Mar Salgado

terça-feira, janeiro 5:

O BLOGUE DE PRIMO LEVI:

Regresso a Auschwitz em 1965 e 1982 e recordo sensações. Por exemplo, o cheiro do lugar. Um odor inofensivo. É, creio, o do carvão.


( Corriere della Sera, 28 Outubro 1984)

 

posted by FNV on 12:24 da manhã #

Comments:

Nunca lá fui, mas creio que esse cheiro talvez seja, afinal, o cheiro da memória. Se for o caso, é tudo menos inofensivo.

# posted by  rt : 12:43 da manhã

 

É muito pior do que isso. Não se é leitora de Levi, mas ele tem esta forma de pôr as coisas.

# posted by  FNV : 1:09 da manhã

 

"tornada colectiva, a memória reparava de certo modo as vítimas, retirava a glória aos "vencedores" e manchava-os de opróbio."

Espero que seja este o cheiro, mas não estou convencida.

Fui lá há 3-4 anos, estava frio e cheirava a madeira e a terra molhada.

Senti-me corar, de vergonha.
Fiquei nauseada com os cabelos e senti-me lá naquele tempo: apinhada, cheia de piolhos, com frio e com fome a tentar sonhar, construindo uma fantasia para me esquecer do horror e senti que talvez as condições nem permitissem o escape da fantasia. Como qdo estamos muito doentes ou nos sentimos muito doentes e nem a fantasia nos consola.

Não vou voltar lá outra vez, mas aconselho a visitar.

# posted by  henedina : 12:54 da tarde

 

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