Um jurista – ou melhor, um advogado – tem a vantagem sobre os restantes de se ter habituado a submeter às decisões das mais altas instâncias, ainda que com elas não concorde. Não é fácil, mas a gente tenta acomodar-se.
Aqui e ali (aqui com enorme evidência), pessoas têm-se manifestado (apenas por discordarem da cor da camisola) contra a decisão do Conselho de Justiça que estraçalhou a manifesta decisão estapafúrdia do presidente da CD da Liga. As razões pelas quais a anterior decisão era um disparate já foram relatadas por maiores que eu pelo que, e só para citar um menor, recordo o próprio espanto espantado do presidente da CD da Liga ao anunciar com espavento igualmente estapafúrdio a burrada da decisão a que tinha chegado com o seu imenso labor. Mas, goste-se ou não, a decisão da última instância deve ser respeitada.
Daí que estranhe imenso que o Presidente da Liga, Hermínio Loureiro, se demita por causa de uma decisão dos órgãos de justiça superiores. O Presidente da Liga deve ser tão independente dos órgãos de justiça da Liga como estes do Presidente da Liga! As decisões de um não deviam afectar as decisões ou atitudes de outro!
O Presidente da Liga não gosta das decisões? – Não tem nada a ver com elas. Ou preferiria ele interferir nessas decisões e influenciar a independência do órgão? – então faz bem em demitir-se! Mas a atitude acertada seria limitar-se a dizer que funcionaram as regras e que ele nada tinha a ver com isso. Demitir-se e ainda por cima dizer aos outros que se mantenham no barco não faz sentido algum!
Claro que todos nós sabemos que não funcionaram as regras, que houve aqui uma interpretação miserável das mesmas para atacar ignobilmente não só um clube de futebol como alguns jogadores, pessoas como nós, que foram violentamente violentadas e prejudicadas na sua vida pessoal e profissional por erros de interpretação e aplicação de normas que fariam reprovar qualquer aluno do primeiro ano de qualquer Faculdade de Direito do mundo. O lucro do espumante (ou champanhe, que seja!) que um comerciante de Coimbra tenha tido no dia da decisão pavoneada em primeira instância não merece o estrago na vida pessoal e profissional dos jogadores, qualquer que seja a camisola que vistam.
Retomando o raciocínio que vinha desenvolvendo, confesso que realmente não percebia a decisão de Hermínio Loureiro. Até que, há pouco, em programa do Porto Canal, ouvi um jurista respeitado e que considero sério e informado esclarecer e informar do seguinte: Hermínio Loureiro, perante a decisão do CJ, teria convidado o pavão a demitir-se. Não se tendo aquele submetido à opção mais do que razoável que lhe era proposta, demitiu-se o Presidente da Liga.
Caro Vasco, 1- Antes do mais, muito grato pela indicação do “Daniel”. Não sei se já lhe tinha agradecido. Se o fiz desculpe a insistência se não desculpe o atraso. Isto da idade… Tomei a devida nota da direcção. Não me parece fácil lá chegar, mas sem dúvida que vou tentar. 2- O que se diz nos “mentideros” é que o Hermínio Loureiro tentou contactar o “ filho do Benfiquista de Canelas” e que este se esquivou ao contacto. Quando, finalmente, foi interpelado recusou demitir-se e que, perante tal decisão, o Hermínio Loureiro demitiu-se. Sendo este um “político profissional” pode muito bem ter aproveitado a oportunidade… Nunca se sabe.
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