A razão: O número ( 160.000 pessoas) conta? Claro. Se conta nas manifestações sindicais, do 25 de Abril e pela liberalização do aborto ( as paradas LGBT têm menos gente) , também conta na de hoje. A adesão popular a Ratzinger ( não é bem a ele mas ao que ele representa) é do domínio da razão. As pessoas escolhem acreditar, escolhem ouvir, escolhem aplaudir. O fanatismo que continua a ver o cristianismo de hoje como uma crença medieval labora na indigência cognitiva.
A força: A palavra conta mais e foi ela que teve força. Ratzinger transportou para dentro da Igreja as vozes contra a Igreja, coisa que o comunismo continua a não fazer. Isto acontece porque a marca diferenciadora de uma Europa católica é a tolerância: Roma não é Teerão. Por outro lado, um corpo exposto a mil feridas ( Freud de novo...) é um corpo mil vezes curável. Ratzinger pensa ( Academia Católica da Baviera, 2004) que a aceitação sem reservas da especialização técnica e da banalização ética nega o próprio homem. Condenar o mal da Igreja é um forte exemplo que oferece aos que são incapazes de pensar para além do produto que fabricam.
FNV, amanhã, por despacho, vai ser reforçada a razão. O nosso sistema operativo tem já por defeito um ficheiro católico apostólico romano. Somos todos baptizados católicos aos três meses; não nos entregam a ficha de inscrição no sindicato, ou na ILGA, aos três meses. É bom que o Estado nos lembre isto de vez em quando, pelo menos quando cá vem o Papa. 160 mil pessoas não chegam, obviamente; isso são três paróquias.
Muito certo, a Europa em geral (a catolica e a nao catolica) e' muito mais tolerante do que Teerao. Banal tambem.
O homem apenas com a tecnica e sem a etica... mas estas a concluir que o XVI descobriu a polvora? ;) Esse e' um dos grandes temas da arte moderna e contemporanea.
Tenho a impressao de que o cristianismo e a religiao sao coisas antiquadas. Nao porque o moderno se reduza 'a tecnica, mas porque a cultura moderna se tornou muito mais sofisticada e nao ha' como ignorar tudo o que aprendemos ao longo da historia da humanidade. Na verdade ha como ignorar, e' claro, muitos o fazem, mas indicador de uma certa indigencia cognitiva e' antes a dicotomia relativismo-cristianismo 'a la Ratzinger.
Mas quem tem razao e' o Luis M. Jorge: mais vale ir para Moncarapacho.
Como não me perguntaram nada aos três meses quando me lavaram o cocoruto da cabeça com água potável e duas testemunhas confirmaram com algum fervor, quando comecei a ter algum juízo desliguei-me de vez, para aí aos sete anos quando tinha de ir à confissão que era um martírio para mim porque tinha de contar os meus pecados e eu não queria nem por nada contar que tinha andado a "brincar" com a Mimi que era a minha vizinha mais nova do número ao lado.
Depois fui vendo que aquilo para mim não fazia nenhum sentido. Uma salada russa de criações humanas onde uma imaginação nem sempre fértil tomava a forma de metáforas.
Aqui há uns tempos fui informar-me sobre a maneira de desbaptizar-me. Soube então que era preciso outro acto simbólico para que a apostasia fosse válida e eu fosse retirado das estatísticas oficiais mas com uma insuportável contrariedade: eram precisas, de novo, duas testemunhas!
Chateado que nem um burro, rasguei o papelucho, fui-me embora e fi-la sozinho. Incógnito.
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