O PR apela ao consenso orçamental num momento delicadíssimo. Que disparate. Portugal sempre se distinguiu pela enorme capacidade de ruptura. Em 1974, o povo, depois de dezenas de motins e revoltas, incumbiu um simples e humilde capitão de receber o poder de Caetano; os pides foram todos presos, ou fuzilados, ao que se seguiu uma guerra civil. Mais tarde, em democracia, um general responsável por actividades terroristas, e mortes, foi preso para a vida e destituído de patente; nos anos 80, os autores da megafraude do Fundo Social Europeu foram desmascarados e a rede clientelar-vampiresca que comeu o dinheiro da CEE caiu em desgraça. O complexo da guerra colonial estava resolvido por volta de 1990. O arco parlamentar cobre todo o espectro ideológico, a crítica literária e cinematográfica é impediosa, há alunos calões que chumbam o ano, enfim, o país sempre respirou stasis. E quer o PR um consenso nesta altura de crise grave? Proceda-se em conformidade.
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