Se o PSD é, como dizem, genuinamente português, então o PSD, como o conhecemos, terá de se transformar. Como não existe nenhuma UE, que, de fora, acicate as pequenas mudanças e adaptações necessárias, a solução terá de ser outra: por fissão binária , ou cissiparidade, um novo partido. O PSD actual poderá ficar com os sindicatos de voto das distritais e com os feudos autárquicos. O novo partido reunirá a linguagem culta e elitista. Sem receio das palavras e, muito menos, sem se engasgar com os conceitos. O novo partido terá de interpretar o carácter destrutivo que Benjamin examinava. Destrutivo no sentido de proteger a tradição, manejando-a ou liquidando-a, de desconfiar sempre da marcha das coisas, de criar espaço, de arruinar o que existe para abrir caminhos. A verdadeira ruptura seria , por exemplo, não ter nenhuma organização de juventude e nenhum tipo de favo vagamente semelhante às agências de empregos que são as distritais e as concelhias. O verdadeiro trabalho político dispensa essa tralha, que a clandestinidade também dispensou no passado e as tecnologias de informação dispensam hoje.
E quando o partido novo finalmente se instalasse, teríamos que criar outro para nos libertarmos da tralha entretanto acumulada. As coisas são o que são.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.