Leio no
Expresso que
Sócrates não fez caso do que havia combinado com o enviado de Passos Coelho e que este concordou. Isto talvez explique a atitude das desculpas e faz sentido. Faltava acrescentar um ponto à tese anterior. Nas teorias da atribuição existe uma categoria designada a
procura das accções vulgaremente não desejáveis. Explico rápido:
Imaginem que têm de recrutar uma secretária de direcção. Depois de analisarem os currículos, entrevistam as duas finalistas. A Luísa chega a horas, veste-se de forma sóbria e diz que vive com a mãezinha
e para o trabalho. A Rita chega atrasada, vem com olheiras de uma noitada e está a viver em casa de uma amiga porque zangou-se com os pais. Vocês, sob pressão, escolhem a Luísa: não porque tenham a certeza de que será melhor secretária, mas porque soube compreender o que se espera de uma candidata a um lugar de topo.
As já famosas desculpas podem ter sido estratégicas ou impulsivas, mas correspondem ao que as pessoas comuns esperam de alguém que deu o dito por não dito.