A culpa desta série
é da Ana, se bem que há muito tinha intenção de a fazer. Para proveito próprio e de um ou outro leitor interessado (que evitarei maçar com teorias e palavras metálicas).
A minha experiência clínica é absolutamente heterodoxa. Recebi as bases psicodinâmicas na faculdade e comecei pelas crianças, em Montpellier, em 1989, onde conheci alguns bons psis franceses ( residentes e visitantes); depois fiz o tirocínio com drogados ( numa unidade de desintoxicação, sem secretária de permeio) durante cinco anos, enquanto aprendi psicodrama com a minha irmã Teresa e com o José Luís Pio de Abreu. Pelo meio, algumas
jam sessions com o Carlos Amaral Dias, em minha casa ou na dele, e trabalho de rua para a Comissão Nacional de Luta Contra a Sida. Desde 1995 que estou no meu gabinete e dou apoio a uma clínica neurológica que me obriga a estar em contacto com pessoas de outros tempos. Nem sei bem como, mas hoje sou um tipo calejado: a minha lista de asneiras dá a volta à Terra.
Primeira regra no primeiro contacto:
a pessoa não te interessa nada. Só assim se pode começar.