Eu fui contra o referendo ao aborto pela simples razão de o mesmo referendar direitos, liberdades e garantias (de um lado, o direito à vida do feto, do outro, a liberdade de não ir preso por da mulher grávida).
No caso do referendo sobre o casamento gay, sou a favor. Precisamente porque se trata de referendar uma definição legal que em nada contende com direitos dos gays, atento o facto de estes poderem ser salvaguardados com a opção da união civil, a qual pode ser tomada, independentemente do resultado do referendo, pelo parlamento em qualquer altura.
Donde, nenhuma incoerência na defesa das duas posições aparentemente antagónicas.
Quanto à Dra. Pegado, as inúmeras verrugas que ostenta no rosto impedem-me de lhe perscrutar o ser com a atenção que, fosse outro o caso, lhe prestaria.:)
Meu Caro FNV, quem o vem aqui ler não está à espera desta tentativa de enganar o "povo".
Em 2003 tinham passado 5 anos desde o último referendo que tinha dado a vitória ao não. Uma coisa é rejeitar referendos por o povo já se ter expressado dessa forma à cerca de cinco anos (o argumento utilizado nessa altura), outra coisa (completamente diferente) é rejeitar um referendo relativamente a uma matéria que nunca foi sujeita à vontade popular através deste instituto (as eleições não contam uma vez que, por exemplo, grande parte dos subscritores desta petição são socialistas de renome).
Senão teríamos uma petição todos os anos, independentemente dos resultados nos vários referendos...
Pois, a chatice foi que o 2º referendo teve um resultado completamente diferente do 1º. Sou um tipo simples: ou se gosta ( simplificando) de referendos, ou não.
então não destaque a incoerência das pessoas que são agora a favor do referendo.
A questão (tanto agora como em 2003) não é ter algum tipo de afecto pelo instituto, mas aferir da sua conveniência e razoabilidade no caso concreto.
Em 2003 não era razoável estar-se a fazer outro referendo tendo a questão sido referendada à cerca de 5 anos...
Agora faz todo o sentido referendar uma questão que é transversal à sociedade (incluindo partidos políticos) e nunca foi referendada.
Mas também estar a discutir isto é uma verdadeira hipocrisia, toda a gente sabe que a esqueda unida só não quer o referendo porque está com medo de perder, conforme indicam as últimas sondagens, tudo o mais é retórica...
Se alguém se preocupasse realmente com o que o povo quer ou deixa de querer, mesmo a mais democrática esquerda, aceitaria de bom grado perguntar ao povo a sua opinião sobre a questão.
E dizer que estas coisas não se referedam cheira a um certo tique de direita em "educar" o povo... fica mal à esquerda, mesmo à hipócrita esquerda intitulada de "caviar"...
O que eu acho muito estranho é haver uma percentagem tão grande de pessoas à direita que aceita referendar este assunto. Gostam de brincar com o fogo? É que consta que já ninguém, para além de dois ou três exemplares, liga nenhuma ao casamento. Não é assim? Ainda fica a simbologia em cinzas, vejam lá… Ou já tiveram a informação de que o divino espírito santo nos vai illuminar a todos?
Agora pergunto eu, se querem aprovar uma lei à socapa hoje no parlamento (sem que tenha existido argumentação nenhuma na sociedade) como é que acha possível argumentar sobre o assunto em causa se não for através de um referendo?
Ninguém gosta de fazer referendos só para andar a gastar dinheiro em campanhas e tempo em que poderíamos estar a fazer outras coisas mais produtivas, mas a verdade é que não houve qualquer tipo de argumentação sobre o assunto na sociedade (apesar destas conversetas de blog), daí a necessidade de se criar condições para que haja o pretendido e necessário debate...
Por acaso houve debate. Eu, modestamente, tentei pegar na frase de MFL durante a campanha. Sócrates também foi muito claro. Podia ter havido mais? Podia, mas não quiseram.
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