Sempre, claro. Arrebatado muitas vezes, contido outras. Um Burro ( em Para a Luz, 1904) acaba com os açoites ( "chicotadas") que os grandes solitários levam da Estupidez, mas começa tão bem. Não há nada de original, genial ou brutal ( rimemos) , mas há aquilo que define um grande poeta: num tema batido, numa imagem simples, consegue ser perfeito ( como o Preudhomme) :
Eu encontrei, um dia, a pastar sobre um prado Um burro magro, esguio, triste e abandonado... Ele tinha o quer que é de anacoreta ascético E na sua fronte triste um doce olhar profético...
Antes de ficarmos "Um burro magro, esguio, triste e abandonado...", deviamos ver-nos bem a um espelho... Será que ficava com menos pacientes? Saudades*
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.