Já aqui trouxe uma coisa com inglesas ( do O'Neill) e é divertido trazer agora o inclassificável Cesário Verde. A grande poesia, mesmo quando ligeira, é medida pelo número de vezes que os nosso olhos a ela regressam. Ainda há mulheres assim. Poucas, mas há. Coimbra, 1875:
Milady, é perigoso contemplá-la, Quando passa aromática e normal, Com o seu tipo tão nobre e tão de sala, Com os seus gesto de neve e de metal.
Cesário Verde ligeiro? Estou mais de acordo com o inclassificável: não sei se ligeiro ou não. "Ah! O campo não é um passatempo Com bucolismos, rouxinoes, luar. A nós tudo nos rouba e nos dizima: O rapazio, o imposto, as pardaladas, As osgas peçonhentas, achatadas, E as abelhas que engordam na vindima. E o pulgão, a lagarta, os caracoes, E ha inda, alem do mais com que se ateima, As intemperies, o granizo, a queima, E a concorrencia com os hespanhoes." henrique pereira dos santos
hesitei no comentário por me parecem possiveis as duas interpretações (mesmo com a classificação de grande poesia antes do ligeiro, o que escreve depois é o desfazer de qualquer contradição entre grande e ligeiro). Mas fi-lo porque me parece que o problema se põe também em relação ao pedaço que cita: inclassificável sem dúvida, ligeiro não sei. É assim tão grave mesmo que eu tenha feito uma interpretação errada do que escreveu? henrique pereira dos santos
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