Previsões do declínio. A direita conservadora andava inquieta no início da década de 30. Sob o manto de Spengler, Keyserling ( "Die Kultur des Sich-leicht-Machens", Das Tagebuch, Maio de 1930) refilava contra a democratização do ensino, coisa inserida num vasto plano de faciltação geral da vida do indivíduo; Hesse vociferava contra o intelectualismo, muito diferente do dos nossos pais, turbulento, selvagem e pobre em tradição; Ludwig Bauer ( "Mittelalter,1932") assegurava que o comboio do desenvolvimento levar-nos-ia directamente à Idade Média . Bauer acreditava que depois do século XIX ter descoberto o "Eu", os ocidentais, à custa de Mussolini e "do seu substituto alemão", desejavam agora ser aliviados do fardo e, reprimidos, ansiavam por "vestir um uniforme". É verdade que o fascismo e o nazismo alimentaram-se da ideia de superação do declínio, é verdade que o bolchevismo se distinguiu pela pretensa superioridade sobre o declínio burguês ocidental, é verdade que o Islão radical desdenha as prostitutas e os debochados europeus. O facto é que, se regressarmos a Hesíodo, percebemos que a ideia de decadêcia é apenas um super-ego da ideia de progresso. Às vezes castiga? Claro. Qual é o super-ego que não dá umas palmadas?
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