Já cá trouxe vários galegos ( Cunqueiro, Rosália de Castro, etc), porque gosto, como todos os portugueses, do som galego. Cáccamo traz a literatura no sangue ( longa tradição familiar) e no Praia das Furnas ( 1983) tem esta boa definição da fuga e do desespero. A imagem do país encoberto resulta muito bem e a situação da mãe é intrigante. Notem que alxibes será poço, nai é mãe e faiado é sotão:
Doentes, extraviados, poetas e alquimistas fanse vellos na busca dunha quintana, un patio, um país encoberto, unha alcoba secreta.
Así fan os que foxen do terror, os amantes, os que caem nos alxibes, namorados dos espellos, os que topan a nai no quentor do faiado.
Num xei porquê, o galego parece-me lingua de bruxas ;) sem desprimor, nem para as bruxas, nem para os galegos. Gosto muito do som galego. É Intrigante mesmo, a situação da mãe.
Os arados van e vén dende Santiago a Belén. Dende Belén a Santiago un anxo ven en un barco. Un barco de prata fina que trai a door de Galicia. Galicia deitada e queda transida de tristes herbas. Herbas que cobren teu leito e a negra fonte dos teus cabelos. Cabelos que van ao mar onde as nubens teñen seu nidio pombal.
disse Lorca a Rosalía.
Ah pois, Cunqueiro é por cá quase desconhecido.Como o castelhaníssimo Delibes. Nem sabem o que perdem...
Não sei se é este que aqui tenho ao lado, "Viaje por los montes y chimeneas de Galicia", escrito em parceria com José María Castroviejo.
Caça e cozinha galegas, uma edição da Espasa-Calpe(Austral) de 1969 e "apanhada" numa Expocaça em Santarém,num pavilhão espanhol de livros,vídeos etc dedicados ao tema cinegético-gastronómico.Também arranjei o livro de caça maior do conde de Yebes,com prefácio de Ortega y Gasset. ai ai "de rechupete los dos !"
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.