Esta série será sobretudo acerca dos novos cenários: o mercado e as políticas de droga em tempos de crise económica. À laia de introdução: o que se está a passar no Rio não é bom. Sei que existe agrado por ver a força usada contra os narcotraficantes, mas as coisas não são bem assim.
Começa por não ser guerra nenhuma contra os narcotraficantes. Esses estão bem longe das favelas.
Este camarada, que sigo há muito tempo, já se aproxima mais da figura do narcotraficante, se bem que esteja no fim da escala. Esta acção para-militar é uma
acção securitária ( ver vídeo) que apanhará simples vendedores de rua ( não discuto aqui os méritos securitários).
Depois temos outro , e mais grave, problema. O México e a Colômbia começaram assim: com o exército nas ruas. Isto significa não só a falência da máquina judicial ( corrompida e incompetente), mas também a assimilação da narcocultura. Convém não esquecer que o narcotráfico é gerador de riqueza : as populações latino-americanas não ganham mais do que com as multinacionais de bananas ou petróleo, mas também não ganham menos.
( continua)