

Comments:
Ao contrário do FNV, não creio que a mudança seja positiva.

Sempre defendi que os homossexuais eram discriminados em relação a questões hereditárias (nestas incluídas questões de indemnização por morte do parceiro) e que tal discriminação teria de acabar. Podia terminar por via da união civil ou pelo casamento. Escolheu-se a segunda via e com isso criaram-se problemas jurídicos desnecessários. Desde logo, porque o código civil prevê no art. 1979º que as pessoas casadas há mais de quatro anos podem adoptar (isto é, que se podem candidatar à adopção), razão pela qual, a partir de agora, os casais homossexuais, ao contrário do que o governo diz, também poderão adoptar. Com o que o governo mais uma vez ludibria o zé povinho: disse-lhe que era só o casamento e afinal no pacote também vem incluída a adopção. É um pacote 2 em 1 disfarçado.

Isto a menos que a nova lei introduza uma nova discriminação que antes não existia, prevendo expressamente que só os casais heterossexuais podem adoptar e já não os homossexuais. Mas então nessa hipótese existirá na nova legislação uma flagrante violação do princípio da igualdade, consagrando-se casamentos de primeira (os que permitem adoptar) e casamentos de segunda (os que não o permitem).

Em resumo, das duas uma: ou o governo mente mais uma vez ao zé povinho ou então legisla em violação flagrante da constituição.

"Tertium non datur".

E isso é apenas o começo das complicações...
 
Não é assim tão simples.
Todos os interesses que os defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo visam salvaguardar seriam protegidos por outros meios. Contudo, o que verdadeiramente lhes interessava era o rótulo. Assim, o casamento, instituição e figura jurídica relevante, face aos interesses que visava proteger, regulamentar e orientar, fica reduzido a um simples rótulo. Sendo um mero rótulo, a instituição casamento perde muito, com tudo isto.
 
JB: as duas possibilidaes, como sempre, com este governo.
Vasco:cabe à família natural ( não receio a palavra) distinguir-se do mero rótulo. Não te parece um bom projecto?
 
Caro FNV,

Excelente post o seu, demarcando cristalinamente a linha de fronteira.

Nestas coisas, impõe-se de facto ser muito claro e fazer o "back to basics".
 
“O desastre vem de outras paragens: a supremacia do egoísmo, do prazer imediato e da submissão à hiper-cultura do consumo.” Caramba FNV, parece o Fucile a deslizar pelo corredor direito. Certeiro e contundente. Vergo-me perante uma síntese tão perfeita e enxuta.
 
Pois,

1. quando a ´discriminação´ relativamente à adopção for levantada quero ouvir os mesmos argumentos.

2. quando ensinar aos (seus) filhos e netos as vantagens da opção homosexual na escola quero ver.

3. quando vão pôr na cadeia pais que se opõe a este tipo de educação (ver factos nos Estados dos EUA que legalisaram o ´casamento´ homosexual) quero ver.

4. quando vão fechar instituições da Igreja porque discriminam na adopção (ver o que está quase a acontece no RU) ou no recrutamento, quero ver.

Acredito na superioridade do casamento heterosexual, no entanto acredito também nos custos sociais e pessoais que vão decorrer desta medida. E como sempre serão os mais frágeis que serão as vítimas.

Um liberal acredita no ser humano, não numa decisão imposta pelo Estado e apenas por oportunismo político.

Um dia há de se lembrar deste post...
 
Um liberal o quê????? tem tempo livre? Então estude o que acreditavam os liberais americanos antes da imposição da abolição da escravatura ou da criminalização da homossexualidade.
 
da descriminalização da homossexualidade, obviamente.
 
O Henrique tem razão.

Quando começarem a aparecer lares de crianças, locais onde depositam crianças orfãs, negligenciadas, vítimas de violência, eu quero ver.

Quando começar a haver famílas desestruturadas, lares onde criança nenhuma deveria ser obrigada a viver, eu quero ver.

Quando começarem a aparecer instituições maioritariamente formadas e dirigidas por homens, que violam crianças à sua guarda, e lhes batem, digamos que na Irlanda, nos Estados Unidos, sei lá, eu quero ver.

Eu quero ver os custos sociais de tudo isto.

Eu espero não viver tempo suficiente para ver tudo isto.
 
Caramelo tem razão.

A situação actual lembra a situação da Australia há algumas décadas.

Na altura vanguarda era quem tirava as crianças dos pais arborigenes que eram obviamente desestruturados. Só as famílias ricas e brancas podiam dar felicidade a estas crianças.

Depois, bem depois foi preciso pedir perdão. O mesmo acontecerá às crianças que abandonamos para não ´discriminar´, os mais frágeis dos mais frágeis.

No entanto, de quem tenho mais pena nesta história são dos homosexuais. Advinhamos por baixo destas exigências muita dor e frustração.

De facto, pensar que casar ou adoptar ajudará a sarar os problemas identitários inerente à condição é... ingénuo. Criará falsas espectativas e novos problemas.
 
"situação actual"?
"Austrália"? ...
Ó Henrique, eu acho que estamos aqui com um problema de comunicação. Mas a culpa deve er sido minha.
 
Aqui pode-se discutir perfeitamente. É casa liberal.
 
Diria o mesmo se fosse caramelo...

Boa noite, feliz natal e bom ano novo.
 
FNV, casa liberal, mas não tanto. Não te vou fazer a maldade de escrever aqui o que acho da drª Isilda Pegado, que acabei de ouvir num debate que acabou há pouco no expresso da meia noite na SIC N, sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, com a adopção por arrasto, claro. Era coisa ad hominem, mesmo. Só terias o trabalho de apagar, de qualquer maneira. Para não falar do Nicolau Santos, a perguntar se a orientação sexual dos pais homossexuais não influenciaria a orientação sexual de um filho adoptado (tás a ver o risco que a criança corria, não tás?) Não, não, o Nicolau não é homofóbico, claro que não. isto era só ele a debater,a aprofundar a questão e tal. Ah, perguntou isso ao Sérgio Vitorino, que é filho de pais hetero hehehe... bollocks.

Olha, breaking news, estou a ver o deputado Carlos Peixoto do PSD a dizer que se está a abrir o caminho para o casamento entre pais e filhos. Esqueceu-se das ovelhas.
 
Atenção que a cosa jurídica não é assim tão ligeira, caramelo. Eu é que tenho dificuldades em acompanhar esse terrreno.
 
Pessoalmente, não tenho nada contra o casamento ou contra a adopção por pares homossexuais. Pela simples razão de que conheço pares homossexuais perfeitamente competentes e que presumivelmente dariam bons pais.

Tenho dúvidas quanto à engenharia social. Como liberal, tenho sempre muitas dúvidas relativamente à aprovação dessas medidas numa altura em que a maioria sociológica do país é contra. Note-se que a situação é a inversa face à questão do aborto: nessa outra polémica, sabia-se que a esmagadora maioria dos portugueses não queria que as mulheres fossem presas e isso - como defendi na altura - era suficiente por si só para justificar a descriminalização. Donde, esquerda e direita estejam às avessas nestes dois tópicos: onde antes era a esquerda a defender o argumento da maioria sociológica, agora é a direita. Sem nenhuma coerência das duas partes.

Mas o que me preocupa mais é - goste-se ou não - que isto é uma mola numa máquina em movimento: nas escolas americanas as crianças ouvem contos infantis em que o princesa casa com a princesa e o príncipe casa com o príncipe. E isso chateia-me. Porque não quero um dia ter um filho de seis anos a fazer-me perguntas sobre casamento homossexual à hora do jantar. Não acho que as crianças tenham de passar isso e eu ainda menos.:)

A solução liberal para essas coisas passa pela liberdade de educação (cada escola ensina o que quer e os pais escolhem a escola). O problema está em que precisamente não temos escolha e como os pais americanos - ou muitos deles, pelo menos - teremos mesmo de ter essa conversa com os nossos filhos. Até porque se houvesse essa liberdade, dificilmente a engenharia social seria possível. Donde, em suma, não assinarei petições para referendos, mas também não contribuo para uma agenda que não acaba aqui. Lamento, os apoiantes da causa gay - aqueles que se ouve na televisão - têm como última preocupação a liberdade de consciência.
 
Muito bem. Os seus dois últimos parágrafos mexem no osso.Eu também não pude escolher a escola dos meus filhos ( a mais nova ainda vai a tempo, não sei).
Importamos dos americanos essa febre de correcççao artificial, é verdade, mas em relação a outros assuntos, hoje consensuais, ela foi essencial.
Isto não é fácil nas bordas, mas não me afasto da linha que tracei.
 
JB, quando o seu filho de seis anos lhe perguntar isso, responde como no seu primeiro parágrafo. Todas as perguntas que os putos fazem ao jantar fossem de tão simples resposta..

FNV, qual "coisa jurídica", qual carapuça? O problema resume-se muito simplesmente aos "contos infantis em que o princesa casa com a princesa e o príncipe casa com o príncipe" ;) A sério, não te prendas com a coisa jurídica, que não interessa nada para o caso.
 
Pareces a Teresa Guilherme.
 
Eh!Eh!Eh!
 
"Um liberal à moda antiga traça uma linha bem definida: o que os outros fazem, desde que não ataque os direitos de terceiros e da comunidade, não lhe diz respeito. Quer goste quer não."

Neste caso, não se trata do que os outros "fazem", trata-se do que os outros "são". A diferença de verbos não é insignificante, sobretudo quando ainda há tanta gente (incluindo a de laço) que acha que isto é matéria de escolha.
 
Caro Caramelo,

Como parece que se fez desentendido, esclareço: o ponto não é eu ter a opinião que tenho, mas a minha liberdade de poder ter outra opinião que não aquela que subscrevo de momento.

Pense nos pais católicos, muçulmanos ou hindus. Têm todo o direito de ter uma pré-compreensão da homossexualidade que os leve a querer ensinar às suas crianças que a mesma é uma doença ou uma imoralidade ou ainda um atentado contra a natureza. Na sociedade que a causa gay deseja, tais pais devem pensar de outra forma; na minha, devem pensar o que quiserem, desde que não violem direitos de terceiros. Isso traz-nos para a questão do ensino: a engenharia social precisa de um sistema público de educação, porque o mesmo constitui - a par da comunicação social - o veículo essencial de transformação do indivíduo. E como a causa gay não termina no casamento, muito pelo contrário, inevitavelmente a mesma terá de enveredar pelo caminho da intolerância. Porque é o único caminho que, se tal for possível, a pode levar ao fim de algumas dezenas de anos à aceitação generalizada e em plano de igualdade da homossexualidade.

Em suma, quando não gosto dos "meios", não subscrevo os "fins".
 
Ó JB, vai-me desculpar mas o seu primeiro parágrafo é esquisito. Quer dizer que tem o direito a mudar de opinião? É óbvio. Entretanto, acho eu, acho eu, se tem alguma convicção sobre uma coisa é suposto que a diga e que a ensine ao seu filho de seis anos. É assim que funciona. Acho eu, pronto, não quero condicionar ninguem.

Quanto ao resto, tá bem. Os pais têm direito a dizer aos seus filhos que a homossexualidade é uma doença? Certo. Provavelmente, até têm o direito a dizer que os homo são pedófilos e por ai fora. ok. E até a ter escolas onde isso se ensine. Deus nos livre de criticar tal coisa sagrada. Nos anos 50, nos Estados Unidos, muitos pais também ficaram horrorizados quando os seus filhos eram expostos, nos média (cinema, por ex.) a casais interraciais. Nessa altura, por acaso, fez-se nos Estados Unidos uma das maiores obras de engenharia social de que há memória.

FNV, já percebeste porque é que digo que a coisa jurídica é irrelevante? Apenas serve para engordar mais uma dúzia de gatos gordos do direito. Já há por aí pareceres para todos os gostos. A matéria jurídica que agora está na moda é saber se a proibição da adopção por casais do mesmo sexo é, ou não, inconstitucional. A drª Isilda Pegado, muito preocupada por os homo não poderem adoptar, diz que é.
 
Caramelo,

Porque aparentemente o que é simples para uns é complexo para outros, repito: quero, para mim e para si e para todas as pessoas, a liberdade de poder pensar o que quiser sem que algum iluminado imponha por quaisquer meios uma opinião única.

Ao contrário do que o Caramelo pretende, essa liberdade não existe. E não existe, desde logo, porque os pais não têm o direito de escolher a escola que os seus filhos frequentam. Então em Portugal, com salários médios de 700 Euros, ainda menos. Razão pela qual os iluminados têm pasto mais que suficiente para impor as suas opiniões únicas. Que passarão, em breve, por obrigar pais católicos a aceitar que os seus filhos aprendam na escola pública e universalmente gratuita o pensamento único aparentemente existente em relação a esta matéria, com recurso a contos infantis ou o que quer que seja. A exemplo do que acontece nos EUA ou noutro qualquer outro local onde o politicamente correcto faça o seu caminho.

A questão racial não vem ao caso, redundando naquilo a que se pode chamar um "non sequitur": se a união civil for aprovada, não há um direito que os pares homossexuais não tenham em relação aos hetero. A questão não é, pois, de direitos, mas de percepções. Acabando a discriminação jurídica, continua a outra, a não ser que proíbam as pessoas de ser e pensar.

Por último, quanto à questão constitucional, o problema existe e só se resolve de duas formas: ou o governo aprova uma lei inconstitucional que proíba a adopção ou então com a aprovação do casamento homossexual também a adopção por casais homossexuais será permitida. Com o que das duas uma: ou o governo viola a lei ou então mente aos portugueses. Dizer que a lei é inconstitucional não é defender a adopção por pares homossexuais, ao contrário do que pretende. É dizer que a solução da união civil é preferível, porque não implica qualquer inconstitucionalidade, permitindo aquilo que até o governo aparentemente quer: os direitos inerentes ao casamento sem a adopção. Simples.
 
Bom post!
 
JB, vamos ordenar isto de uma forma lógica: começou num anterior post por afimar convicções sobre os homossexuais (casamento e adopção) e depois, estranhamente para mim, afirma não as conseguir transmitir a um seu filho. Algo aqui está errado, não acha?

A escola: segundo percebi, os pais devem escolher a escola dos seus filhos e aquilo que nestas lhes ensinam, de acordo com o que pensam, incluíndo então, obviamente, que a homossexualidade é uma doença ou que é crime, ou que casamentos entre pessoas de raças diferentes são imorais e criminosas e que as outras raças são inferiores. Não queremos limitar os direitos dos pais, queremos? Não vou ser eu ou o JB a dizer o que os pais devem ou não pensar, ou o que os seus filhos devem ou não aprender, certo? É só para clarificar.

A percepção: não se pretende limitar a percepção. Mas uma coisa que o JB pode fazer, por exemplo, é influenciar a perceção dos outros, com as suas próprias convicções, porque, necessariamente as tem, suas. Não fazemos outra coisa, aqui e em todo o lado. O contrário é o cinismo, infelizmente até muito na moda, actualmente.

A lei a e a constituição: arrumemos isto de vez: as leis e até a constituição mudam e ainda por cima, cada um tem a sua própria interretação da Lei, de acordo com as suas convicções próprias. Os grandes juristas e os juizes do TC é o que fazem. Este é um falso problema. Cabe a cada um de nós, eu, JB, FNV, defender as leis que achamos mais justas, independentemente do que ache o vizinho ou todos os vizinhos. cada um tem o seu sentido do que é justo.
 
Caramelo,

Por pontos:

1) Tem tendência a sobreinterpretar o que eu digo. Eu não disse que não sabia explicar a um filho meu de seis anos, a homossexualidade. O que eu disse é que não quero ter de explicá-lo. E a menos que eu esteja muito enganado a respeito da generalidade das pessoas, creio que esse é um sentimento comum, partilhado com os pais. Não os vejo a explicar a homossexualidade, a poligamia, o transsexualismo ou quaisquer outras manifestações da sexualidade ou dos afectos, para além daquilo que ainda constitui o exemplo padrão: o da família com pais de sexo diferente.

2) Quanto à escola, evidentemente também parece haver no seu raciocínio um defeito de percepção. Desde que me lembro, não foi a existência de uma escola pública que impediu o ensino da superioridade da raça ariana na Alemanha nazi ou da inferioridade dos judeus nos actuais países islâmicos. Pelo que mais uma vez, um "non sequitur": a escola pública não nos protege de nada. Nem sequer das ideias mais erradas. O que efectivamente nos protege disso é, entre outras coisas, a discussão pública de ideias que deixa de existir a partir do momento em que quaisquer autoridades impôem um qualquer pensamento único.

3) Quanto à constituição, parece que ainda não percebeu a inversão: se não se quer que a lei aprovada pelo PS seja inconstitucional mude-se primeiro a constituição e só depois a lei. Não o contrário que evidentemente resulta na inconstitucionalidade que se quer evitar. E o ponto que pretendi fazer não é esse: é que se quer os efeitos do casamento sem a adopção, a única solução é a união civil. Se se quer o casamento e a adopção, então que tal seja dito aos eleitores de forma clara e que eles percebam. Como vê, é fácil: basta o governo ser honesto.
 
JB.

1. ok, o JB não quer ter de explicar a um filho seu coisas que fogem ao padrão no campo da sexualidade e dos afectos. Eu acho que é um padrão suficientemente bom, no campo dos afectos, o ser um bom pai, como diz que admite que os homo sejam, mas pronto. Olhe, eu já tive de explicar ao meu filho uma coisa que essa sim, foge ao que ambos recusariamos ser um bom padrão: os maus tratos públicos de um pai a um filho que não teria mais do que três anos. Mais uma coisa: acredite que um dia pode mesmo ter de explicar o que fazem aqueles dois senhores (ou senhoras) de mãos dadas. Não estamos a falar de principes e princesas de banda desenhada. Eu também não queria ter de explicar muita coisa, sobretudo coisas que acho que não deveriam ser explicadas porque pura e simplesmente não deveriam existir. Prefiro explicar bons exemplos de parentalidade e afectos, como o de muitos homossexuais. Não perco uma boa oportunidade de dizer bem de alguém ou de alguma coisa, ao meu filho. E uma criança de seis anos não é exactamente atrasada mental.

2. Cabe-nos a nós não deixar que na escola pública ensinem essas coisas. Não vivemos, nem queremos viver, num regime nazi. Para isso, temos intervenção civica e direito de voto. A nossa escola pública é simplesmente o reflexo do que aceitamos como valores comuns, e entre esses não está seguramente o racismo. Espero que esteja a aceitação do facto de que há pessoas com sexalidade diferente. Espero. Vamos a ver se não existe algum levantamento popular em defesa do "padrão" com a nova lei. Como os defensores do referendo não conseguiram até agora sequer reunir 75 mil assinaturas para o efeito, mesmo à porta dos estádios de futebol... veremos. Já há quem preveja coisas terríveis ao nível do simbólico, mais ou menos ao nível do risco que se diz que o universo corria com aquele acelerador de particulas na suiça.
Quanto ao "pensamento único", não entendi. Está a falar do "padrão"?

3. Não vejo onde é que está aqui o nosso desacordo. Se a lei está mal, mude-se. As leis mudam e cada um tem a sua opinião sobre isso. O problema não são as leis, é o que pensamos. Eu penso que devia haver casamento e a adopção. E não sou procurador do governo.
 
Caramelo,

Outra vez, por pontos:

1) O busílis da questão está no seu segundo parágrafo: o Caramelo vê-se integrado num "nós" ao qual atribui obrigações, desde logo, zelar pela transmissão de valores considerados comuns e impedir dessa forma a proliferação de ideologias violadoras desses valores. Ora, eu não me revejo minimamente nesse papel. Pelo contrário, aceitando que o Caramelo transmita os valores que bem entender, apenas reivindico a liberdade para mim e para os outros de educarmos os nossos filhos como bem entendermos. A posição que assumo parece-me bem mais tolerante que a sua, desde logo, porque, ao contrário de si, não faço depender a sua liberdade de qualquer bem comum.

2)As más ideias combatem-se com a concorrência de ideologias e com a discussão pública. Não se combatem com a imposição de um discurso único. Seja relativamente aos homossexuais, seja relativamente a qualquer outro tema. A forma de combater a má ideia de que a homossexualidade é uma doença ou um vício combate-se discutindo e deixando que a tese definhe pela falta de justificação racional. Pelo contrário, se se tratar de pura e simplesmente de negar sequer a possibilidade de discussão (através, por exemplo, da acusação de homofobia), a tese ganhará defensores pela simples atracção que gerem todas as ideias proibidas. Concluindo, a liberdade de educação é preferível à escola pública em matéria de combate a totalitarismos, seja de que espécie forem.

3) Não sou a favor, nem contra o casamento. Sou a favor da solução que a maioria sociológica entender por bem achar e explico porquê.

A discriminação jurídica dos gays não existe relativamente ao casamento, mas sim a certos efeitos do mesmo (mormente, questões de herança). Saber se os gays se casam ou se se unem mediante um contrato próprio é uma questão de definição social de uma instituição e, portanto, uma questão de símbolos. Os gays têm tanto direito a definir o casamento como os hetero. Não vejo prioridade nenhuma de uns sobre os outros ou, dito de outra forma, sou da opinião de que qualquer solução acabará por ser discriminatória de uma das partes. Razão pela qual defendo o referendo.

Quanto à questão da adopção, sou favorável à mesma. Porque se trata de um direito (note-se bem, o direito à candidatura e não um direito obtenção da adopção, visto que a mesma é definida pelo interesse do adoptado) e porque as crianças estarão, em princípio, melhor com um par gay estável do que numa instituição.

Quanto ao governo, defende uma posição logicamente impossível. E isso necessariamente viola o direito de todos: dos que são contra e dos que são a favor. O caramelo pode não estar preocupado, mas eu estou: não gosto de mentiras e estou farto de um governo que se especializou na matéria.
 
1. O JB é que falou num "padrão". Não fui eu. Portanto, o JB tem também um "nós", ou não? Posso ter outro, que não coincida com o seu? Quem é que, afinal, defende o "pensamento único"? Olhe que eu não me pronunciei sobre a liberdade de os pais educarem os seus filhos como bem entenderem. Não pode inferir do que eu disse que sou contra isso, porque não entrei sequer nesa discussão. . Acontece que há escola pública, e havendo escola pública, obviamente, tem de haver um programa comum na escola pública. Nem sequer estou a ver como se organiza a coisa de forma diferente. Corrija-me se estou enganado, mas o JB não se opôe concerteza a que a escola pública ensine valores que o JB considera comuns, ou não? Começa a preoupar-se agora com a existência do "nós", por causa da homossexualidade? A escola sempre foi "totalitária", mesmo, aliás, sobretudo, nos velhos tempos de que agora muitos dizem maravilhas.
A única forma de dar total liberdade aos pais para ensinarem como bem entendem os seus filhos é não haver escola pública nenhuma. Podemos sempre defender a volta ao ensino caseiro e ao ensino simplesmente particular, e o mercado que decida. ok. Mas suponmhoque en~tão também não se precise do Estado para nada para certificar ou validar tal ensino.

2. A tese do "diálogo" ;) Não vale mesmo a pena eu dar-lhe exemplos históricos de imposição legal de comportamentos, precisamente porque o diálogo não resultava, pois não?
Continuo sem perceber esa do "pensamento único". Alguém impede alguém de pensar o que quer que seja? Não. Mas será que o facto de um ou dois, ou milhões, terem uma "má ideia" (a expressão é sua), impede que o estado tome medidas para combater essa má ideia? Sempre se fez, alguns casos célebres foram celebrados, glorificados por todos, e não entendo este pudor repentino.
 
Caramelo,

1) O padrão existe, quer o Caramelo goste ou não. A diferença entre nós é que, precisamente por não defender qualquer pensamento único - o do padrão ou outro -, aceito o princípio da liberdade de educação, a única forma de os pais decidirem a educação a que os seus filhos estão sujeitos. Já o Caramelo quer impor o seu padrão por via da escola pública e ao defendê-lo impede os outros pais de decidir o que é melhor para os seus filhos.

2) Quanto à escola pública, há aí por certo confusão. Primeiro, nada impede a concorrência entre escolas públicas e privadas através da política do cheque-ensino. E mesmo considerando apenas escolas públicas, nada impede que os programas sejam decididos escola a escola e não por via de determinação ministerial. Com o que, se essa autonomia escola existisse, passar também a existir concorrência entre programas educativos, ao menos, nas escolas públicas, pressupondo-se ainda que aos pais fosse dada a liberdade de escolher entre as mesmas. Repito, ao menos isso. Como vê a liberdade é sempre possível, em diferentes graus. Basta pensar fora dos quadros da engenharia social a que o Caramelo aparentemente não resiste.

3) Discussão não é diálogo guterrista.

Ao Estado cabe defender os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos por via do aparelho policial e o sistema de justiça. Pelo que a discussão termina quando haja violência e seja necessário repor a ordem. Isto dito, dentro do respeito por tais direitos, dê-se liberdade às pessoas de defender, ensinar, propagandear o que bem entenderem. A única imposição é a proibição de violência e, com isso, lá fica o Caramelo sem argumentos...
 
JB, começando pelo fim, é um bocado presunção sua essa de eu ficar "sem argumentos", só pelo facto de o JB me dizer qual a sua concepção do Estado. É que essa não é a minha.

Mas eu acho extraordinário, e mesmo admirável, que de um povo que durante séculos pensou o que o Estado e a Igreja lhe disseram para pensar, e que sempre frequentou pacificamente a escola pública, surjam agora vozes a defender que cada um deve aprender e ensinar o que quiser, e que nem sequer existem valores comuns que o estado deva transmitir. Revolucionário, a sério. Cada escola, cada sala de aula, um programa. De repente.
Mas, voltando acima, à concepção do estado, acontece que eu não aceito que na escola pública se ensinem certas coisas que, estou certo, nos repugnam a ambos. Não quero que um funcionário público ensine a minha ou qualquer criança que um negro é inferior a um branco ou vice versa. Pago impostos e não aceito, mania minha. Mais vale então, acabar mesmo com a escola pública, acho eu. É que para mim, escola pública com total liberdade programática é, desculpe insistir, um contrasenso. Não existe. O Estado é o gerente da minha comunidade e esta, quer queira ou não, tem valores comuns, próprios e universais, que aquele deve gerir com bom senso, honestamente e com coragem, inclusive algum risco, para corrigir "defeitos", como bom gerente (foi assim com os direitos civis nos estados unidos, por exemplo, não tenho medo da palavra "engenharia social", que tanto o parece horrorizar).
Se eu achasse que o casamento entre pessoas do mesmo sexo violaria de forma grave esse núcleo essencial de valores comunitários, não o defenderia e não aceitaria que o estado o consagrasse.
Já acima disse: sé é para isso, se se quer total liberdade de ensino, se não se quer transmissão de valores comuns pelo estado, acabe-se então, com a escola pública e venha o mercado totalmente livre.

Quanto ao governo, também eu acho que não está a gerir isto de uma forma honesta: foi cobarde em não consagrar logo a adopção.
 
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