A famosa conversa da fruta que não foi suficiente para condenar Pinto da Costa. Parece que o tribunal considerou que foi uma conversa entre um merceeiro e um vendedor da Matutano. O cidadão fica a pensar noutras escutas e na aparente ingenuidade dos nossos magistrados.
Compreendo a ironia: de facto, ingenuidade, garantidamente, nunca é. Mas é possível que o resultado seja este e exista boa-fé do magistrado - não existirá sempre, claro. Os magistrados, goste-se ou não, não podem decidir com base em desconfianças ou preconceitos - mais ou menos como o Filipe no seu trabalho.
Sempre tendencioso, caro Filipe. Não há só fruta, também há galões e café com leite faltam apenas as torradas. E será que os magistrados também gostam de fruta ? Abraços
As escutas são de uma classe impresionante... A prova de que os tempos estão a mudar é que os andrades têm dificuldade em ganhar um jogo em que são marcados 30 penalties... Nos bons tempos o resultado seria 30-0... :)
A divulgação no tube das escutas nada acrescenta ao caso propriamente dito pois elas ja tinham na sua maioria sido transcritas nos media aquando do(s) julgamento(s). No entanto os factos mantêem a crueldade: o FCP tinha, na época a que se referem os factos uma equipa com excelentes individualidades (Deco, R Carvalho, V Baía, etc) e um óptimo treinador (J Mourinho). No entanto para os seus dirigentes isto não era suficiente. Era também necessário condicionar e determinar outros aspectos relativos ao jogo (nomeação de arbitros, castigos disciplinares, etc). E o curioso é que esses mesmos dirigentes continuam em plenas funções ainda hoje...
o Boavista também foi campeão com uma grande equipa de trambolhos (incluíndo Armando Teixeira) com um treinador a preceito. conjunto que depois do golpe (de génio claro!) passou a brilhante...
o Boavista foi um efeito secundário. foi mais difícil a UEFA, onde até o Peseiro chega à final. parece-me que há por aí uma estrutura que foi sendo adubada com mentira.
1- O gáudio pela divulgação das escutas demonstra até à saciedade o “ressabiamento” patológico dos derrotados. Esmagados no sistema judicial ganem como hienas feridas. É o esplendor dos medíocres. 2- Não vale a pena perorar contra a violação das mais elementares regras de um estado de direito. Esta prática dos acusadores vem de longe. Na década de oitenta o “Independente” vivia disto. A acusação não faz o trabalho de caso? É incompetente? Não há problema. Proceda-se ao enlamear dos visados na rua. Aquela “santinha milagreira” na sua cruzada pessoal desbaratou recursos humanos e financeiros numa questão menor. As diversas fraudes económicas que minam e corroem o estado de direito podem esperar. Qualquer estudante de direito avistava a fragilidade da prova, estribada numa criatura despeitada, movida por um sentimento de vingança, e em conversas dúbias. Para a populaça do “mais grande” a condenação prescindia bem das provas, mas esta visão parcial choca mortalmente com o seguinte: Estado de Direito. E este não funciona em termos ignóbeis. A “santinha milagreira” avistou um processo inquebrantável que, no final, teve a única decisão possível perante a fragilidade extrema da prova: naufrágio total, sem apelo nem agravo. Claro que, os incompetentes seguirão tranquilamente as suas “distintas” carreiras. É o paroxismo do funcionalismo público. 3- Deveras curioso, é o facto de a “santinha milagreira” ignorar esta conversa: LFV(vieira) - Eu não quero entrar mais em esquemas nem falar muito... VL (Valentim L.) - Eu penso que ou o Lucílio... o António Costa, esse Costa não lhe dá... não lhe dá nenhuma garantia? LFV - A mim?! F.., o António Costa? F... Isso é tudo Porto! VL - Exacto, pronto! (...) E o Lucílio? LFV - Não, não me dá garantia nenhuma o Lucílio! VL - E o Duarte? LFV - Nada, zero! Ninguém me dá!... Ouça lá, eu, neste momento, é tudo para nos roubar! Ó pá, mas é evidente! Mas isso é demasiado evidente, carago! Ó major, eu não quero nem me tenho chateado com isto, porque eu estou a fazer isto por outro lado.(...) VL - Talvez o Lucílio, pá! LFV - Não, não quero Lucílio nenhum!(...) VL - E o Proença? LFV - O Proença também não quero! Ouça, é tudo para nos fo...! VL - E o João Ferreira? LFV - O João... Pode vir o João, esse dá-me garantias (...). 4- Ao contrário de outras conversas, o teor desta é inequívoca: O presidente Vieira escolheu o “João”, esse dava-lhe garantias. Este tal de João, sublinhe-se, voltou a actuar, desta feita, no túnel da Luz no pretérito dia 20 em prol da urdidura. 5- Houve alguma investigação? Claro que não. Tudo o que for favorável ao Benfica não suscita qualquer suspeição. Aliás, houve uma instrução expressa para o MP recorrer em todas as decisões desfavoráveis nos casos em questão, mesmo antes das decisões judiciais serem conhecidas, o que não pode deixar de gerar a maior perplexidade na comunidade jurídica. Como é possível pugnar pela interposição de um recurso sem antes se proceder a uma análise crítica dos fundamentos do aresto? A sanha persecutória não tem limites e urge reclamar por uma maior decência e razoabilidade na utilização do dinheiro dos contribuintes pelo MP. A não ser que se entenda que o Senhor Pinto da Costa encerra os superiores males de Portugal e que as questões da “bola rolando na erva” são de superior importância ao tráfico de influência e corrupção instalados que minam Portugal nas mais diversa instâncias. E, se assim for, a distopia é incurável.
Não, é o Ze sem acento e sem Luís. Um velho conservador com a idade mental de 75 anos, devoto do João César Monteiro, indefectível da série “The “Wire” e seu leitor incondicional (a propósito a excelente série, “antena islâmica” anda desaparecida) que não raras vezes se emociona com a qualidade dos seus escritos e que olha para o seu benfiquismo como um defeito suportável que não deslustra o acerto das suas restantes posições. Francamente, algum defeito deveria ter.
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