Admito que àquele que se tenha limitado às aulas de Português Técnico lhe falte o mais vulgar vocabulário, mas dizer-se que não encerrar escolas com menos de 20 alunos “seria criminoso” é coisa que deveria fazer reprovar o maior cábula do canto mais recôndito do país. Fazê-lo com auxílio do argumento da economia, então, isso sim, é verdadeiramente criminoso.
Quando no Estado Novo se andou a construir escolas pelo país inteiro, essa medida não foi seguramente economicamente sustentada, mas era devida às populações que existiam no interior. Hoje, retiramos-lhes as possibilidades de aí viverem. Que interessa o município xis andar a pagar pelos nascimentos, se o Estado não dá aos pais escolas para os filhos serem ensinados? Se o país prefere reunir as crianças numa camioneta e fazê-las passear horas até as reunir numa imensa escola longe de casa? Se prefere deixar morrer o interior?
Sabugueiro e Santana são duas localidades simpáticas entre Montemor e Arraiolos, duas terras onde se diz que irão encerrar escolas, duas terriolas onde me desloco variadas vezes e onde compro, no comércio local e para o ajudar, tudo o que tenham para me vender e me faça falta nas temporadas em que lá estou. Faço-o, por vezes pagando conscienciosamente mais do que noutros estabelecimentos maiores existentes relativamente perto (em Montemor e Arraiolos), para ajudar a população local e manter o comércio, as gentes, a população, a vida. O meu contributo é reduzido, seguramente, mas o Governo socialista não quer fazer nenhum. Isso é que é criminoso.
Não se pode fazer um referendo sobre isso? Faço essa perguna e explico porquê neste post: http://ambio.blogspot.com/2010/06/crime-talvez-mas-quem-e-o-criminoso.html henrique pereira dos santos
Para ajudar ainda mais o Vasco podia por também os seus filhos numa dessas escolas com menos de 20 alunos, 4 classes na mesma sala. Podia ser que passassem a 21 e a escola já não fechasse.
Louvo a sua atitute em relação ao comércio local, eu faço o mesmo.
Vivo no interior (Portalegre) e constato a vontade reiterada de matar por asfixia regiões como esta e outras sem peso político, sem poder de reivindicação, sem população. O encerramento das escolas é apenas mais um passo em direcção à desertificação. E isto não é um queixume, se calhar o esquecimento a que somos votados até nos traz vantagens: a paz e a tranquilidade de um certo fim do mundo, poético q.b. Mas não se diga que isto é um país, não nos peçam para levar a sério os governos que nos causticam independentemente dos partidos que por lá vão passando, não brinquem mais com a história e a dignidade de um povo. E não nos venham com explicações hipócritas para decisões que derivam da pura contabilidade. Trata-se de uma política de extermínio cultural na sequência do que já foi feito ao nível dos serviços e da economia. Somos um país-fantasma governado por esbirros.
Em Portalegre? Não tarda nada este governo socialista vai mandar os seus filhos estudar para Valência de Alcântara. Sempre fica mais perto do que Badajoz... :))
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