As elites de Coimbra. Ainda estamos em Setembro e já as jovens estudantes, esperança e futuro glorioso de Portugal, se aliviam sob a minha varanda, berrando sem esforço: Hoje é segunda-feira/ é mais um dia de bebedeira/ é beber até ser dia/ mais uma para o cu ia ia. Atrás, mais compostos ( o sexismo é hepático) , descem eles, passeando o panache inconfundível dos actuais estudantes das escolas de lavoura. Daqui até Maio,com uma pausa para o Natal, será assim.
Quando estudei em Coimbra também participei em Latadas e Queimas. Também tive um ou outro excesso - já no Parque, um pouco aligeirado por um vinho terrível, vislumbrando o 'magnifico' reitor esganicei-me em voz alta "olha o nosso reitor- até parece um gajo porreiro, é pena ser maçon e amigo do Soares".
A diferença é que, com excepção de um dia no Outono e um par em Maio, subia os Combatentes a pé, chuva e sol, ia a todas as aulas, e á noite jantava na cantina (Na altura, "As Amarelas")-como tantos outros que não eram originários de Coimbra. Algum tostão que avançava servia para ir ao cinema - vi muitos dos ciclos pseudo-marxistas do Gil Vicente-, e ainda,cada dois meses, para convidar a namorada para uma Pizza no André. No fundo, e desculpe o solipsismo, tenho pena que tantos deles hoje não vivam a idade de estudantes um pouco assim - complementa a formação académica.
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