Tenho gostos caríssimos: A meio da manhã, pego no livro que quero e sento-me no sofá do escritório, ou na varanda se estiver bom tempo; Não ambiciono nada que dependa de humanos; Visto a primeira camisa que encontro na gaveta; Escolho leituras para os meus filhos; Faço uma sesta monástica todos os dias.
Não, eu não ganho o suficiente para ter essa qualidade de vida. Ganho quase o mesmo (SNS) e trabalho muito mais. Tentam desesperadamente mandar em mim de todas as formas mas "não há machado que corte a raiz do pensamento" para citar um... candidato.
Não e é completamente injusto e afinal é bem de Coimbra. Não, não penso em dinheiro. Quem esta so no SNS porque acha que as crianças devem ter os melhores cuidados independetemente do que os pais podem e por isso troca ganhar uma vida o que outros colegas ganham num ano. E que segue o que a mae lhe dizia, se fores para medica não seja comerciante, senão vai antes para o comercio. É profundamente injusto o que escreveu. Não me conhece.
Tenho uma dificuldade com Epicuro ponho demasiada emoção nas coisas que faço. Falta-me a tranquilidade, sou demasiado rapida ve agora? Se esperasse um minuto tinha a explicação e não me zangava. Ainda vou um dia não reagir a qq provocação, tudo me ser indiferente e ficar sage. Anarquista já sou.
Tenho uma dificuldade com Epicuro ponho demasiada emoção nas coisas que faço. Falta-me a tranquilidade, sou demasiado rapida ve agora? Se esperasse um minuto tinha a explicação e não me zangava. Ainda vou um dia não reagir a qq provocação, tudo me ser indiferente e ficar sage. Anarquista já sou.
Não a conheço, obviamente. Li o que comentou: "Não ganho o suficiente para ter essa qualidade de vida". Por isso lhe respondi que V. só pensa em dinheiro. Um vagabundo pode estar todo o dia debaixo de uma macieira a ver passar as formigas.
A leitura a meio da manhã,os livros para os filhos e a sesta são coisas óptimas. Mas, quais são as suas ambições (as tais que não dependem de humanos) e de quem dependem (de outra entidade? Do acaso cósmico?)
"...Mas, quais são as suas ambições (as tais que não dependem de humanos) e de quem dependem (de outra entidade? Do acaso cósmico?)..."
quiçá apenas o "tractor a pedal" passar a carburar melhor...?
eu não devia ir por caminhos que desconheço,perdão ao FNV, mas hoje estou
"...Me siento, a veces, triste como una tarde del otoño viejo; de saudades sin nombre, de penas melancólicas tan lleno... Mi pensamiento, entonces, vaga junto a las tumbas de los muertos y en torno a los cipreses y a los sauces que, abatidos, se inclinan... Y me acuerdo de historias tristes, sin poesía... Historias que tienen casi blancos mis cabellos. ..."
FNV, esses gostos tão zen, tal liberdade de espírito, tal desapego das coisas materiais, ou a têm os vagabundos, precisamente, ou os mais abonados. Certo? Da henedina, não sei, mas já que estamos nesta, que é uma conversa catita daquelas que nunca se devem ter às mesas finas, sempre vos digo que passo muito mais tempo do que queria a pensar em dinheiro. Conversa da treta, incluindo a minha, dah. Tudo bem? Andei aí a pesquisar e parece que aconteceu qualquer coisa ao FNV quando tinha 24 anos, que o deixou tão atraente como o corcunda de Notre Dame. Que se passou?
Lá vem a esquerda materialista complicar as coisas.Nem Zen nem vagabundo nem rico. Experimenta querer menos do que se compra e mais do que não tem preço.
compreendo e em certa medida advogo esse regresso a epicuro, ao essencial da vida: afastar-se da dor e buscar o prazer das coisas simples para ser livre. mas, infelizmente ou não, tenho de ser mais prosaico: a camisa que tiro ao acaso da gaveta sou eu que a passo. e assim lá se vai a ataraxia e, pior ainda, a aponia. o prazer intelectual e o esforço do trabalho físico dificilmente se integram no epicurismo. por outro lado, não ambicionar nada do que depende de humanos pode ser belo no pensar, mas impossível de concretizar. creio que é melhor sabedoria ter consciência de que se depende sempre em alguma coisa dos outros. é a interdependência que abre a porta à generosidade e, claro, ao agradecimento. dois pilares de uma vida serena e livre, como propõem, por exemplo, os primeiros cristãos. mas isto sou a dissertar, claro. acho muito bem que pegue no livro que quer e o trague a meio da manhã. aqui para nós: também consigo fazer o mesmo. grande abraço, filipe.
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