Vejo no Diário de Coimbra de ontem (ele chega-me ao Porto com um dia de atraso) que as casas do Benfica da Beira Litoral boicotam os jogos fora da Luz. Numa reunião em Miranda do Corvo, Coimbra, Ansião, Bairrada, Estarreja, Condeixa, Arganil, Aveiro, Gândaras de Lousã, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Murtosa, Ovar e S. João da Madeira decidiram que não irão ao Beira-Mar/Benfica, nem à Figueira da Foz, Leiria e Coimbra (Filipe, não vale argumentar dizendo que vais ver a Académica...). Isto terá sido “aprovado por unanimidade e quase aclamação” (adorei esta parte, "quase aclamação" é lindo!).
Parece que só vão à Luz, aos outros estádios não. Noticia-se que o presidente do Benfica terá dito, acusadoramente, que quem “comparecer aos jogos fora significa pactuar com o actual estado do futebol português” e que o delegado regional das casas do Benfica terá dito que “como representantes legais do Benfica nestes distritos temos de seguir à imagem e semelhança do que a direcção do clube decide”.
Imagino que isto seja um espectáculo único no mundo. Qual circo do Mónaco, qual quê: palhaços e palhaçadas é aqui, na nossa terrinha...
Não vale a pena a aflição... Aquilo dos seis milhões era tudo treta. Só bom material para piadas. Nem se vai sentir a diferença nos estádios. No ano passado, por exemplo, a Naval no jogo com o SLB tinha bilhetes a 20, 40 e 60€. Mas no dia do jogo já não vendia bilhetes de 20€ e as bancadas centrais estiveram cheias. Este ano pagam os salários de outra maneira e pode ser que para o ano corram tanto nos jogos contra o clube da fruta como correm nos jogos contra o SLB.
O bom disto tudo, para além das gargalhadas que proporciona, é o clima de segurança que vai passar a haver nos estádios onde jogue o benfas (com excepção da Luz, evidentemente).
Vai deixar de ser preciso gastar dinheiro com policiamento e com cadeiras e garrafas partidas, as famílias vão poder passar a ir ver jogar as suas equipas com o Benfica sem medo de agressões, palavrões, violência em geral.
Poderão ir aos jogos turmas inteiras dos jardins de infância, crianças em idade escolar, vai passar a ser um espectáculo admissível a menores, para ver em família e em segurança.
Por mim, acho óptimo que os adeptos do Benfica se confinem à Luz.
Há aí qualquer coisa que me escapa e que se calhar escapou ao Vieira. Eu acho que eles simplesmente não deviam ir a jogos em que o Benfica jogue com outros clubes, na Luz, ou noutro lugar qualquer. Acho que assim continuam a pactuar com qualquer coisa, não sei.
Mas se é só o factor “casa”, continuo sem perceber porquê, acho que se podiam juntar todos (sempre são seiscentos milhões) e comprar esses estádios do centro. O de Leiria, aquele mamarracho, deve ficar barato, o de Aveiro também. Mortinhas devem estar as câmaras para se livrarem deles. O da naval, não sei. O municipal de Coimbra, deve ser o mais caro, mas agora é um óptimo investimento com os concertos.
Há aí qualquer coisa que me escapa e que se calhar escapou ao Vieira. Eu acho que eles simplesmente não deviam ir a jogos em que o Benfica jogue com outros clubes, seja na Luz, seja noutro lugar qualquer. Acho que assim continuam a pactuar com qualquer coisa, não sei. Mas se é só o factor “casa”, continuo sem perceber porquê, acho que se podiam juntar todos (sempre são seiscentos milhões) e comprar esses estádios do centro. O de Leiria, aquele mamarracho, deve ficar barato, o de Aveiro também. Mortinhas devem estar as câmaras para se livrarem deles. O da naval, não sei. O municipal de Coimbra, deve ser o mais caro, mas agora é um óptimo investimento por causa dos concertos.
Uma das características do FCP, especialmente na era PdC, é que a maior parte - muito boa gente e gente ruim, que também há por lá, como em todo lado - sempre pensaram e fizeram pela sua cabeça. Por isso PdC - que entre os seus inúmeros defeitos não conta de certo com a falta de inteligência- nunca se emularia em 'chavista' a escrever cartinhas ao 'povo' ou 'nação'...
Nem faria esta chantagem imbecil de pedir aos adeptos para não irem aos outros estádios. O futebol vive disto, destes equilíbrios. Eu ainda não percebi como é que os outros clubes ainda não se indignaram com isto. Se calhar nem levam a sério o Vieira. Deve ser isso. Eu levo-o a sério, tenho muito respeito por quem me faz rir.
Entretanto, caladinhos, lá pediram os 2500 bilhetes da ordem. A guarda pretoriana que, da outra vez, teve de descalçar os sapatos à entrada do Dragão e descarregar as peças de metal por ali escondidas, o ferro deve fazer bem ao suor dos pés...
Estes agora vão fazer apenas escolta aos 100 VIP que querem ir de borla.
Se as gargalhadas são más e superficiais é porque o palhaço foi mesquinho. Claro que há imbecis que se atrevem a rir do que lhes devia dar sono. Se o palhaço fosse verosímil, o espectáculo mereceria um riso verdadeiro. Mas a verdade é mais auditiva que táctil. Aos super-adeptos, os Deuses não lhe tocaram, contaram-lhe segredos. Claro que isto é óbvio, e ainda hoje se lê que um emblema mexe mais num cérebro que constatações auditivas. Mas os Deuses aos surdos contarão segredos em cores, como se o azul e branco fosse uma estranha forma de eliminar antes de compreender. São assim os super-adeptos, meio inteligentes meio imbecis, mas quando se juntam actuam com metade de si.
E veio um tempo em que os homens começaram a andar de cabeça baixa, pesados, e às mulheres secou-lhes o leite. Onde lhes tinham prometido um oásis com vinte anos de sombra e água fresca havia só um charco raquítico, enlameado ao fim de um ano; e todas as tâmaras nasciam já enroladas em bacon, reservadas para a mesa do Mais Grande. Só os anciãos guardavam a memória dos saques de outras eras e celebravam-nos em voz alta à fogueira. Os petizes, que desde o berço tratavam por tu a fome e o desespero, desconfiavam dessas glórias e preferiam perscrutar, ansiosos, os sinais inscritos no vôo das águias. Mas onde procuravam o relâmpago fulminante viam um tractor a pedal, onde procuravam uma orquestra de câmara viam um trio de mariachis. Muitos puseram-se a escrever e nunca mais pararam.
Para acertar no ponto fraco deste místico (e das suas escrituras) não será necessária grande pontaria mental ou raciocínio elaborado. Somos espertinhos até o limite em que a esperteza não tapa tudo. É uma esperteza a juros. A esperteza dá tanto trabalho como o andar em bicos de pés, dai que muitos espertinhos o sejam não pelos bons argumentos, mas por preguiça. Duros são os tempos se, um místico, tem de fingir que não ouve as toupeiras tuaregs e não percebe o mistério. Tudo o que a custo os super-adeptos tentarão dizer não disfarçará que a origem deste fingimento não está na lei, mas na sua ausência.
Ó Português onde estás tu? Estas criaturas vagamente alfabetizadas exibem sempre as suas enternecedoras dificuldades com os rudimentos da língua (admitamos “tuaregs” como gralha…): SUPER - Prefixo sujeito ao hífen antes de h ou r. “São assim os super-adeptos, meio inteligentes meio imbecis (…) ”. Texto super-ridículo, lavrado de modo semi-imbecil, que deverá impressionar os aparvalhados do costume.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.