Na Primavera de 1900 está calor em Viena e Freud prepara-se para partir para Bellevue. Numa carta ( 16 de Maio) a Fliess, narra de forma breve um sucesso terapêutico . Era uma mulher que patinava, ao fim de quatro anos, mas a quem, de repente, Freud aplicou as chaves que serviram noutros casos. Para as pessoas que perderam o amor-próprio num qualquer recanto do oceano também há chaves comuns, as tais gazuas. Uma delas: comparo a situação a uma cidade cercada e exangue, e então tento encontrar sobreviventes em condições. Há sempre alguma coisa. Lembro-me de uma mulher ( eu sei, são quase sempre mulheres mas não tenho culpa) que tinha sido dada. Assim mesmo: dada. A mãe tinha-a oferecido a uma prima sem, aparentemente, nenhum motivo de força maior ( emigração, dinheiro, affair, trabalho, etc). A pergunta que ela fazia incessantemente nas sessões: " Qual era o meu defeito?" A única coisa que consegui fazer foi aproveitar os restos. A mulher estava noiva e falou-se de filhos. Ser uma mãe completa foi a tarefa que martelámos. Não sei como está hoje, mas na altura lá engravidou, teve a criança e andava mais satisfeita. Que sobreviventes da cidade utilizei? Velhos que contavam lendas sobre mães que não largavam os filhos durante os bombardeamentos.
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