Até gosto mais do político do que do escritor. Está bem: não é marxista, parece que é conservador e amigo de Israel. Não impressiona. Deviam dar o prémio ao Cormac, que até há pouco tempo ainda contava os tostões e já não está muito bem da saúde, ou ao De Lillo. Isso é que era generosidade.
Eu acho que está bem. Não é o Garcia Marquez, mas está benzito. O DeLillo não precisa, nem o Cormac, nenhum precisa nem quer, mesmo que estejam a morrer de fome. O Llosa ria-se fininho quando lhe falavam do Nobel. Quê, aquele prémio que foi dado ao sacana do colombiano? Hehehe. Olha, vai ser curioso ver os mesmos que gozavam com o facto de o Nobel ser dado a escritores por causa das ideias politicas, menosprezando por isso o prémio, virem agora dizer que este é um Nobel há muito devido a um combatente pela liberdade. Let’s see.
Por convicção meritocrática, esperava Philip Roth. Mesmo sabendo que é Americano e judeu. Mas, com o critério de entusiasmo de leitura e releituras, acho que é justo reconhecer Vargas Llosa.
E, já agora, o que comeu no sábado anterior? (ou já não se lembra?, levaram 2-0 nas Antas logo nos primeiros 23 minutos, Jardel e Capucho a facturarem).
Há já algum tempo que o Nobel da Literatura se resume a uma expressão que o Freud utilizava, "estranheza familiar". A cada atribuição sinto que alguma coisa não está certa mas que, ao mesmo tempo, há uma parte dessa Literatura que reconheço e que me é familiar. Sinto-me leitor mas sinto-me ameaçado. Essa sensação pode, eventualmente, ser uma das marcas dos escritores que resistem ao tempo. Há uma parte que me agarra mas há também outra parte que ainda não entendi.
Isso diz o meu amigo (a?), que é do mundo da literatura, tem um blogue fabuloso e me alegra o dia sempre que cá passa. Eu tenho é pena que o Cormac só venha a ser agraciado por Hollywood.
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