Na época da euforia despesista de Guterres, Cravinho achou que tinha tirado da cartola uma ideia genial para a locomoção das gentes, as scuts. Claro que não passava de um disparate e, estava-se mesmo a ver, não tinha pernas para andar. Mas os socialistas, cegos quando toca a desbaratar dinheiro, não se importaram com minudências. As pessoas não eram números e toca então de forrar o país de alcatrão, quem viesse atrás que fechasse as luzes e pagasse a factura. Assim se fez. E quando chegou a factura não havia dinheiro sequer para pagar a luz, como toda a gente já antevia. Agora, sem luz e sem dinheiro, não se vê grande solução.
Para sacar massa aos contribuintes sem grandes revoltas na capital, os socialistas de Lisboa inventaram um método de cobrar portagens mas só nas estradas dos indígenas provincianos longínquos, numa zona do país algo indefinida a que eles chamam "o norte", com vértice no Porto, sem saber muito bem do que falam. Só que, para agravar a idiotice socialista, a maneira como foram feitas as obras impede, por diversas razões, a instalação de portagens normais. Vai daí, da cabecinha socialista alfacinha nasce o chip de matrícula, algo que se a tecnologia de então possibilitasse seria instalado por Estaline em todos os bebés nas maternidades da URSS.
Com a corda ao pescoço, e fartos de levar reguadas dos professores de Bruxelas por erros nas contas, sempre que lá vão, os socialistas decidem tramar as gentes do tal "o norte", exigindo em cima do joelho a instalação dos chips na frente dos carros para ontem.
Entretanto, as concessionárias das Auto-Estradas com portagem, com a Brisa à cabeça, esfregam as mãos e alargam, nas praças das portagens, as zonas de via verde e diminuem as portagens manuais, aguardando-se a sua extinção juntamente com os empregos dos portageiros. Mais recentemente, reparei que nas áreas de serviços das Auto-Estradas também se alargava a todas as bombas de gasolina a possibilidade de pagamento através da via verde, seguramente com efeitos nos empregos das pessoas que lá trabalham. Aliás, uma vez instalados os chips em todos os carros, muitos mais empregos serão colocados em risco. Menos o de Cravinho, claro, esse ficou assegurado: há que saber recompensar a genialidade dos nossos políticos se não vai para lá qualquer idiota e esfrangalha o país.
O problema não foi só do PS de Guterres. Os nossos políticos, que uma vez chegados à CEE, acharam que Portugal era "moderno", acharam "moderno" deixar ao abandono as antigas estradas e acabar com os caminhos de ferro do interior (através do abandono progressivo de algumas linhas e mesmo através do encerramento de outras). Cavaco Silva também ajudou a realizar este filme de ficção que foi o do "Portugal Moderno e Europeu). Nenhum dos nossos governantes (depois de entrarmos para a CEE) teve visão suficiente para aplicar verdadeiramente bem os fundos que recebemos. Cavaco foi o melhor porque soube fazer o básico, mas mesmo assim foi um canastrão. Os outros (todos) mereciam um razzie!
Não quis com o meu comentário desculpar Guterreres, que cometeu os erros que todos sabemos...
Mas o grande problema do país não foram as SCUTS. O grande problema foi termos apostado no modelo de desenvolvimento errado (desbaratando os milhões da CEE)...Enquanto não quisermos perceber isso - que é mais difícil de admitir do que "culpar" as SCUTS (de Guterres) ou o "monstro" (de Cavaco) - não percebemos nada.
tudo muito bonito, mas porquê os socialistas de Lisboa?
Que eu saiba os socialistas que criaram as SCUTS (Guterres) e o que agora quer introduzi as portagens (Sócrates) são da grande região do Norte, onde se inclui o Porto.
Que as Scuts são um enorme erro desde o início também estou de acordo, mas a verdade é que em Lisboa, para andar de auto-estrada, ee tenho de pagar portagem, e no Porto e arredores, pelo menos até ao momento, era de borla...
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