RESPEITO PELOS OUTROS E PELA LIBERDADE DOS OUTROS:
A visita de Bento XVI a Portugal enche de alegria larga maioria dos portugueses, sejam eles católicos ou não, e não faz mal algum aos restantes.
É estranho, por isso, que andemos a assistir a situações completamente bizarras e perfeitamente descabidas. Uma dupla de ganapos devidamente apoiada resolve que vai distribuir preservativos como se estivesse em concertos de rock and roll. Magnânimo e condescendente, esse par de jarras ainda pretende descansar-nos afiançando-nos de que não os irá distribuir durante as cerimónias religiosas ou no seu interior. E, julgando-nos parvos ou fazendo-se a eles próprios de parvos, apregoam que a sua evidente tentativa de ofensa injustificada a imensos portugueses é uma questão de saúde pública. Levem lá os 15 minutinhos de fama e embrulhem-se com eles.
João Proença e Carvalho da Silva são contra a tolerância de ponto concedida e, por uma vez na vida, parecem preocupados com a produtividade. São um ponto, estes intolerantes, e deviam era ser enxovalhados até ao ridículo por não terem vergonha na cara. Não só lhes falta respeito pelos associados das suas "centrais" que eventualmente queiram estar com Bento XVI e por qualquer motivo não possam faltar ou pedir férias, como lhes falta compreensão para as óbvias razões de segurança e facilidade de circulação que certamente estiveram presentes na decisão deste governo socialista (mais, seguramente muito mais do que o simples respeito pelos católicos e pela sua religião). Mas têm bom remédio para os seus problemas: vão trabalhar, mandem os seus associados recuperar o trabalho no fim-de-semana seguinte, no feriado seguinte, ou mais meia hora em cada dia até perfazer o total de horas: vão ver que as pessoas até preferem esta última hipótese e ficar com o dia ou com os meios-dias livres.
Agora vem uma associação qualquer insurgir-se porque o Presidente da República quer acompanhar Bento XVI, como se Cavaco Silva não fosse livre de o fazer ou por qualquer motivo estivesse limitado nesse seu desejo. É fabuloso. Qualquer dia estão a queimar crucifixos que eventualmente existam no Palácio de Belém.
O que falta a esta gente é respeito pelos outros, pela liberdade dos outros e pela sua fé. Bento XVI não lhes fez mal nenhum para estarem com estes disparates sucessivos. Os católicos portugueses não lhes fizeram mal nenhum para que lhes queiram estragar a alegria, a festa e a solenidade. Se esta gente quiser demonstrar um mínimo de decência, deixe aqueles que querem viver momentos de alegria em paz, sem incómodos, sem faltas de respeito e sem verem a sua liberdade desprezada.
Recebem de borla a tolerancia de ponto, teem tratamento preferencial por parte do estado portugues nos mais variados assuntos e ainda choramingam, batem no peito e dizem-se vilipendiados, perseguidos e desrespeitados.
Completamente de acordo com VLX. Sendo eu "não-crente" concordo plenamente consigo.
E até reforço: Os católicos apenas querem que respeitem o Pápa, a sua visita e inerentes eventos com tolerancia de ponto, e tolerancia social, e paz e sossego.
Assim tipo como os Católicos teem feito com os homossexuais, e tolerado os seus eventos, tolerado as suas uniões, e etc etc.
Simples!
Eu por mim, respeito da mesma forma os crentes e os homossexuais (e outros).
Nem eu Delfux: alguma vez nos viu a distribuir crucifixos nas paradas dos homossexuais (sirvo-me do seu exemplo)? Ou a incomodá-los? Ou a mandá-los trabalhar? Ou a dizer que este ou aquele político ou governante não pode alinhar com eles?
O incomodo causado por meia duzia de excentricos a distribuir preservativos e' irrisorio.
Nao justifica tanto alarido, nem apelos 'a luta, nem 'a prisao dos ditos (como julgo que andava por ai' alguem a sugerir).
Espero que, pelo menos, agora entendam como e' desagradavel ver as actividades culturais incomodadas por zelotas da moral e dos bons costumes. Lembre-se, a titulo de exemplo, a chinfrineira que fizeram em varios paises quando da exibicao de "Je vous salue, Marie" do Godard. Dessa vez houve quem tivesse ido fazer cenas 'a cinemateca de Lisboa, se bem me recordo.
Mas fico contente ao verificar que devagarinho, devagarinho estamos todos a ficar mais civilizados e mais tolerantes.
(mas atencao que o argumento da tolerancia de ponto levado a' letra faria parar o pais durante o mes do Mundial ;)
Esse filme foi mais uma ofensa. Façam filmes assim sobre a religião muçulmana, que passam a andar com guarda-costas pagos pelos Estados.
Você acha irrisória a ofensa perpetrada pelos distribuidores de preservativos junto aos locais de culto? Os patetinhas da ideia também devem achar, devem considerar que é uma brincadeirinha. Mas eu julgo que a ofensa deve ser medida pelos ofendidos.
Vamos que o Miguel está no enterro de um familiar muito querido e um bando de palermas aparece com estardalhaço a gozar o seu familiar a estragar-lhe a si o pesar e a dor. É irrisória, a ofensa? Percebeu a imagem?
Eu concordo que nao se deve perturbar as cerimonias religiosas.
Quanto ao filme do Godard, por favor... Se voce nao respeita a liberdade de expressao e artistica, entao nao tem direito de esperar que os outros respeitam a sua liberdade de expressao e/ou religiosa. E' uma via de dois sentidos.
Ainda bem que o António, o Salman Rushdie, o Saramago,o Kurt Westergaard (o do cartoon dinamarquês) e outros não foram imolados ainda pelo fogo purificador das Fatwas Imaculadas e religiosamente correctas.
Lembro-me da cena de 1984 e da intolerância que isso representou: por pouco não queimavam o filme e queimariam o cineasta se estivesse presente.
Uma coisa é fazer uma provocação idiota, gratuita e insensata (ofender directamente os católicos à saída dos seus locais de culto);
(E não está aqui em causa o que se pensa sobre a posição do Papado sobre o preservativo e a Sida, nomeadamente em África)
outra completamente diferente é não se ser religioso e se ter todo o direito de pensar, escrever, desenhar o que se quiser sobre esses temas ou todos os outros. A diferença é enorme. E reveladora.
As pessoas têm o direito de pensar, escrever, fazer, filmar o que quiserem. Não podem é pensar que, ao fazê-lo, não estão a ofender os outros ou, se preferir, que os outros não possam sentir-se ofendidos com isso.
Claro que sim: existem pessoas, na Índia, que poderiam ficar ofendidíssimas se, num cartoon, um comboio trucidasse uma vaca e os restos fossem alimentar pobres humanos famintos (passe o humor negro, muito discutível, admito…).
Isso não impediria que alguém pudesse exprimir essa ideia. A liberdade da mente pode ser cruel para uns; irónica ou sarcástica para outros.Indiferente para outros ainda.
Quanto ao que diz o VLX -- muito certo, mas repare, a titulo de exemplo, que isso se aplica igualmente ao que o Papa diz ou escreve. E nao e' por isso que se deve proibir o Papa de dizer ou escrever o que muito bem entender.
Pense no seguinte (situação hipotética): você está felicíssimo na festa de casamento da sua filha mais velha. Uma matilha miserável de antigos namorados dela acha-se no direito de ir para a porta da sua casa cantar canções de recordações ignóbeis dos seus tempos com ela. Estará essa súcia no direito de o fazer? Possivelmente. É gratuitamente ofensiva? É.
Acho a sua situação hipotética bastante ridícula. Mas, admitamos que ela poderia existir: sim, era uma ofensa porque implicaria uma invasão de um espaço e de um tempo de todo excluído aos que abusivamente se teriam intrometido neles (espaço e tempo).
Viu? Acho, sim, que é um abuso.
Agora vamos analisar um situação que existiu e existe de facto e de forma recorrente:
o cartoonista António criou vários desenhos onde vários Papas são associados a atitudes que, do PONTO de VISTA dos não-católicos, são altamente criticáveis e condenáveis.
Por poderem ser ofensivos para os católicos, os não-católicos estão obrigados a auto-censurarem-se ou a vergarem-se ao silêncio quando consideram essa atitude perfeitamente anómala, pouco inteligente e errada?! Claro que não!
Nenhuma católica é obrigada a praticar interrupção voluntária da gravidez. Clarinho como água. Isso seria uma violência inominável e criminosa. Mas nenhuma não-católica está/é AGORA obrigada a não-praticar uma interrupção voluntária de gravidez só porque isso iria ferir as opiniões e crenças religiosas de uma parte da população. E isso era uma violência inominável e criminosa ANTES da lei que actualmente temos.
No caso do António não pode haver autos-de-fé como os nazis fizeram em frente ao Reichstag ( para não falar nos outros e ferir susceptibilidades…). Simplesmente não pode. Nem deve.
Os católicos que se sentirem ofendidos não compram o EXPRESSO, rezam três ave-marias a mais para excomungar o herege ou inventam uma outra solução que escapa aos não-crentes.
Penso que atingimos aqui o ponto do não-retorno. Tudo o que um não-religioso possa dizer sobre a religião é potencialmente ofensivo para os crentes. Era bom que, para os crentes, também fosse compreensível ou entendível, que o próprio fenómeno religioso tem matéria inesgotável para os que criticam o absurdo e o non-sense institucionalizados.
Acho a sua situação hipotética bastante ridícula. Mas, admitamos que ela poderia existir: sim, era uma ofensa porque implicaria uma invasão de um espaço e de um tempo de todo excluído aos que abusivamente se teriam intrometido neles (espaço e tempo).
Viu? Acho, sim, que é um abuso.
Agora vamos analisar um situação que existiu e existe de facto e de forma recorrente:
o cartoonista António criou vários desenhos onde vários Papas são associados a atitudes que, do PONTO de VISTA dos não-católicos, são altamente criticáveis e condenáveis.
Por poderem ser ofensivos para os católicos, os não-católicos estão obrigados a auto-censurarem-se ou a vergarem-se ao silêncio quando consideram essa atitude perfeitamente anómala, pouco inteligente e errada?! Claro que não!
Nenhuma católica é obrigada a praticar interrupção voluntária da gravidez. Clarinho como água. Isso seria uma violência inominável e criminosa. Mas nenhuma não-católica está/é AGORA obrigada a não-praticar uma interrupção voluntária de gravidez só porque isso iria ferir as opiniões e crenças religiosas de uma parte da população. E isso era uma violência inominável e criminosa ANTES da lei que actualmente temos.
No caso do António não pode haver autos-de-fé como os nazis fizeram em frente ao Reichstag ( para não falar nos outros e ferir susceptibilidades…). Simplesmente não pode. Nem deve.
Os católicos que se sentirem ofendidos não compram o EXPRESSO, rezam três ave-marias a mais para excomungar o herege ou inventam uma outra solução que escapa aos não-crentes.
Penso que atingimos aqui o ponto do não-retorno. Tudo o que um não-religioso possa dizer sobre a religião é potencialmente ofensivo para os crentes. Era bom que, para os crentes também fosse compreensível ou entendível, que o próprio fenómeno religioso tem matéria inesgotável para os que criticam o absurdo e o non-sense institucionalizados.
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