Émile Bréhier ( 1876-1952) perdeu um braço na guerra ( nunca cheguei a saber em qual) e dedicou-se ao estoicismo. Parece banal e é. Foi professor de liceu até 1909 e depois sucedeu a Bergson na cátedra da Sorbonne. Nada vulgar foi o seu trabalho como tradutor de clássicos.A Gallimard reeditou, há quatro anos , uma antologia de 1962 sob o título Les Stoiciens. Foi essa maravilha que me chegou às mãos há umas semanas. São 670 páginas que valem, do que já li, sobretudo pela tradução de Zenão (de Cítia, claro) e Diógenes. Cícero e Séneca também lá vivem, mas repetem textos que já tenho. O estoicismo é muito mais do que suportar o sofrimento. É todas as manhãs uma celebração da vida enquanto a entendermos como algo que não nos pertence para além do entardecer.
Lembro-me de um exemplar da edição de 62 que existia na Faculdade de Letras. Arrependo-me amargamente de não ter sucumbido à tentação de prorrogar o empréstimo ad aeternum. Hoje o problema está resolvido, e é curioso saber que aqui no terrunho ainda há gente que lê estas coisas com descaso académico.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.