A única verdade demonstrada é que a crise está instalada em nossa casa qual sogra desavinda (isto para quem as tem e enquanto não for decretada a igualdade obrigatória entre sogra e sogro), mas diz-se que o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista estão entusiasticamente interessados em coisas verdadeiramente úteis, sérias e preocupantes para os portugueses: o homem deve poder tornar-se mulher mantendo o pénis, e a mulher tornar-se homem mantendo a vagina. Parece-me razoável, dentro do género, mas pode ser da hora.
O assunto, segundo a notícia, vai ser discutido na AR em Setembro, durante as vindimas, o que me parece também uma bebedeira perfeitamente natural. Aparentemente, um psicólogo poderá determinar se outra pessoa será homem ou mulher, coisa que já me aflige nas discussões futebolísticas com o Filipe Nunes Vicente. E se ele, no meio de uma briga sobre os pontapés do Luisão no adversário indefeso, assina atestado de que sou mulher? Como é que eu faço?
Em tempos, querido familiar advogado mais velho disse-me que o Direito era a ciência mais exacta de todas, “pois se um grupo de Conselheiros afirmar que esta parede branca é preta, esta parede branca fica preta para todo o sempre não importando o bronco que escreveu sobre a branca que era preta para os outros assinarem, em branco, e preto no branco, que a parede branca era preta.” Na altura pareceu-me acertado e evidente mas pode ser porque estivesse saidinho da Faculdade.
Estava esse meu querido familiar errado: hoje, a ciência exacta é a Psicologia - pois se eles atestam que um tipo é tipa, não há maneira de mudar o tipo da coisa. A coisa passa a tipo e o tipo coisa. Entre amigos, finos e tremoços, seria obviamente e para todo o sempre "o coisinha".
Para não haver mais confusões, sugeria à medicina que inventasse o modo de termos os nossos órgãos sexuais implantados na testa. O que se gastasse a mais em lenços poupava-se em papel higiénico e ao menos ficava-se a saber o que cada um era. São exigências próprias da nossa era e deixávamos de ter de nos cobrir ao centro com hera. E provavelmente deixávamos de andar às cabeçadas uns com os outros, não fosse o diabo tecê-las...
E também me parece que nada impede a identidade sexual de ser, digamos, performativa num ritmo adequado aos tempos. Deveríamos lutar pelo inalienável direito de cada um de ser homem às 2ªs, 4ªs e 6ªs, mulher às 3ªs, 5ªs e sábados, e ao domingo trans-género, para poder para e reflectir na ordem da semana seguinte.
;))) eu ando muito liberal, mas não queria ser mulher na hora de lavar a louça ou de mudar as fraldas. Enfim, e precisando, não queria ser mulher nem homem, dependendo de quem tem as funções em causa. As de lavar a louça ou de mudar as fraldas, precisando também...
Fui ver a coisa. A mim calha-me bem por duas ordens de razões, sendo que a 1ª não discuto para não dar azar. A 2ª tem a ver com trabalho: atesto o que quiserem e espero que queiram muitas vezes. Todos temos de viver.
Imaginemos um sujeito do sexo masculino que passa pela "via administrativa" a ser mulher e que casa com um homem. Isto já é um casamento entre pessoas de distinto sexo, não? Assim, no formulário de modelo a definir (ou definido já, não sei), poderá pôr cruzinha na casa "casamento heterosexual". Se tiver tempo e pachorra, esclareça-me, por favor. Carmen Formigo
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