Neste post ( como no número anterior) tentei afinar a mira e o desenrolar dos acontecimentos confirmou a opção. A manifestação, por mas bem intencionada que tenha sido, não encontrou eco popular de espécie alguma; as audiências parlamentares, do que vi, foram um
théâtre de l'absurde.
A tese de um plano, criminoso e lamelífero, cuidadosamente desdobrado, também não colhe. E não éporque tal plano seja
estúpido - como dizia o advogado de Sócrates - ou irrealizável em si mesmo. Não colhe porque o
inner circle do PM, mesmo que o deseje, não possui os meios para o levar a cabo. Berlsuconi também não cometeu nenhum crime quando, detendo a maioria dos melhores media , os usou ( e usa) em campanha. Mas Berlsuconi podia - e pode - à custa do capital, proletarizar os
persuasores permanentes. As corporações políticas afectas ao PS/Governo não têm outra alternativa senão negociar separadamente com os patrões , privados e semi-privados, um quinhão de influência e persuasão.
A liberdade de expressão existe e é precisamente porque existe que estas traficâncias ocorrem. O mercado da influência é buliçoso e a pulsão - "
que age de forma constante e a partir de dentro "( um pouco de Freud para desenjoar) - para nele intervir é enorme. Em Moscovo não havia pulsões destas.