A carta é toda ela estranha. Hofmannsthal começa por agradecer a Rilke as palavras amáveis. Acontece que a carta é de Dezembro de 1915 e Hofmannsthal não recebia correio de Rilke desde Fevereiro de 1914. Depois, o tom angustiado. Com o eclodir da guerra, Rilke fica encravado na Alemanha e não pode regressar a Paris. Hofmannsthal tenta ajudar através dos príncipes Taxis e do Conde von Belobreska. E, depois, uma morte. Hofmannsthal tinha acabado de perder o pai e utiliza uma fórmula acobreada: Perdi toda a minha juventude; enquanto meu pai viveu ela esteve sempre lá. A fórmula é banal na descrição da ordem natural das coisas ( nem sempre certa), mas armadilhada na despedida. A cinza da nossa juventude depende menos dos anos que passam do que daqueles que transportam esses anos.
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