Pediu desculpa por concordar com a política do PS e apresentou um projecto de revisão constitucional que nem o Cantinflas conseguiria compreender ( apesar de tantos conivalves especialistas em comunicação) . Posto isto, o PSD foi a banhos. É muito pouco. Consegue-se descortinar o motivo: um orgão velho, que se alimenta num compáscuo de vícios e ambição. Esta direcção agrega ex-secretários de Santana Lopes e Guterres - alguns até conseguiram fazer render a experiência (o que demonstra como Portugal é generoso) -, pessoal e ex-pessoal da enchocalhada JSD e um ou outro crente legítimo. Ângelo Correia, pese a classe, não chega para garantir um selo mínimo de qualidade. Ninguém quer escorregar porque pode perder a boleia. O futuro desta aliança? Como Kraus dizia dos alemães: Só necessitam de duas pessoas para constituir um lóbi. Se uma morre, a outra autopromove-se.
Desapossados 1 Após a apresentação do projecto de governo liberal de Passos Coelho sob a forma de revisão constitucional, perpassa em grande parte do PSD uma subterrânea perplexidade. Este partido é constituído por uma parte significativa dos votantes portugueses e ainda possui um número expressivo de militantes. Muitos deles, os mais velhos e mais numerosos, à volta da imagem construída, mal ou bem, pela governação cavaquista. Imagem essa cujos contornos encaixam na defesa do chamado Estado Social: Leonor Beleza na Saúde, Bagão Félix na Segurança Social (embora este mais ligado ao CDS e independente), Roberto Carneiro na Educação e outros. 2 Os mais novos, muito pouco numerosos, à volta de uma imagem «liberal» que agora, incompreensivelmente, se apresenta como moderna ou, quem sabe, pós-moderna (incompreensivelmente, pois estamos no meio da mais devoradora crise saída das cloacas de Wall Street e provocada pela «esmerada» aplicação dessas teorias). O sentimento surdo e dominante que começa a grassar é de não pertença por parte do primeiro grupo. Sentem-se esbulhados, desapossados, e, se este sentimento ganhar líder, restam duas hipóteses a Passos Coelho: ir criar um partido à direita do CDS, ou passar pelo calvário habitual. Este poderá tornar-se mais evidente se a queda nas intenções de voto se acentuar. A ver vamos. Desapossados.
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