Então também não pode ter orgulho no pai e na mãe, porque não os escolheu. Problema dele. Ficamos com o ar modernaço de cosmopolita de Trás-os-Montes-em-Bruxelas, com o desdém pelo patriotismo - que Orwell definia como a devoção a algo que está sempre a mudar, embora não perdendo a aura mística e por isso se opõe ao conservadorismo -, e com o solipsismo gelado-Magnum -é-meu-e-meu-e-só meu ( não tarda teremos orgulho das nossas excrescências).
Ele disse mesmo aquilo, tal qual? Não terá havido erro de interpretação? É que a coisa revela não só uma falta de patriotismo radical como ainda, o que é pior para a nação, uma falta de lógica incrível. É que o facto de se nascer num país não nos impede de termos orgulho nele, não é? Assim como o facto de não termos escolhido os nossos pais, não nos impede de ter orgulho neles. Eu penso ao contrário: o facto de nascermos num país, ou de determinado pai, não nos obriga a ter orgulho neles. Isto é na mesma anti-patriótico, no que respeita à pátria (embora menos radical), mas pelo menos tem lógica. Não terão percebido mal o Coelho?
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