Pedantes com meio cérebro, que julgam inventar a roda todos os dias, tendem a ver qualquer comparação com o passado como uma previsão da repetição do mesmo. O que a História nos ensina é que algumas condições podem gerar efeitos, não iguais, mas semelhantes. Weimar ( que é infinitamente mais do que o prelúdio do nazismo ), por exemplo, está nesse patamar. Porquê? Porque os homens não mudam assim tão depressa:
"O governo pôs em marcha um plano de reforma finançeira destinado a afectar a economia e o Estado. O plano é visto no estrangeiro como corajoso, e até exemplar, e pensado para devolver o crédito ao Reich. Isto pode ser uma consolação, mas na Alemanha sentimos que um programa financeiro nao é, afinal , um programa económico (...). O que é que os planos do governo para o orçamento do próximo ano podem dar aos que olham horrorizados para os próximos e invernosos meses de desemprego, despedimentos, fome e ruína? Pesado com chumbo - como nos anos mais negros da guerra - , o peso recai no peito de todos e não nos deixará respirar".
( Thomas Mann, Um Apelo à Razão, Berliner Tageblatt , 18 de Outubro de 1930)
Esta gente não lê o venerando e viperino Marx, vulgo Karl Heinrich Marx . O homem era lapidar: “A história acontece como tragédia e repete-se como farsa.” Ora porra, assim não!
Podia-se aprender algo mais com os Alemães - apesar de se perceber que nem no tempo presente parecem ser muito populares em PT, especialmente naquelas franjas que agora agem apenas induzidas pelos raspanetes 'tedescos'. Em 2005, o SPD tinha um problema - que nem era tão agudo como a Socretinada instalada, com as suas mentiras e aldrabices..- que se chamava Gehrard Schroeder. O SPD resolveu-o, de forma exemplar, participando na governação com maturidade e responsabilidade - mesmo sabendo que iria perder eleições, como veio a acontecer. A Alemanha, nos anos sucessivos não foi muito mal governada...
Algumas condições podem gerar efeitos semelhantes? Mas isso nem merece discussão alguma, FNV. Acho que estou em condições de te garantir que nenhum pedante com meio cérebro virá aqui discordar de coisa tão pacífica. Espero que a História nos ensine coisas mais úteis do que essa.
O governo pôs em marcha um plano de reforma finançeira destinado a afectar a economia e o Estado. O plano é visto no estrangeiro como corajoso, e até exemplar, e pensado para devolver o crédito ao país. Isto pode ser uma consolação, mas sentimos que um programa financeiro nao é, afinal , um programa económico (...). O que é que os planos do governo para o orçamento do próximo ano podem dar aos que olham horrorizados para os próximos e invernosos meses de desemprego, despedimentos, fome e ruína? Pesado com chumbo - como nos anos mais negros da guerra - , o peso recai no peito de alguns e não nos deixará respirar.
Descobra as diferenças.
O pior não é o OE, o déficit, a perda de credibilidade e até a perda da real soberania nacional. O pior é o clima de medo e impunidade. O pior é pôr uns portugueses a olhar uns para os outros derrotados e dispostos a perder os ganhos de Abril. Perder o estado de direito e a liberdade.
em parte, sim. O que é estúpido é tipos fazerem-se de parvos como se esta série não tivesse uma história e em cada post eu tivesse que repetir os argumentos. Enfim, o maradona lá fez o seu show, são agendas lá do gajo.
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