Um velho amigo mete-se comigo ( ver comentários ao número anterior) por causa da lavoura. Claro que sim. Nunca deixámos de ser um povo de lavradores, pastores e pescadores. O comércio veio por causa dos excedentes e não devido a qualquer sinapse empresarial. Somos lavradores ao volante de um SLK, pastores dentro de um spa e peixeiras em qualquer discussão. Sonho com o regresso da calma e dos limites. A religião pode continuar a ser a católica. Um mulher, oficial e recatada, para cada um obriga os homens a competir no mercado dos bastardos. É bom para a raça. A higiene e os modos na cama também agradecem. Vou na rua e perguntam-me: e então o parlamento, os partidos e essas superestruturas todas? Que ingenuidade. Num país de novo entregue a produzir o que come, a deitar-se cedo e a passar os domingos na missa e em belos almoços debaixo da parreira, para que servem parlamento e partidos? Outra infantilidade é julgar este novo Portugal o velho Portugal. Não compreendem que estas propostas não representam uma idealização do Portugal novecentista. Este novo Portugal é uma máquina do tempo: fui lá, não gostei e volto atrás. Mas regresso diferente, muito diferente.
Avoir une maison commode, propre et belle, Un jardin tapissé, d'espaliers odorans, Des fruits, d'excellent vin, peu de train, peu d'enfans, Posseder seul, sans bruit, une femme fidèle,
N'avoir dettes, amour, ni proces, ni querelle, Ni de partage à faire, avecque ses parens, Se contenter de peu, n'esperer rien des Grands, Régler tous ses desseins sur un juste modèle,
Vivre avecque franchise et sans ambition, S'adonner sans scrupule à la dévotion, Domter ses passions, les rendre obéissantes,
Conserver l'esprit libre et le jugement fort, Dire son Chapelet en cultivant ses entes, C'est attendre chez soi bien doucement la mort
Fnv, eu ficava por lá. Sempre quis viver numa Novela do Minho, versão morgadinha dos canaviais, não as do outro, que metiam mais bordoada. E muito vinho verde tinto fresquinho, não estes vinhos apaneleirados que há agora. Eu vou, mas fico lá como morgado ou abade, se faz favor.
Mas como vai definir os critérios de pertença a cada classe social? Sim, a lavoura, a pesca, a pastorícia e as éclogas, mas no fundo todos aspiram a ser abades e morgados, vê? E mais, esse "modo de produção" remete necessariamente para uma monarquia? E em caso afirmativo, de que tipo? E a "instrução" estaria a cargo do clero?
Como dizem os actores dos "morangos com açúcar" começo a estar "muito interessada neste projecto".
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