Mar Salgado

terça-feira, fevereiro 23:

LES COPAINS D'ABORD:

Uma das poucas coisas que me interessou na discussão sobre a manifestação a favor da família tradicional ( julgo que assim designada, nem cheguei a perceber bem) foi a presença do PNR na dita manifestação. Parece que a leninista teoria da barricada - não me interessa quem está comigo desde que estejamos do mesmo lado - está de regresso. É lamentável, mas actual.
A pretensa indignação que tal participação causou já é mais estranha. As manifestações pela liberdade, pela Palestina e contra a globalização, podem incluir nazis, anti-semitas, anarco-fascistas do Bloco Negro, pós-estalinistas, enfim, a fauna toda: o que interessa é "a causa".
Este droit de rétention é mais do mesmo: superioridade moral histeriforme.

 

posted by FNV on 1:54 da manhã #

Comments:

Caro Filipe
Ao contrario do que certos pretensos progressistas pensam, as fanilias monoparentais ou compostas por pessoas que nao sejam homem+mulher+descendencia sempre existiram.
Sempre houve maes solteiras a viver com os filhos,e tb sp houve amigos ou amigas a viverem juntos, primas viverem juntas, etc.
A manifestaçao nao foi, portanto, pela familia tradicional, mas sim pela nao alteraçao forçada do conceito de casamento, esse sim, que nunca deixou de significar a uniao entre pessoas de sexo diferente que pretendem uma uniao de vida.
E olhe que há casais muito modernos.
Quanto ao mais, concordo que há descriminaçao quanto ao PNR, que nao existe quanto a partidos igualmente radicais da extrema esquerda oi quando estao em causa bandeiras com que a esquerda simpatiza

# posted by  Luís Gagliardini Graça : 7:24 da manhã

 

Caro Luís

Obrigado pela correcção.

# posted by  FNV : 10:21 da manhã

 

Nesse caso, caro Luís, apareceu na manifestação muita gente equivocada:
http://ephemerajpp.files.wordpress.com/2010/02/dsc08302.jpg;
http://ephemerajpp.files.wordpress.com/2010/02/dsc08233.jpg;
e - o meu referido - http://ephemerajpp.files.wordpress.com/2010/02/dsc08293.jpg.

Claro que o manifesto não ajudava as pessoas a perceberem que 'apenas' estava em causa o casamento entre pessoas do mesmo sexo:
http://ephemerajpp.files.wordpress.com/2010/02/document-131-2.jpg.

Não lhe parece que o manifesto é, digamos assim, um insulto às famílias monoparentais? E constato que não referiu uma das situações mais frequentes de família monoparental: divorciados, montes e montes de divorciados - porque a diferença de sexo, como todo o heterossexual sabe (pelo menos, eu sei), não garante absolutamente nada.

# posted by  Carlos : 12:09 da tarde

 

Já estou baralhado ( embora o meu ponto não fosse exactamente)...

# posted by  FNV : 12:13 da tarde

 

Sim, Filipe, o seu ponto era claramente outro, e eu até concordo parcialmente consigo. Mas, face ao primeiro comentário, resolvi adicionar alguma informação. Evidentemente, não era minha intenção contribuir para o baralhar - bem pelo contrário.
Deixo-o - agora sim – com dois versos do poeta que citou há uns tempos: « Whoever degrades another degrades me, / And whatever is done or said returns at last to me.»

# posted by  Carlos : 12:49 da tarde

 

Não me recordo de trazer W. Whitman...

# posted by  FNV : 12:54 da tarde

 

Tem razão: citou Nicholas Ray. (Tinha uma vaga recordação, mas fiz confusão - a memória já não é o que era.) Mas, para o caso, é mesmo Whitman que me convém.

# posted by  Carlos : 2:47 da tarde

 

Ora essa, e eu idem...

# posted by  FNV : 3:01 da tarde

 

Carlos Azevedo, isso de colocar links é acintoso. Não tarda, está a colocar este video, http://www.youtube.com/watch?v=OVMd5On1_Qc&feature=related, por exemplo, sem esclarecer que o que aí se mostra são pais e mães solteiros que se encontraram no parque infantil com os seus filhos para conviver.
Não, não se defendeu familia tradicional nenhuma. Obrigado também, Luis, pela correcção. Ó FNV, meu velho, isto é a PDI que nos embota já a percepção.

# posted by  caramelo : 3:07 da tarde

 

Este comentário foi removido pelo autor.

# posted by  Carlos : 3:38 da tarde

 

Eh eh eh... Caramelo, mesmo sem esse vídeo tão comovente, a simples aceitação do facto de amigas e primas poderem viver juntas, em família, demonstra que não se procurava defender a família tradicional. Conheço muita gente - não eu, não eu - que, só de pensar nisso nisso, teria logo pensamentos pouco tradicionais... ;)

# posted by  Carlos : 3:41 da tarde

 

hum, uma casa cheia de primas... ;)

# posted by  caramelo : 8:37 da tarde

 

Desculpem que estive o dia todo em reunioes e nao pude ver os comentários ao meu primeiro comentário.
Carlos Azevedo: o manifesto fala precisamente em casamento, em homem e mulher e nao existe uma palavra sobre aquilo a que chama familia tradicional.
Por outro lado, gente equivocada há em todas as manifestaçoes, desde as da cgtp às do greenpeace.
Finalmente, um casal de divorciados nao é um casal de homem e mulher??? Nao percebi!!!
Quanto à baralhaçao do Filipe, o ponto dos equivocos é mesmo seu ponto: os equivocos sao aceites numa manifestaçao pela Palestina, mas não numa manifestaçao pela manutençao do conceito jurÍdico de casamento e muito menos se lá aparecer malta do pnr (mas se for da esquerda radical, já pode ser...)
Estou a ser sucinto pq estou com problemas na internet, mas o manifesto nao insulta ninguém pq apenas defende o casamento e a familia que dele nasce, sem por em causa todas as demais fontes de relaçoes familiares previstas no codigo civil, que nao têm que ser referidas sp que se quer defender o casamento por se considerar um instituto importante.

# posted by  Luís Gagliardini Graça : 10:39 da tarde

 

Luís Gagliardini Graça:
1. O manifesto fala claramente em família, e está implícito que é aquilo que comummente se designa por família tradicional;
2. Evidentemente, há gente equivocada em todas as manifestações, mas nesta a proporção era desmesurada;
3. Não falei em casais de divorciados, mas sim em famílias monoparentais em que, por exemplo, a mãe é divorciada;
4. Mas, já que pergunta, sempre lhe digo que, a partir de agora, goste ou não, poderá ter um casal constituído por dois divorciados do mesmo sexo;
5. O manifesto, na minha opinião, é insultuoso quando questiona «quem defende a maternidade e a paternidade dignas?», porque pressupõe, 'a contrario sensu', que a maternidade e a paternidade fora do padrão defendido no manifesto são indignas;
6. A manifestação pareceu-me muitíssimo insultuosa (e.g., cartazes a falar em perversidade).

# posted by  Carlos : 12:13 da manhã

 

Para não baralhar ideias - a mim próprio -, não incluí o que vou escrever agora no comentário anterior. Até à alteração da lei, o casamento civil - é apenas nesse sentido que falo em casamento - era um contrato entre um homem e uma mulher, mas a ideia de que servia apenas para constituir família era mera representação social, pois as pessoas casavam pelos mais diversos motivos (tive familiares que se casaram, por exemplo, apenas para manter determinado património dentro da família) - e isso não dizia respeito a ninguém.

# posted by  Carlos : 12:30 da manhã

 

Carlos:

1. Primeiro o Carlos dizia que era claro no manifesto que ele se referia a "família tradicional"; agora já é só "fala claramente em família" e o demais está "implícito". Para quem pensa deixar de ter preconceitos, é um bom começo. Vai ver que se ler de novo o manifesto só vai encontrar referências a casamento, família e homem e mulher. O intuito é claro: valorizar o casamento como instituição entre homem e mulher e não por oposição a quaisquer outras relações familiares.

2. Vejo que analisa o número de potenciais equivocados numa manifestação com base nas fotografias do Pacheco Pereira. Parece-me pouco. Mas cada um julga como entende, ou aceita os seus preconceitos como entende.

3. Diz que não falou em casais de divorciados, mas sim em famílias monoparentais em que, por exemplo, a mãe é divorciada. Devo dizer que a manifestação, ao valorizar o casamento enquanto insituição entre homem e mulher, defende também as famílias monoparentais, enquanto famílias compostas por pessoas que foram casadas e agora são viúvas ou divorciadas, e os filhos dessas pessoas; Confesso que me faz alguma confusão que alguém pense que valorizar o casamento significa um ataque a quem é divorciado. Eu acho precisamente o contrário: eu valorizo e casamento e, consequentemente, tenho muito respeito por quem viu um casamento acabar, por morte ou divórcio e segue a sua vida cuidando dos filhos.

4. Pode vir a ser verdade que, num futuro próximo,a lei afirme como um casal um par de pessoas divorciadas do mesmo sexo; eu não considero esse conjunto um casal e sugiro que ouça os discursos do Louçã, nos quais ele deixa claro que um casal de coelhos é um coelho e uma coelha, e não dois coelhos;

5. ´Diz que o manifesto é, na sua opinião, é insultuoso quando questiona «quem defende a maternidade e a paternidade dignas?», porque pressupõe, 'a contrario sensu', que a maternidade e a paternidade fora do padrão defendido no manifesto são indignas; É um pressuposto seu...eu chamar-lhe-ia um preconceito.

6. Diz que a manifestação lhe pareceu muitíssimo insultuosa, por causa de alguns cartazes. Estou em crer que nunca deve ter estado numa manifestação...só em regimes totalitários é que o Estado que organiza a manifestação a seu favor controla todos os cartazes. Nas manifestações democráticas é muito comum alguns cartazes serem mais felizes que outros, e algum slogans serem mais felizes do que outros. Mas, como se vê, o manifesto é apenas no sentido da defesa do casamento enquanto instituição que une homem e mulher e da sua importância para a família, e não contra famílias monoparentais, ou pessoas divorciadas que, como disse, foram casadas (o que acarreta já, em si, o reconhecimento de que, em tempos, viram o casamento como um passo importante para o seu futuro...)

7. Outro preconceito seu: quem defende o casamento defende que ele serve "apenas" para constituir família (há também que acuse as pessoas que defendem o casamento de pensarem que "só" serve para ter filhos, como não sou preconceituoso, não sei se é o seu caso). Carlos, embora constituir família não me pareça algo que deva ser considerado de somenos, deixo-lhe a ACTUAL definição de casamento do código civil (lembre-se que é uma definição civil...não é religiosa...): "Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código". Quem não quiser isto, ou quiser apenas regular património, tem outros institutos jurídicos à disposição, e até novos institutos podem ser criados. Acho é estranho que, em pleno século XXI, acha quem considere muito normal que as pessoas não se casem por amor, mas por objectivos patrimoniais/familiares...pensava que isso era algo do passado.


Cumprimentos

# posted by  Luís Gagliardini Graça : 3:44 da tarde

 

Luís Gagliardini Graça:
1. Não sei onde leu, escrito por mim, que era claro no manifesto que ele se referia a família tradicional, porque eu nunca o escrevi – embora, para mim, algo implícito não deixe de ser claro. Mantenho o que escrevi no último comentário: o manifesto fala claramente em família, e está implícito que é aquilo que comummente se designa por família tradicional. Também não sei onde leu, escrito por mim, que penso deixar de ter preconceitos, porque – estou a ficar repetitivo, mas lá terá de ser – nunca o escrevi.
2. Usei, no meu primeiro comentário, fotografias de Pacheco Pereira com exemplo, mas nunca disse que era apenas essa a minha fonte. Eu avaliei a proporção com base em fotos (não apenas do Pacheco Pereira) e imagens televisivas. Já vi que quer inverter a situação e chamar-me preconceituoso, mas é uma tentativa um tanto fraca.
3/4. Vejo que continua a pensar por mim: eu não falei em ataque a quem é divorciado, apenas esclareci que aquilo que disse é uma asneira, porque podem existir casais de divorciados do mesmo sexo; inicialmente, pretendi dizer que o casamento não garante estabilidade familiar, porque o número de casamentos que termina não é despiciendo. Como é lógico, não vou comentar o que Louça entende por um casal de coelhos, porque eu falo de pessoas e casamento civil, e não de coelhos.
5. O meu pressuposto ‘a contrario sensu’ não é um preconceito, mas sim uma interpretação – e constato, não sem algum tédio, que continua com a história do preconceito (e aqui, para não me repetir – ainda mais -, remeto para a parte final do meu item 2).
6. Não lhe vou dizer se estive ou não em alguma manifestação, porque isso não é para aqui chamado, e muito menos lhe diz respeito (não veja nesta afirmação qualquer acintosidade – isso sim, seria um preconceito; estou apenas a ser frontal). Pode, admitamos, ser comum insultar pessoas em manifestações, mas não deixa de ser insultar. Em todo o caso, não implica que não tenham direito a fazê-lo – sou a favor de manifestações e acho que estavam no pleno direito de se manifestarem, assim como eu estou no pleno direito de achar a manifestação ridícula e insultuosa. Quanto ao manifesto, já disse o que tinha a dizer no item 1.
7. O Código Civil, caso a lei seja promulgada, terá de sofrer alterações, como bem sabe. Quanto ao facto de o casamento servir apenas para constituir família, é o que muitos defendem - não eu. Eu também entendo que constituir família não é algo de somenos (onde leu essas palavras escritas por mim?), mas não associo, obrigatoriamente, o casamento à constituição de família. A partir do momento em que duas pessoas casam, constituem automaticamente família. Contudo, salientei que o casamento não serve apenas para isso, e exemplifiquei com algo que, efectivamente, ocorreu, no passado, na minha família. Eu não lhe disse que achava normal as pessoas casarem sem amor (afinal, quem é preconceituoso?), porque, efectivamente, não acho normal nem anormal; acho apenas que cada qual sabe de si, e eu só sei de mim e da minha querida.
Cumprimentos.

# posted by  Carlos : 6:12 da tarde

 

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